Depósitos bancários têm maior queda homóloga em mais de uma década
Depósitos de empresas e famílias tiveram uma queda homóloga de 1,6% em maio. Foi o segundo mês de contração e a maior desde abril de 2013. Stock está no valor mais baixo desde fevereiro de 2022.
A banca voltou a assistir a uma fuga de recursos de depósitos, tanto da parte de famílias como de empresas. De acordo com dados do Banco de Portugal divulgados esta quarta-feira, o volume de depósitos caiu 0,79% em maio face a abril para 237,96 mil milhões de euros. Desde fevereiro de 2022 que não registava um valor tão baixo.
Em termos homólogos, os números do Banco de Portugal mostram uma queda de 1,6% face a maio de 2022. Foi o segundo mês consecutivo com uma taxa homóloga negativa e o valor mais baixo em mais de uma década. Desde abril de 2013 que não se assistia a uma evolução homóloga tão negativa.
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Os números do Banco de Portugal mostram que, em maio, “o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes reduziu-se pelo quinto mês consecutivo”. No final do mês passado, as famílias detinham 173,7 mil milhões de euros em depósitos, menos 0,41% face ao montante registado em abril e menos 8,8 mil milhões de euros face a dezembro do ano passado (-4,8%).
O Banco de Portugal nota também que, face a maio de 2022, os depósitos de particulares decresceram 2,65%. “Trata-se da maior descida relativamente a um mês homólogo registada na série publicada (desde dezembro de 1980)”. Há sete meses consecutivos que a taxa de crescimento dos depósitos das famílias está a cair.
A contribuir para este comportamento esteve a contínua corrida dos particulares aos Certificados de Aforro, que em maio, no último mês de comercialização da Série E, aplicaram 2,4 mil milhões de euros nestes títulos de dívida desenhados para o retalho.
Nos primeiros cinco meses do ano, segundo dados do IGCP, foram investidos em Certificados de Aforro 13,6 mil milhões de euros, cerca de 42% do stock atual aplicado nestes ativos.
Nas empresas, a saída de recursos foi também sentida. No final de maio de 2023, o stock de depósitos de empresas nos bancos residentes era de 64,3 mil milhões de euros, menos 1,8% do que em abril. É o valor mais baixo desde fevereiro deste ano.
Em termos homólogos, isto é, face a maio de 2022, apesar de os depósitos das empresas terem registado uma subida de 1,37% no último mês, há 14 meses consecutivos que está em queda.
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