Rendas e preços dos imóveis sobem duas vezes mais em Portugal do que na Europa

Há cinco anos que a tendência de subida do mercado imobiliário nacional acima da Zona Euro se mantém e no primeiro trimestre agravou-se um pouco mais.

O mercado imobiliário residencial continua a mostrar sinais de vitalidade. No primeiro trimestre deste ano, enquanto os preços dos imóveis na Zona Euro registaram uma contração de 0,9% face ao último trimestre de 2022, em Portugal subiram, em média, 1,4%.

Entre os 20 países da Zona Euro, Portugal foi o sexto país a registar o maior aumento de preços no mercado residencial entre janeiro e março, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat.

“Continuamos a lidar com uma falta crónica de casas para venda, agora ainda mais comprometida pelo aumento dos custos de construção”, referiu Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, em maio, em resposta aos resultados do Portuguese Housing Market Survey (PHMS), que apontavam para uma expectativa dos promotores e mediadores imobiliários de o mercado não vir a registar uma quebra de preços nos próximos 12 meses.

No canto oposto estiveram o Luxemburgo e a Alemanha que, no primeiro trimestre de 2023, contabilizaram uma contração de 4,5% e 3,1% dos preços, liderando assim o grupo de oito países da Zona Euro que tiveram uma queda dos preços das casas no primeiro trimestre deste ano.

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O maior dinamismo do mercado imobiliário residencial em Portugal face aos países do Euro não é de agora nem uma tendência de curto prazo. Os dados do Eurostat revelam, por exemplo, que, nos últimos 12 meses terminados em março, enquanto os preços dos imóveis em Portugal valorizaram, em média, 8,7%, na Zona Euro houve um ligeiro crescimento (0,4%).

A mesma tendência observou-se em 2022 (Portugal: 11,3% versus Zona Euro: 3%), assim como nos últimos dois e cinco anos, com os preços em Portugal a aumentaram duas vezes mais que na média dos países da Zona Euro.

No último quinquénio, por exemplo, enquanto os preços dos imóveis em Portugal aumentaram, em média, a um ritmo de 10,2% por ano, que culminou num aumento acumulado de 58%, na Zona Euro, os preços cresceram a um ritmo médio anual de 5,1%, que resultou num aumento global de 28%.

Rendas acompanham de perto preços dos imóveis

O dinamismo do mercado imobiliário nacional não se limita às operações de compra e venda de imóveis. Estende-se também ao mercado de arrendamento.

No último trimestre, os dados divulgados pelo Eurostat revelam que na Zona Euro as rendas aumentaram 0,9% face ao último trimestre de 2022, enquanto em Portugal subiram 1,6%.

A mesma tendência observa-se ao longo dos últimos 12 meses terminados em março: se em Portugal as rendas subiram 4,2%, na Zona Euro ficaram-se por um aumento de 2,7%.

Tal como sucede com os preços dos imóveis, também em relação às rendas os dados do Eurostat mostram que Portugal tem registado níveis de crescimento duas vezes superior à média dos países da Zona Euro.

Nos últimos cinco anos, por exemplo, se as rendas no espaço da moeda única contabilizaram um incremento médio de 7,92%, em Portugal as rendas cresceram 15%, ficando entre os níveis registados no Chipre (15,5%) e da Bélgica (14,7%); mas longe do aumento de 43% das rendas registadas na Lituânia.

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Apesar de em Portugal tanto as rendas como os preços dos imóveis estarem a crescer a um ritmo superior à média da Zona Euro, desde 2018 que o mercado de compra e venda tem estado com muito mais força que o mercado de arrendamento.

Segundo dados do Eurostat, nos últimos cinco anos, o preço de venda dos imóveis em Portugal registou um dinamismo quase quatro vezes superior à evolução das rendas. Apesar de parecer elevado, sobretudo porque também só cinco países na Zona Euro apresentam um rácio acima de Portugal, é um valor muito próximo à média da Zona Euro (3,5 vezes).

Esta tendência até teve um pequeno revés no primeiro trimestre, com as rendas a subirem (1,6%) ligeiramente mais que os preços dos imóveis (1,4%). “O mercado de arrendamento continua a exibir uma procura sólida, o que combinado com a falta de oferta está a pressionar as rendas”, lê-se no último relatório PHMS, produzido pelo Confidencial Imobiliário.

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