Trabalhadores da Águas de Portugal admitem greve na JMJ
Sindicato diz que o desbloqueio da reclassificação profissional já foi aprovado "mas que nada aconteceu, pois a sua execução depende de um despacho do Secretário de Estado do Tesouro".
A comissão sindical do STAL no grupo Águas de Portugal (AdP) exige o desbloqueio imediato da sua reclassificação profissional, que implicaria melhorias salariais para cerca de 400 funcionários, admitindo mesmo greve durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Em comunicado, a comissão sindical do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, Regional e Empresas Públicas (STAL, afeto à CGTP) diz que o desbloqueio da reclassificação profissional já foi aprovado por empresas da AdP nos Planos de Atividade e Orçamentos mas que nada aconteceu, pois a sua execução depende de um despacho do secretário de Estado do Tesouro, “que tarda em fazê-lo, prejudicando, e em muito, estes profissionais essenciais”.
Para a comissão sindical do STAL no grupo AdP, esta trata-se de uma situação que “se mantém desde 2019, o que é injusto e inaceitável”.
Contactado pela Lusa, o dirigente sindical Joaquim Sousa explicou que desde 2019 o grupo não cumpre cláusulas do instrumento de negociação coletiva e que empresas do grupo, “percebendo a ilegalidade brutal e que poderia ter custos de milhões de euros”, decidiram passar a cumprir (até porque há processos em tribunal) e incluíram o desbloqueio das reclassificações profissionais nos Planos de Atividades e Orçamentos. Contudo, esperam desde o ano passado pela autorização do Governo.
O sindicalista disse que em causa estão 400 trabalhadores que esperam atualizações salariais por esta via. A comissão sindical já enviou um ofício a relatar o que se passa ao ministro das Finanças, com conhecimento ao ministro do Ambiente e ao secretário de Estado do Tesouro, e diz que os trabalhadores estão “fortemente mobilizados para avançar para todas as formas de luta, inclusive a greve, durante a realização da Jornada Mundial de Juventude”.
“O compromisso dos trabalhadores é o de continuar a prestar um serviço público de qualidade às populações. Todavia, e caso se mantenha esta situação gravosa para os trabalhadores, a responsabilidade das futuras ações de luta que venham a ser adotadas e do seu impacto negativo junto das populações será inteiramente das administrações das empresas do Grupo AdP e da respetiva tutela”, refere a comissão sindical do grupo Águas de Portugal no comunicado.
O grupo AdP registou lucros de 100 milhões de euros em 2022, acima do valor de 2021. Tem quase 4.000 trabalhadores. Detido pelo Estado e fundado em 1993, o grupo AdP é constituído por 19 empresas, das quais 13 são entidades gestoras de sistemas de abastecimento de água e de tratamento de águas residuais que prestam serviços em 222 municípios de Portugal continental, abrangendo cerca de oito milhões de pessoas.
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