Braço direito de Armando Pereira disponível para ser ouvido. Defesa diz que não está “em fuga”
Defesa de Hernâni Vaz Antunes, parceiro de negócio de Armando Pereira, cofundador da Altice, diz que empresário "não está, nem esteve, ‘em fuga’ ou ‘em parte incerta’"
O empresário Hernâni Vaz Antunes, suspeito no processo ligado ao cofundador da Altice Armando Pereira, disse estar disponível para ser ouvido pelas autoridades e rejeitou, através da sua defesa, que esteja “em fuga ou em parte incerta”.
“Por referência ao processo que vem sendo noticiado, [Hernâni Vaz Antunes] não está, nem esteve, ‘em fuga’ ou ‘em parte incerta’, tendo já, através dos seus advogados, dado nota formal às autoridades competentes da sua disponibilidade para formalidades processuais e para ser ouvido, onde e quando determinado”, pode ler-se na nota enviada à Lusa pela defesa do empresário.
Os advogados Rui Patrício e Tiago Monfort acrescentaram ainda que não vão fazer “quaisquer outros comentários públicos sobre o assunto (…) por respeito ao processo e suas regras, às autoridades e aos envolvidos”.
Hernâni Vaz Antunes é conhecido como o braço direito do cofundador da Altice Armando Pereira, que ficou detido na quinta-feira, na sequência da operação desenvolvida pelo Ministério Público (MP) e pela Autoridade Tributária (AT) sobre suspeitas em torno de negócios relacionados com a Altice Portugal.
Também já detidos nessa operação foram Jéssica Antunes, filha de Hernâni Vaz Antunes, e o economista Álvaro Gil Loureiro. Os três detidos foram hoje identificados perante o juiz Carlos Alexandre no Tribunal Central de Instrução Criminal e vão prestar declarações em interrogatório.
Em causa está, alegadamente, uma “viciação do processo decisório do Grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva. As autoridades destacam ainda que a nível fiscal o Estado terá sido defraudado numa verba “superior a 100 milhões de euros”.
A investigação indica também a existência de indícios de “aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira” através da domiciliação fiscal fictícia de pessoas e empresas. Entende o MP que terão também sido usadas sociedades offshore, indiciando os crimes de branqueamento e falsificação.
Nas buscas, o DCIAP revelou que foram apreendidos documentos e objetos, “tais como viaturas de luxo e modelos exclusivos com um valor estimado de cerca de 20 milhões de euros”.
A Altice não é arguida e na sexta-feira anunciou que deu início a uma investigação interna relacionada com os processos de compras e os processos de aquisição e venda de imóveis da Altice Portugal, bem como de todo o Grupo Altice.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Braço direito de Armando Pereira disponível para ser ouvido. Defesa diz que não está “em fuga”
{{ noCommentsLabel }}