Mercado de escritórios afunda 77% em Lisboa

Nos primeiros seis meses do ano, o decréscimo do mercado de escritórios em relação ao ano transato foi mais acentuado em Lisboa, com uma queda na ordem dos 77% em volume de absorção. Cai 17% no Porto.

No primeiro semestre do ano, o desempenho do mercado de escritórios de Lisboa somou um volume de absorção que se situou em cerca de 38.000 m2 no final deste período, valor que reflete uma descida de 77% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já o Porto somou um volume de absorção total de 25.184 m2, numa queda de 17% em relação ao mesmo período do ano transato.

As conclusões numa análise da consultora imobiliária Savills Portugal, que refere que a “falta de stock de qualidade e processos de decisão mais demorados estão na base deste decréscimo”. Mas a segunda metade do ano “deverá ser mais dinâmica”, prevê a Savills.

Em Lisboa, o Parque das Nações (Zona 5) e o Corredor Oeste (Zona 6) foram as zonas com melhor desempenho, tendo sido responsáveis por um pouco mais de 40% do volume total de absorção, contribuindo cada uma com 25% e 18%, respetivamente.

Contudo, todas as zonas do mercado registaram um declínio no volume de absorção em comparação com os últimos cinco anos. A Zona Prime CBD (Zona 1) e as Novas Zonas de Escritórios (Zona 3) foram as que registaram as maiores quedas de desempenho, acima dos 70%.

Ainda que o volume de absorção tenha diminuído nos últimos seis meses, a renda prime fixou-se em 27 euros mensais por m2, mantendo a sua estabilidade, “assente na escassez de produtos de qualidade e pelo forte apetite das empresas, em especial das de maior dimensão, com orientações rigorosas em matéria de critérios ESG e de sustentabilidade”, refere a Savills em comunicado.

Responsável pela ocupação de 13.065 m2 de espaço de escritórios no final do primeiro semestre de 2023, o setor das TMT’s & Utilities “continua a impulsionar o mercado de escritórios de Lisboa”.

No Porto, embora tenha sido 17% inferior ao registado no ano transato, o volume de absorção foi 9% superior ao volume médio de absorção dos últimos quatro anos. Este resultado foi alcançado através do fecho de 32 operações (sete com mais de mil m2), o que permitiu elevar a área média ocupada do primeiro semestre deste ano para os 787 m2.

No primeiro semestre de 2023, a melhor performance foi registada pela Zona Out of Town – com um volume de absorção total de 9.361 m2 – seguida da Zona de Expansão, com 8.058 m2. Contudo o maior aumento percentual de volume de absorção aconteceu na Zona de Expansão com um aumento superior a 500% face ao mesmo período de 2022.

Contribuindo para 54% do volume de absorção total, os setores das TMT’s & Utilities e Consultores & Advogados foram os mais dinâmicos nesta primeira metade do ano.

Nos primeiros seis meses do ano, o valor de renda prime no Porto manteve-se estável nos 18 euros mensais por m2, “com expectativa de subida até ao final do ano suportada pelos novos projetos em comercialização”, refere a Savills, tendo em conta que até ao final do ano é esperada a conclusão de aproximadamente 35.700 m2 de novos espaços de escritórios.

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