Reguladores testam liquidez dos bancos da UE no próximo ano após crises no EUA e Suíça
Depois das crises no Silicon Valley Bank e no Credit Suisse, os reguladores vão verificar se os planos de liquidez dos bancos europeus resistem sem ter de recorrer ao banco central.
Os planos dos bancos da União Europeia (UE) para sobreviverem a uma grande crise sem ter de recorrer ao dinheiro do banco central vão ser escrutinados no próximo ano. Um teste que surge depois das crises bancárias nos EUA e na Suíça.
A Autoridade Bancária Europeia (EBA) adiantou esta quinta-feira que vai começar a verificar se os reguladores nacionais estão a testar os pressupostos dos bancos em relação ao acesso a liquidez após um colapso no setor, designadamente à luz da “velocidade potencial de saídas de depósitos, um elemento crucial que surgiu no contexto do recente evento de crise nos EUA e na Suíça”.
A fuga de depósitos foi uma das razões destacadas no colapso do Silicon Valley Bank, nos EUA, o que levou os reguladores bancários globais a reverem os requisitos de liquidez.
Os bancos têm de cumprir rácios de cobertura de liquidez justamente para serem capazes de resistir a saídas massivas de poupanças durante um período de crise. Para evitar situações de turbulência, são obrigados a terem ativos líquidos e não onerados que possam ser facilmente vendidos nos mercados com pouca ou nenhuma perda de valor e suficientes para suportar um período de stress de 30 dias.
A EBA publicou esta quinta-feira as conclusões do primeiro relatório que analisa como os reguladores dos 27 países da UE aplicam as regras de “resolução” introduzidas após a crise financeira global para evitar resgates de bancos pelos contribuintes.
“As estratégias e ações sugeridas pelas instituições para dar apoio à liquidez na resolução permaneceram limitadas e focadas principalmente no acesso às facilidades do banco central”, concluiu o supervisor bancário europeu.
Observou, ainda assim, que pode ser difícil para um banco saído de uma resolução de encontrar alternativas de liquidez no mercado privado, e mesmo junto do banco central sem garantias suficientes.
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