Estado vai pagar 2,5 euros às farmácias por cada vacina Covid administrada

Estado paga às farmácias comunitárias 2,5 euros por vacina da Covid-19 administrada, tal como na da gripe. Será criada uma plataforma para agendamento online e as farmácias terão acesso ao boletim.

O Estado vai pagar às farmácias comunitárias 2,5 euros por cada vacina administrada contra a Covid, apurou o ECO. A campanha de vacinação sazonal vai arrancar na segunda quinzena de setembro e decorrer em simultâneo com a da gripe, sendo ambas gratuitas para todas as pessoas com mais de 60 anos e para outros grupos prioritários que ainda serão definidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

O Governo comprometeu-se a pagar 2,5 euros por cada vacina contra a Covid dada nas farmácias comunitárias, à semelhança do que é pago por cada vacina da gripe. Ao que o ECO apurou, este montante contempla tanto a logística como a administração das mesmas. Deste valor, as farmácias terão que pagar uma parcela à distribuição da indústria farmacêutica pela entrega das vacinas, cujo montante ainda não está fechado. Questionado pelo ECO fonte oficial do Ministério da Saúde diz apenas que a portaria relacionada com este assunto “aguarda publicação conjunta com o Ministério das Finanças, pelo que é extemporâneo adiantar mais informação”.

Se, habitualmente, as farmácias comunitárias já podiam administrar as vacinas da gripe, esta é a primeira vez que o vão poder fazer no caso da Covid-19. A adesão das farmácias é voluntária, pelo que poderão decidir se querem fazer parte da campanha de vacinação ou não.

“Nas farmácias, vamos fazer a administração de vacinas contra a Covid e gripe aos mais de 60 anos“, explica a Ema Paulino, presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), em declarações ao ECO, referindo que, por outro lado, a administração destas vacinas aos grupos prioritários – que ainda não estão definidos – será feita nos centros de saúde.

“Claro que as pessoas têm sempre o poder de escolha. Vamos imaginar que uma pessoa quer ser vacinada no centro de saúde e tem mais de 60 anos. Pode fazê-lo, ninguém vai impedir. Mas a recomendação é que a vacinação se divida desta forma: as pessoas com mais de 60 anos nas farmácias e as pessoas com menos de 60 anos abrangidas pela norma nos centros de saúde“, sintetiza.

Nesse sentido, segundo a responsável, os utentes elegíveis e com menos de 60 anos vão receber um SMS dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde para se dirigirem aos centros de saúde, enquanto os utentes com 60 ou mais anos vão receber um SMS a referir que “são elegíveis para a vacinação, mas para contactarem a sua farmácia para fazer agendamento”.

Como se estão as farmácias a preparar?

A menos de um mês do início da vacinação, as farmácias já se estão a preparar. Para os utentes, está a ser preparada uma plataforma online tendo em vista permitir o agendamento das vacinas através da internet, com as farmácias aderentes e os respetivos horários disponíveis, explicam as associações do setor ao ECO.

Além disso, os utentes elegíveis poderão também “telefonar para a sua farmácia e fazer o agendamento ou dirigir-se presencialmente à farmácia”, afirma a presidente da ANF. “Admitimos também a hipótese de haver farmácias com ‘casa aberta’ e as pessoas serem imediatamente vacinadas”, acrescenta Ema Paulino.

Dado que, ao contrário da vacina da gripe, a da Covid é “multidose”, uma vez que dá para distribuir “por seis doses” e tem um prazo-limite de utilização curto, tudo tem que ser planeado ao milímetro para evitar desperdícios. “Basta que uma pessoa tenha um acidente, uma doença ou algo que a impeça de ir e isso vai dar uma quebra nas nossas vacinas e vamos ter que comunicar“, realça Manuela Pacheco, vice-presidente da Associação de Farmácias de Portugal (AFP).

Por isso, e tendo em conta as especificidades da vacina Covid, a Ordem dos Farmacêuticos e as associações estão a preparar um guia com recomendações e os farmacêuticos irão também ter formações.

Depois, para ter a certeza de que não haverá falhas, as farmácias vão poder consultar o boletim de vacinas do utentes. “Vamos poder verificar se está realmente elegível para levar a vacina”, aponta Manuela Pacheco. A ideia é verificar, se por exemplo, estiveram infetados há pouco tempo, e quando foi a última vez que foram vacinados, dado que a administração deve ser feita com intervalo mínimo de três meses em relação à infeção ou vacinação.

Portugal regista atualmente um número crescente de novos casos de Covid-19, tendo registado 31 casos por cada 100 mil habitantes, isto é, um aumento de 35% face à semana anterior, segundo o último relatório de “Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização”, divulgado pela DGS, que compreende o período de 14 de agosto a 20 de agosto.

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