Marcelo esperava “folga” da subida dos juros em setembro, mas inflação coloca “pressão” no BCE

  • ECO
  • 31 Agosto 2023

Presidente teme que com os atuais números da inflação o Banco Central Europeu volte a aumentar as taxas de juros. "Nós esperávamos uma folga agora em setembro", diz.

Apesar de sublinhar que a situação da inflação está melhor em Portugal do que na União Europeia, Marcelo Rebelo de Sousa teme que Banco Central Europeu (BCE) aumente as taxas de juros. Em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3, na festa do livro em Belém, o Presidente da República revelou que há sinais internacionais que já começam a ser um “bocadinho preocupantes”.

“Primeiro nalguns países europeus a inflação ainda está relativamente alta. Muito melhor do que esteve, mas está alta. A média europeia está no 5,5%, que é acima dos 3,7% que ficou a subida de 0,6% agora em Portugal. Portanto, comparativamente, a nossa situação é muito melhor que a da União Europeia”, disse.

Caso a Europa se mantenha assim, com estes níveis de inflação, o Chefe de Estado teme que o BCE possa ter a “pressão para um novo aumento de juros”. O que irá traduzir-se num aumento das prestações do crédito à habitação.

“Nós esperávamos uma folga agora em setembro. Vamos ver que outros números saem até à altura da reunião, mas isso não é uma boa notícia para todos aqueles que tem os seus contratos com a banca e que olham para juros mês após mês a subirem”, sublinhou.

Marcelo Rebelo de Sousa apontou ainda um segundo problema: o crescimento 0% de Portugal no segundo trimestre e a existência de “grandes economias” com uma situação pior que a portuguesa. “Se for assim, com duas ou três economias daquelas que são muito importantes para arrancar e apoiar o arranque da Europa, isso significa que os meses do final do ano e começo do ano que vem podem não ser aquilo que nos desejaríamos“, adiantou.

Marcelo também referiu que as desfavoráveis previsões para o turismo na Europa no final deste ano e começo de 2024 podem prejudicar Portugal.

“Tudo isto em conjunto pode significar para um país como Portugal, que sofre muito do contexto abrangente, não subir o turismo ao ritmo que estava a subir, não subir as exportações ao nível a que estava a subir e, obviamente, o crescimento sofrer com isso. Ao mesmo tempo que nossa inflação é melhor que a externa, mas a externa pode provocar a continuação da política de juros altos do BCE”, referiu Marcelo.

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