Adeus a Teodora Cardoso destaca dedicação e papel de relevo nas finanças públicas

As várias notas de pesar pela morte da economista que fundou e liderou o Conselho de Finanças Públicas realçam o seu impacto na política financeira do país.

O “mais profundo pesar” foi manifestado pelo Conselho de Finanças Públicas e pelo Banco de Portugal no rescaldo da morte de Teodora Cardoso, a qual foi homenageada também pelo Governo, Presidente da República e outras entidades como a Ordem dos Economistas e a Sedes. Os vários testemunhos mostram apreço pelo trabalho e dedicação da economista às finanças públicas.

Para o CFP, Teodora Cardoso teve “um papel determinante no estudo, acompanhamento e defesa da economia portuguesa no trabalho desenvolvido na Fundação Calouste Gulbenkian, no Banco de Portugal e no Conselho das Finanças Públicas (CFP), bem como em inúmeras intervenções públicas”. Em particular, “marcou e contribuiu para afirmar a independência” do CFP, pelo que o Conselho manifesta o seu “apreço e gratidão”.

O Banco de Portugal recorda aquela que foi a primeira mulher com um lugar na sua administração realçando “o brilhante percurso de uma economista que esteve ligada à instituição ao longo das últimas cinco décadas”. Começou e 1973 como técnica do Departamento de Estatística e Estudos Económicos, que depois liderou, tendo ascendido em 2008 ao Conselho de Administração do BdP, até ser nomeada presidente do CFP.

“Economista reconhecida e respeitada com uma vida dedicada ao país, com elevado sentido de missão e plena dedicação à causa pública”, descreveu o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na nota de pesar na qual lamenta a sua morte. Na mesma, destaca a relevância que Teodora Cardosa teve nas finanças públicas.

O ministério das Finanças refere-se a Teodora Cardoso como “um exemplo e uma economista incontornável na história da democracia portuguesa”, que “representou e continuará a representar um referencial de seriedade, rigor e exigência não só para economistas, como para todos os envolvidos no desenho e implementação de políticas públicas“. O ministro Fernando Medina destaca os anos à frente do CFP, onde entende que esta defendeu “princípios de transparência, independência, sustentabilidade e responsabilidade na condução da política orçamental”.

O bastonário da Ordem dos Economistas, António Mendonça, reconhece à “ilustre colega” um “papel de relevo na vida económica e cívica do país”. A Sedes – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social eterniza Teodora Cardoso como “a Senhora Finanças Públicas”.

Também na rede social X (antigo Twitter) se contam várias homenagens. O professor catedrático da Nova School of Business and Economics, António Nogueira Leite, destaca o longo percurso da economista, que considera “competente e sempre honesta“. O economista Luís Aguiar Conraria considera-a “uma das grandes” da profissão que partilham. Susana Peralta descreve-a como uma “excelente economista” que falava com “propriedade”, embora nem sempre tivesse concordado com as suas visões. Nuno Garoupa também ressalva os desencontros de opinião com a economista mas admira que esta nunca tenha “alinhado” em “claques partidárias”. João Moreira Rato realça o trabalho “notável” no CFP que considera tê-lo tornado uma “instituição de referência” em Portugal.

Teodora Cardoso nasceu em Estremoz (1942), licenciou-se em Economia pelo ISEG, foi economista do Banco de Portugal durante quase duas décadas – trabalhou em macroeconomia, política monetária e relações com organizações internacionais, e liderou o Conselho das Finanças Públicas desde a sua criação. Tinha chefiado o Departamento de Estatísticas e Estudos Económicos do banco central, foi consultora da administração e administradora entre 2008 e 2012. Foi consultora da administração do BPI e fez parte do conselho consultivo do IGCP.

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