Galamba garante que não há corte no investimento da ferrovia, mas um “atraso na execução”

  • Lusa
  • 25 Setembro 2023

"Os projetos em si serão feitos, não serão feitos com a rapidez que todos pretendíamos", apontou João Galamba, garantindo ainda que "não há nenhum corte de investimento" na ferrovia.

O ministro das Infraestruturas garantiu esta segunda-feira que “não há nenhum corte de investimento” na ferrovia, mas sim o “reconhecimento de atrasos de investimentos em curso”, depois de a despesa prevista para este ano ser cerca de 25% inferior à orçamentada.

“Os projetos em si serão feitos, não serão feitos com a rapidez que todos pretendíamos”, disse João Galamba aos jornalistas, durante uma visita ao Centro de Comando Operacional (CCO) de Lisboa, acrescentando que há problemas na execução do investimento.

Na sexta-feira, o Ministério das Infraestruturas admitiu executar este ano menos 189 milhões de euros de investimento público na ferrovia face ao inicialmente previsto no Orçamento do Estado para 2023.

“Temos acompanhado muito perto, quer em diálogo com a IP, quer com os empreiteiros, na tentativa obviamente que estas obras sejam realizadas o mais rapidamente possível, mas não há aqui nenhuma redução da ambição no investimento, nenhum abandono de nenhum projeto de investimento”, insistiu, sublinhando que o todo o investimento previsto na ferrovia “é para executar”.

O governante garantiu que o executivo fará “tudo” para que o investimento “seja executado o mais rapidamente possível”. “Infelizmente, isso não depende só do Governo e não depende só da IP e, muitas vezes, não depende só dos empreiteiros, uma vez que falamos também de equipamentos e materiais que têm que ser fornecidos por terceiros”, assinalou.

João Galamba acrescentou que até ao final do ano será lançado “o primeiro concurso referente ao primeiro troço do TGV, e a seguir logo o segundo” — ainda que o segundo esteja a aguardar a emissão da declaração de impacto ambiental.

Questionado sobre novas informações sobre a privatização da TAP, Galamba remeteu novos desenvolvimentos para breve. “Está previsto ser aprovado o decreto-lei esta semana e, portanto, haverá novidades sobre isso quando o decreto-lei for apresentado”, referiu.

Governo prepara criação de corredores para instalação de cabos submarinos pré-licenciados

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse ainda que está a ser preparado um despacho conjunto com vários ministérios para a criação de corredores para a instalação de cabos submarinos pré-licenciados.

Segundo o ministro das Infraestruturas, deverá ser assinado um despacho conjunto com Economia e o Mar, Agricultura e Alimentação, Ambiente e Ação Climática e Negócios que “tem como objetivo, no pretexto destes investimentos em cabos submarinos, avançar rapidamente e pedir à DGRM [Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos] para avançar com a criação de corredores para a instalação de cabos submarinos já pré-licenciados”.

De acordo com o governante, o resultado deste despacho poderá permitir “posicionar Portugal, não só como um destino privilegiado a nível mundial e europeu da conectividade de dados, mas também como um ecossistema de atração desta importante fileira de investimento”.

Na ótica do ministro, o Governo está a criar condições para que Portugal seja “um destino privilegiado da conectividade marítima” e um “importante hub na economia digital”.

Nesse sentido, e no seguimento dos investimentos privados em datacenters, como o de Vila Franca de Xira, Galamba destacou que esta medida para a criação de corredores para cabos pré-licenciados é o “trabalho de casa” para conseguir o reforço de investimento de empresas neste setor.

“Estamos a fazer o trabalho de casa para criar, quer no mar, quer em terra, licenciamentos fáceis, articulação entre entidades, utilização de infraestruturas energéticas de elevada resiliência. Estamos a criar as condições”, apontou.

A Google anunciou esta segunda-feira o Nuvem, um novo sistema de cabos submarinos transatlânticos para ligar Portugal, as Bermudas e os Estados Unidos. Este novo sistema que foi batizado com a palavra portuguesa “nuvem”, adiantou a tecnológica, “irá melhorar a resiliência da rede no Atlântico e ajudar a responder à procura crescente por serviços digitais”.

O percurso do novo cabo “irá acrescentar diversidade às rotas internacionais e apoiar o desenvolvimento da infraestrutura de tecnologia de informação e comunicação (TIC) para os continentes e países envolvidos”.

Os pontos de amarração do Nuvem “abraçaram esta oportunidade e urgência e estão a emergir rapidamente como portas de entrada e ‘hubs’ para a conectividade internacional”, acrescentou a empresa.

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