Metsola quer “revisão ambiciosa” de orçamento da UE até 2027
Segundo a presidente do Parlamento Europeu, as verbas atualmente previstas para apostas climáticas da UE "não são suficientes".
A presidente do Parlamento Europeu quer uma “reforma ambiciosa” no orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo, que está a ser discutida pelos colegisladores, apelando também a esforços para medidas ‘verdes’ ambiciosas após a “emergência climática” deste verão.
“Esta tem sido uma situação que tem vindo a piorar. Se há uma coisa que este verão nos demonstrou é que a emergência climática que enfrentamos é real e que só pode ser resolvida através de políticas climáticas ambiciosas”, disse Roberta Metsola, numa entrevista à Agência Lusa e outras agências de notícias europeias, em Bruxelas, a propósito do projeto European Newsroom (Redação Europeia), do qual a Lusa é membro observador.
Por essa razão, “no contexto da revisão do Quadro Financeiro Plurianual [até 2027], apelamos a uma revisão ambiciosa enquanto Parlamento”, acrescentou.
Segundo a responsável, as verbas atualmente previstas para apostas climáticas da UE “não são suficientes”. “Quando olhamos para o que temos à nossa disposição (…) é claro que temos de ser adaptáveis com o que temos e com o que concedemos e temos de ajudar os Estados-membros a reconstruir e a reconstruir”, vincou Roberta Metsola.
Além disso, é necessário, de acordo com a líder da assembleia europeia, “garantir que as políticas são centradas no ser humano e que a transição ecológica ajuda efetivamente os cidadãos a investir em novas tecnologias em casa”.
Depois de inicialmente se julgar que teria sido julho, o mês de agosto foi considerado o terceiro mais quente de sempre na Europa, num verão marcado por incêndios florestais de grandes dimensões em países como Grécia e Itália.
A posição de Roberta Metsola surge uma semana depois de os eurodeputados da comissão dos Orçamentos do Parlamento Europeu terem pedido um montante adicional de dez mil milhões de euros à proposta que revê em alta o orçamento comunitário a longo prazo, apelando ainda a que os Estados-membros se empenhem para um rápido acordo na UE.
O projeto de relatório sobre a proposta de revisão intercalar do orçamento da UE a longo prazo aprovado na comissão parlamentar propõe então uma verba adicional de 10 mil milhões de euros, entre os quais quatro mil milhões de euros para as migrações, três mil milhões de euros para a plataforma de investimentos estratégicos (designadas como ‘verdes’) e outros três mil milhões de euros para a flexibilidade orçamental, visando fazer face às elevadas taxas de juro em programas como o Fundo de Recuperação pós-crise da Covid-19.
O relatório será votado na sessão plenária do Parlamento Europeu no próximo dia 4 de outubro, para depois se iniciarem negociações com os Estados-membros no Conselho.
A UE está então a discutir por esta altura a revisão do orçamento a longo prazo para o período 2024-2027, após a Comissão Europeia ter proposto uma reserva de 50 mil milhões de euros de apoio à recuperação da Ucrânia, 15 mil milhões de euros para gestão das migrações e dez mil milhões no âmbito da plataforma STEP para investimentos ‘verdes’ e tecnológicos, num passo para um futuro fundo soberano.
Ao todo, esta revisão do orçamento da UE a longo prazo proposta pelo executivo comunitário prevê um acréscimo total de 99 mil milhões de euros, que inclui 21 mil milhões de euros para enfrentar a subida das taxas de juro e da inflação.
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