Portugal cai duas posições e está em 25.º lugar no ranking de riqueza mundial

Apesar dos ativos financeiros a nível global terem caído ao ritmo mais forte desde 2008, Portugal escapou à tendência, com um crescimento de 1,9% em 2022. País ocupa 25.º lugar do ranking da riqueza.

A riqueza das famílias a nível global encolheu no ano passado, penalizada, sobretudo, pela queda dos mercados financeiros. Contudo, em Portugal, as famílias até aumentaram os seus ativos financeiros, mas a subida não foi suficiente para subir na escala global. Portugal afundou duas posições no ranking mundial, para o 22.º lugar.

De acordo com o relatório “Riqueza Global Allianz 2023” divulgado esta quarta-feira, os ativos financeiros das famílias a nível global recuaram 2,7% em 2022, isto é, o maior tombo desde a crise financeira de 2008. A América do Norte e a Europa Ocidental foram as regiões mais afetadas, com quebras de 6,2% e 4,8%, respetivamente. Por outro lado, a Ásia, à exceção do Japão, “registou taxas de crescimento relativamente fortes”.

“Enquanto os valores mobiliários (-7,3 %) e os seguros/pensões (-4,6 %) registaram fortes recuos, os depósitos bancários registaram um crescimento sólido de +6%. No geral, perderam-se ativos financeiros no valor de 6,6 mil milhões de euros e o total dos ativos financeiros ascendia a 233 mil milhões de euros no final de 2022″, aponta a Allianz.

Os Estados Unidos subiram uma posição e lideram lista dos países, em termos médios, com mais riqueza per capita (251.860 euros), seguidos pela Suíça (238.780 euros), Dinamarca (163.830 euros), Singapura (151.200 euros) e Taiwan (141.600 euros).

Quanto a Portugal, viu os ativos financeiros brutos das famílias “aumentar 1,9 % em 2022, o que faz de Portugal um dos poucos países na Europa com um crescimento positivo”. A Allianz explica esta subida com o crescimento “a um ritmo saudável de 6,4%” dos depósitos bancários, que representam quase 50% da carteira de ativos dos portugueses, e apesar da queda de 6,5% do ativos de seguros/pensões e do recuo de 0,3% dos valores mobiliários.

No entanto, o aumento dos ativos financeiros por parte das famílias portuguesas não foi suficiente para fazer subir o país no ranking mundial. Em 2022, Portugal desceu duas posições para o 25.º lugar, tendo registado uma riqueza per capita de 29.450 euros.

O relatório da Allianz nota ainda que apesar de os aforradores portugueses terem visto encolher “as suas novas poupanças líquidas em 22,2%, para 9 mil milhões de euros, aumentaram, de facto, as suas afetações de novos capitais a depósitos bancários em 16,6%, para 14 mil milhões” de euros.

De notar que o economista e autor do Global Wealth Report, divulgado pelo UBS em agosto, apontava que “os ativos financeiros foram os que mais contribuíram para a diminuição do património, enquanto os ativos não financeiros (sobretudo imóveis) se mantiveram resistentes, apesar do rápido aumento das taxas de juro”.

Apesar destas perdas, em termos nominais, os ativos financeiros das famílias a nível global “ainda estavam quase 19% acima dos níveis pré-Covid-19 no final do ano passado”. Já ajustado à inflação “quase dois terços do crescimento (nominal) foram vítimas de aumentos de preços, reduzindo o crescimento real para escassos 6,6 % em três anos”, sublinha o relatório da seguradora. Ainda assim, em termos geográficos, a Europa Ocidental contraria esta tendência, tendo a riqueza recuado 2,6% face a 2019.

Quanto às perspetivas futuras, a Alliaz antecipa que os ativos financeiros a nível global voltem a aumentar este ano, à boleia, sobretudo, do mercado de ações. “Em suma, prevemos que os ativos financeiros globais aumentem em cerca de 6%, tendo também em consideração uma maior ‘normalização’ do comportamento de poupança”, lê-se.

Já para os próximos três anos, Kathrin Stoffel, co-autora deste relatório, espera que o “crescimento médio dos ativos financeiros deverá oscilar entre 4 % e 5 % nos próximos três anos”.

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