Swiss Re adverte seguradoras para elevada incerteza económica

A Swiss Re, líder resseguradora, divulgou nesta terça-feira, em comunicado, um estudo que aponta para uma elevada incerteza económica global, com riscos de recessão e inflação ainda significativos. Neste contexto, o estudo identifica dois cenários alternativos de elevada relevância para as seguradoras: uma “severa recessão global” e uma “estagflação ao estilo dos anos 1970“. Ambos os cenários apresentam desafios distintos, com o primeiro a ameaçar a solvência das seguradoras devido à diminuição da procura, enquanto o segundo coloca uma pressão considerável no desempenho da subscrição, devido ao aumento da inflação. É enfatizado que as seguradoras devem estar preparadas para lidar com ambas as possibilidades, lembrando que as medidas de mitigação podem envolver prazos longos.

A análise da Swiss Re também realça a importância do planeamento de cenários para as seguradoras, dado o atual ambiente económico global. O estudo destaca que, com as perspetivas de crescimento económico global a abrandar e a inflação a manter-se acima das metas dos bancos centrais até 2024, o setor segurador enfrenta desafios consideráveis. Apesar de as seguradoras entrarem em 2023 com sólidas reservas de capital, é apontada a preocupação com a adequação de reservas.

Neste contexto, o estudo sublinha que as ações estratégicas para mitigar riscos podem requerer tempo, como o reposicionamento de produtos ou alocação de ativos, devendo sempre considerar requisitos de capital e liquidez. O alerta da Swiss Re salienta a importância da preparação das seguradoras para enfrentar a incerteza económica contínua e a necessidade de uma abordagem estratégica para garantir a resiliência e a estabilidade financeira do setor.

O estudo descreve que como cenário de referência, é esperado que a economia mundial continue a abrandar gradualmente, crescendo apenas 2,2% em termos reais no próximo ano, contra 2,5% em 2023 e 3% em 2022. Ao mesmo tempo, prevê-se que a inflação se mantenha acima dos objetivos dos bancos centrais até 2024.

As ténues perspetivas de crescimento estão enraizadas nas “economias desenvolvidas”, onde se aguarda o menor crescimento real do PIB desde a década de 1980 (com exceção das crises financeiras globais e da COVID-19), devido ao impacto cumulativo do ciclo sem precedentes de aumento da política monetária global de 2021-2023. “No meio destas condições desafiantes, esperamos que o setor dos seguros demonstre resiliência nos próximos dois anos“, escreve a resseguradora líder.