Mortágua diz que Palestina como Ucrânia tem direito à autodeterminação
"Nós condenamos os ataques a civis e condenámos sempre que não nos perguntaram se condenávamos ou não o ataque de Israel a civis palestinianos", defende Mortágua.
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, defendeu esta segunda-feira que a Palestina, como acontece com a Ucrânia ou Timor, “tem direito à defesa da sua autodeterminação”, por ser “um direito que não se negoceia”.
“Nós entendemos que a Palestina tem direito à defesa da sua autodeterminação, da mesma forma que a Ucrânia tem direito à defesa da sua autodeterminação quando a Rússia invade o seu espaço, da mesma forma que Timor teve direito à sua autodeterminação, quando a Indonésia invadiu o seu espaço e assassinou civis”, afirmou a dirigente. Mariana Mortágua comentava, em Paredes, aos jornalistas, o conflito entre o grupo islâmico Hamas e Israel, à margem da visita que realizou a uma creche, naquele concelho do distrito do Porto.
O Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar. Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.
Dizendo-se “chocada” e condenando as “atrocidades” que se observam no conflito israelo-palestiniano, nomeadamente os ataques a civis, insistiu que o “direito à autodeterminação não se negoceia”. “Ele é um princípio e aplica-se à Palestina, como se aplica à Ucrânia”, reforçou. Para a líder do BE, “não há outra coisa a fazer, a não ser condenar sempre os ataques a civis”.
“Nós condenamos os ataques a civis e condenámos sempre que não nos perguntaram se condenávamos ou não o ataque de Israel a civis palestinianos, crianças assassinadas pelo Estado de Israel, um regime de apartheid, de limpeza étnica, de violência de Estado”, afirmou.
Maria Mortágua defendeu depois que “a paz é o único caminho”, mas notou que “enquanto houver apartheid, enquanto houver um regime que tem uma política de limpeza étnica, de destruição em massa de outro povo, não pode haver paz”.
Questionada sobre o papel que a Organização das Nações Unidas (ONU) pode desempenhar na resolução deste conflito, começou por recordar que a ONU reconhece à Palestina o direito à luta pela autodeterminação, “como reconhece à Ucrânia o direito pela luta e defesa pela autodeterminação”.
“As Nações Unidas também reconhecem as fronteiras da Palestina, que deveriam ter impedido Israel de ocupar, matar, assassinar milhares de inocentes na Palestina. A paz só é possível com o fim da ocupação, o fim do apartheid, que é em si uma ação contra o direito internacional, contra os acordos internacionais, que são violados por Israel há dezenas de anos”, concluiu.
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