“Não há nenhuma razão para suspender o apoio às autoridades palestinianas”, diz Gomes Cravinho

“Não há nenhuma razão para suspender o apoio às autoridades palestinianas“, disse esta segunda-feira João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros em entrevista à RTP1, acrescentando que seria um “erro grosseiro” culpar todos os palestinianos pelas ações do Hamas. Esta tomada de posição por parte de Portugal surge depois posições contraditórias entre comissários europeus.

Referindo que esta terça-feira vai decorrer uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus, Cravinho disse, da parte de Portugal, “consideramos que não há nenhuma razão para suspender o apoio às autoridades palestinianas (…) não estamos a falar do Hamas“.

“Seria um erro grosseiro dizer que todos os palestinianos são culpados por igual. Seria a melhor forma de radicalizar a população palestiniana“, sendo que “grande parte” dessa população não se revê nesta posição do Hamas, afirmou João Gomes Cravinho acrescentando que acredita que essa será a posição dominante na reunião de terça-feira.

Esta tomada de posição por parte de Portugal surge assim depois posições contraditórias entre comissários europeus, tendo em conta que Oliver Varhelyi, comissário com a pasta do Alargamento, disse que Bruxelas iria suspender a totalidade do apoio prestado aos palestinianos, enquanto o comissário europeu de Gestão de Crises, Janez Lenarcic, afirmou que a ajuda humanitária europeia vai continuar a chegar aos palestinianos “pelo tempo que for precisa”. O colégio de comissários reúne na quarta-feira.

Na entrevista, o ministro dos Negócios Estrangeiros português disse ainda que Portugal conta com uma lista de cerca de 190 portugueses que estão preparados para regressar a Portugal.