Governo prevê crescimento de 2,2% este ano e 1,5% em 2024

Executivo conta com maior contributo do investimento e consumo público e menor impulso das exportações.

O Governo prevê um crescimento económico de 2,2% este ano, desacelerando para 1,5% no próximo, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2024, entregue esta terça-feira no Parlamento. Executivo conta com maior contributo do investimento e consumo público e menor impulso das exportações.

“O crescimento do PIB para 2023 reflete contributos positivos da procura externa líquida (1,2 pp) e da procura interna (1 pp). Pese embora a desaceleração nos mercados externos que tem vindo a acentuar-se ao longo do ano, as exportações de bens e serviços deverão crescer 4,3%, acima das importações (1,8%)”, lê-se no relatório.

“Em 2023, os resultados económicos superaram as expectativas”, aponta Fernando Medina na apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2023. No que diz respeito ao crescimento, há um ano estimavam que seria de 1,3%, destaca, referindo-se às previsões do Orçamento de 2023.

Mas, como ressalva Medina, “convêm ter presentes o que podemos perspetivar para 2024 quando realizamos OE para o próximo ano”. O crescimento mais tímido no próximo ano, de 1,5%, surge num cenário mais desanimador no que diz respeito ao contexto internacional.

Este abrandamento da economia global prejudica as exportações portuguesas, um dos motores do crescimento económico. A estimativa está em linha com as projeções do Banco de Portugal, bem como do FMI. No Programa de Estabilidade, o Governo estimava um crescimento de 2% no próximo ano, pelo que teve de rever em baixa estas estimativas.

O ministro das Finanças assume que há “sinais de preocupação sobre o ano de 2024”, nomeadamente o “forte abrandamento Zona Euro”, bem como que as “taxas de juro se venham a manter altas durante 2024”. Além disso, no que diz respeito à inflação “enfrentamos ciclo de volatilidade, nomeadamente nos combustíveis, que têm ponto de interrogação sobre 2024”. Há ainda “instabilidade nas várias zonas do globo”, com conflitos que trazem “impactos diretos sobre cadeias de abastecimento”.

Mesmo assim, “a economia portuguesa vai continuar a crescer, com sustentação do consumo privado, também forte no investimento mas com um abrandamento expectável relativamente a balança externa”. “A expectativa é no próximo ano crescimento acima da Zona Euro, que permite ciclo de convergência”, salienta o ministro.

As exportações ainda impulsionaram o crescimento no primeiro trimestre deste ano, que surpreendeu e superou a maioria das estimativas. Mas no segundo trimestre o crescimento já foi mais contido, tendo até registado uma estagnação em cadeia, ou seja, face ao trimestre anterior. O cenário para o resto do ano não é muito animador, sendo que o Banco de Portugal estima até uma quebra no terceiro trimestre.

Em termos mensais, as exportações já estão a cair há cinco meses consecutivos. Em agosto, as exportações de bens recuaram 7,7%, em termos nominais, em comparação com o mesmo mês de 2022, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Já para a inflação, a estimativa das Finanças é que seja de 4,6% este ano e abrande para 2,9% no próximo ano.

(Notícia atualizada às 17h50)

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