Hiscox: Aumentaram ciberataques a pequenas empresas
O e-mail profissional continua a ser a predileta porta de entrada dos hackers, mas as empresas não ficam de "braços cruzados" - estão a reforçar o seu investimento na defesa cibernética.
É o quarto ano consecutivo em que os ciberataques às empresas continuam a aumentar, dá conta o relatório desenvolvido pela seguradora Hiscox, representada em Portugal pela Innovarisk. O estudo verificou que os hackers (criminosos cibernéticos) “procuram vulnerabilidades das tecnologias de informação” para pedirem resgates de dados dos clientes e de dados confidenciais das empresas, enviou a seguradora num comunicado, esta terça-feira.
O risco aumenta para todas as empresas
As empresas permanecem vulneráveis a ciberataques. Mais de metade (53%) “sofreram pelo menos um ataque cibernético nos últimos 12 meses – um aumento de cinco pontos percentuais em relação ao ano anterior (48%)”, lê-se no comunicado.
Os hackers olham em todas as dimensões. Para além dos riscos nas grandes empresas, com mil ou mais trabalhadores, terem aumentado, com sete em cada dez já terem sofrido pelo menos um ataque este ano, acima dos 62% no ano homólogo. Também as pequenas empresas, com 10 ou menos trabalhadores, não podem ficar descansadas – o risco de ciberataque passou de 23% para 36%, nos últimos 3 anos, revela o comunicado.
Relativamente aos níveis de confiança, entre as empresas com menos de 250 trabalhadores, “apenas três em cada cinco (61%) estão confiantes de que conseguiriam lidar com um ataque, em comparação com 71% das grandes empresas”, revela a Hiscox.
Resgate de dados pode significar o fim da empresa
Outro indicador analisado no relatório foi a reação das empresas perante um pedido de resgate pelos dados. Esta forma de chantagem representa 20% das consequências de ciberataques a empresas. Perante este cenário, verificou-se que “as pessoas dispostas a pagar caíram ligeiramente para 63% em comparação com 66% no ano anterior. Enquanto nas empresas com mais de 250 trabalhadores, 46% “pagaram o resgate para proteger os dados dos clientes”, já entre as empresas com menos de 250 trabalhadores, 42% pagaram o resgate para proteger dados confidenciais da empresa, concluiu o estudo.
Ainda que o valor médio do pedido de resgate tenha diminuído cerca de 950 euros, passando de 16 mil euros para 15 mil euros, “o impacto do risco cibernético não pode ser subestimado, com uma em cada cinco empresas (21%) que foram atacadas a afirmar que o ataque foi suficiente para ameaçar a viabilidade do negócio”, escreve a seguradora.
“O ciberespaço ainda é descrito como o principal risco para as empresas em cinco dos oito países incluídos no relatório” sendo o uso do email profissional a principal porta de entrada para os hackers , indica o comunicado.
Mas as empresas não estão de “baixos cruzados”. Preparam-se para se defenderem de ciberataques: aumentaram em 39% os seus gastos em cibersegurança nos últimos 3 anos, para um média de 146 mil euros, enquanto as pequenas empresas quadruplicaram os gastos destinados à cibersegurança, para uma média de 7,6 mil euros.
De acordo com o comunicado, a representante da Hiscox em Portugal, Sara Bando, Técnica de Desenvolvimento de Produtos e Controle da Innovarisk, afirma que “é essencial que as empresas tenham uma estratégia de segurança cibernética robusta que inclua medidas para proteger o email profissional”.
Importa realçar que o relatório contou com 5,005 entrevistados, responsáveis pela estratégia de cibernética das suas empresas em oito países (Reino Unido, EUA, França e Alemanha, Espanha, Bélgica, Holanda e República da Irlanda), e “completaram o inquérito online entre 9 de janeiro de 2023 e 2 de fevereiro de 2023”, indica a seguradora.
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