Seguradoras começam a abandonar a Irlanda
O setor tem grande importância para a economia irlandesa, contribuindo "com mais de 2,7 mil milhões de euros para o estado". Mas as seguradoras estão a perder as vantagens que as atraíram.
A atratividade da Irlanda para as seguradoras e resseguradoras parece estar a deteriorar-se. Várias empresas já abandonaram o país, e em conjunto, representam a queda de 39% das seguradoras e resseguradoras no país, desde 2009. O relatório que dá conta do declínio da atratividade, realizado pela consultora Milliman para a Insurance Ireland, aponta as três principais razões para este cenário: a escassa disponibilidade de talento, os elevados custos do negócio e o peso da regulamentação irlandesa, avançou esta terça-feira o órgão público de meios de comunicação irlandês, Raidio Teilifís Éireann (RTÉ).
Por enquanto, o cenário não está animador. Enquanto o Brexit motivou algumas empresas a fixarem-se na Irlanda, o cenário geral permanece – a atratividade do país está em declínio, com duas das mais importantes empresas de seguros a anunciarem que planeiam abandonar o país, escreve o RTÉ.
O que anteriormente atraía as empresas do setor, como a Irlanda ser um país membro da União Europeia e, consequentemente, ter um mercado de circulação livre na organização, e o regime fiscal, já não é suficiente. Uma vez que, fatores que anteriormente atraíam a empresa, como mão-de-obra qualificada e o regime regulamentar deterioraram-se na opinião dos inquiridos.
O estudo salienta a importância do setor para a economia irlandesa, empregando 35 mil pessoas e contribui com mais de 2,7 mil milhões de euros para o Estado, sendo “o quarto maior centro de seguros da UE e um dos centros mais importantes do mundo”. O estudo também realça que, ainda que o número de empresas do setor tenha diminuído nos últimos anos, o seu valor cresceu significativamente, “passando de 73 mil milhões de euros de prémios brutos emitidos há seis anos para mais de 100 mil milhões de euros no ano passado”.
“No entanto, os riscos e preocupações identificados pelos inquiridos apontam para a necessidade de abordar aspetos da competitividade da Irlanda em termos de continuar a atrair e reter seguradoras e resseguradoras internacionais”, afirmou Michael Culligan, Atuário Principal e Consultor da Milliman.
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