Exclusivo Cinco interessados na corrida ao negócio de malparado do ano em Portugal

LX Partners colocou à venda 4,2 mil milhões de euros em crédito malparado e o "servicer" Algebra. É o negócio do ano em Portugal e há cinco interessados.

O negócio de malparado do ano em Portugal atraiu cinco candidatos, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO junto de duas fontes do mercado.

O consórcio formado pela Cerberus/Intrum/FS, a Balbec, a Carval, a LCM e a Bain apresentaram propostas não vinculativas para a compra dos 4,2 mil milhões de euros de crédito problemático e ainda da plataforma Algebra, que também faz parte desta transação.

A LX Partners, com sede no Luxemburgo, e a Algebra não responderam às questões colocadas pelo ECO até à publicação deste artigo.

Como o ECO avançou em primeira mão no início deste mês, a LX Partners colocou à venda todo o seu negócio de malparado em Portugal, num processo com o nome de código “Projeto Cascais” e que está a ser conduzido pela KPMG.

Em causa estão empréstimos em incumprimento que este fundo comprou nos últimos anos aos bancos portugueses. Com um valor bruto de 4,2 mil milhões de euros, cerca de quatro mil milhões dizem respeito a crédito unsecured (sem garantias) e outros 200 milhões a crédito secured (com garantias). O negócio inclui ainda o servicer responsável pela gestão desta carteira, a Algebra Capital.

A LX Partners é um investidor especializado em dívida de stress e NPL (non performing loans), private equity e ainda imobiliário. Em Portugal, além do negócio do malparado, esta sociedade detém a Five Credit (plataforma digital de empréstimos alternativos para PME), a sociedade gestora Circle Capital e investiu 125 milhões de euros na Smart Studios (estúdios para estudantes) em 2018.

O “Projeto Cascais” pode ser considerado o maior deste ano, que está a ser marcado por um forte arrefecimento do mercado. As poucas carteiras que têm saído para o mercado este ano são de valor reduzido, raramente superando os 100 milhões de euros. Um dos maiores processos será mesmo aquele que o Banco Montepio tem em curso, relativo a um portefólio de ativos problemáticos avaliados em cerca de 230 milhões de euros, incluindo dívida going concern, cash in court, entre outros.

A principal razão para este arrefecimento tem a ver com a “grande limpeza” que os bancos realizaram nos últimos anos. Há cinco anos, o sistema bancário defrontava-se com 31,8 mil milhões de euros em NPL, correspondendo a 13,6% do total do crédito. O rácio caiu para 3,1% no final de junho, abaixo do “número mágico” de 5%, totalizando os 9,7 mil milhões, de acordo com os últimos dados disponibilizados pelo Banco de Portugal. Em termos líquidos de imparidades, os NPL ascendiam a 4,2 mil milhões.

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