Exportações portuguesas caíram em setembro pelo sexto mês consecutivo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 9 Novembro 2023

Défice da balança comercial continua abaixo dos valores de 2022. Em setembro encolheu em 706 milhões de euros, para 2.171 milhões de euros, face a igual período do ano passado.

As exportações de bens caíram 8,2% em setembro, em termos nominais, face ao mesmo período de 2022, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Esta queda, pelo sexto mês consecutivo, foi influenciada, principalmente, pelos recuos de 9,3% nos fornecimentos industriais e de 11,5% nas máquinas e outros bens de capital.

No que toca às importações, verificou-se uma descida homóloga de 13%, em termos nominais, no período em análise, refletindo não só uma quebra de 14,9% na categoria dos fornecimentos industriais — nomeadamente de produtos químicos –, mas também, sobretudo, o recuo de 27% nas compras de combustíveis e lubrificantes. Neste último caso, destaca-se a descida dos preços do gás natural e do petróleo no mercado internacional.

Evolução da taxa de variação homóloga das exportações e importações. Fonte: INE

Excluindo os combustíveis e lubrificantes, o INE assinala que os decréscimos foram “ligeiramente menos expressivos” quando comparados com a variação total: menos 8% nas exportações e menos 10,5% nas importações.

Como resultado dos decréscimos mais acentuados nas importações do que nas exportações, o défice da balança comercial portuguesa (exportações menos importações) encolheu em 706 milhões de euros, para 2.171 milhões de euros, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Face a agosto, registou-se um decréscimo de 203 milhões de euros.

“Os combustíveis e lubrificantes representaram 32,3% do défice da balança comercial em setembro, pelo que o saldo da balança comercial expurgado do efeito destes produtos totalizou menos 1.470 milhões de euros, o que corresponde a uma diminuição do défice de 352 milhões de euros face a setembro do ano anterior e uma diminuição de 277 milhões de euros em relação ao mês anterior”, refere o gabinete estatístico.

Neste contexto, os índices de valor unitário (preços) registaram variações de menos 4,3% nas exportações e menos 6,9% nas importações, o que reflete o ajustamento dos preços dos produtos petrolíferos, dado que, excluindo estes produtos, verificaram-se decréscimos de 1,6% nas exportações e de 4,3% nas importações.

O INE salienta ainda a diminuição das transações com Espanha — país que, em 2022 era simultaneamente o principal cliente e fornecedor do mercado nacional –, que foi de -10,8% nas exportações e de -6,8% nas importações.

No terceiro trimestre, entre julho e setembro, as exportações e as importações diminuíram 8,7% e 12,4%, respetivamente, em relação ao mesmo período de 2022, acentuando a trajetória iniciada no trimestre anterior (-4,7% e -6,4%, pela mesma ordem).

(Notícia atualizada pela última vez às 12h15)

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