“Deus nos livre de ter um radical à frente do Governo”
O PSD está reunido em congresso para discutir os estatutos, mas também a situação do país, depois da queda do Governo e marcação de eleições antecipadas.
“Quando esse fervoroso adepto da geringonça falar assim, Deus nos livre de ter um radical à frente do Governo, Deus nos livre de ter uma nova geringonça”, afirma Luís Montenegro, presidente do PSD, durante o congresso do partido, sobre Pedro Nuno Santos, candidato à liderança do PS.
No seu discurso de abertura do 41.º Congresso do PSD, que decorre hoje em Almada, no distrito de Setúbal, Luís Montenegro acusa o antigo ministro das Infraestruturas de agora “falar mansinho”, dizendo ainda que o PSD irá governar e já tem um adversário: o “camarada Pedro” numa referência a Vasco Gonçalves.
O presidente do PSD considerou que a geringonça foi “uma versão moderna” do ‘gonçalvismo’, que tem “o seu mais fanático defensor” em Pedro Nuno Santos, juntamente com a “Cinderela” Mariana Mortágua.
“Nem de propósito realizámos este congresso no 25 de novembro, quando o país vai ter a oportunidade de dizer não ao gonçalvismo, agora adornado numa versão moderna chamada geringonça”, disse o presidente do PSD.
“O PSD não é extremista, não é radical, não é ultraliberal, é interclassista, que é liberal na economia. Mais do que ser de esquerda ou de direita é das pessoas e para as pessoas”, disse ainda.
“Este PSD é uma casa segura para os não socialistas mas é também uma casa segura para que os que acreditam na causa socialista não se revêm neste gonçalvista transvestido de geringonça”, referiu.
Referindo-se ainda aos candidatos às eleições internas do PS — Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro –, Montenegro considerou que “aconteça o que acontecer teremos um governante da velha geringonça e cúmplice da governação dos últimos anos à frente do PS”.
Executivo “caiu de podre”
O Governo, referiu ainda, “ruiu por dentro”. “O governo não caiu por causa de um parágrafo nem um processo; caiu de podre, por indecente e má figura da governação“, disse.
Ainda sobre a queda do Executivo liderado por António Costa, o líder do PSD considerou que “o Governo caiu porque era insuportável continuar a existir, numa equipa feita em pedaços, depois de 14 demissões”, afirmou.
“O PS caiu porque não tinha e não tem soluções para o país. A instrumentalização da justiça para servir de álibi é mais uma machadada na credibilidade das instituições e é isso que o PS tem feito nas últimas semanas”, disse ainda.
Sobre os resultados do próximo processo eleitoral que se avizinha — as eleições legislativas estão marcadas para 10 de março — Montenegro diz estar convicto de que o povo português “não vai beneficiar o infrator, mas sabemos que não é suficiente para ganhar as eleições e governar”, diz
“Não são as pessoas que estão erradas quando não votam em nós, nós é que temos de admitir que estamos errados quando não damos argumentos para não votar em nós”, argumentou.
“Só serei primeiro-ministro se vencer as eleições de 10 de março. Estou aqui de peito aberto para falar das nossas propostas. Essa apresentação será feita numa outra intervenção no congresso”, referiu ainda.
O líder do PSD diz querer apresentar um projeto que propõe um “novo contrato social, gerar mais riqueza” e trazer ao Estado “um desempenho mais transparente, mais eficaz, com menos burocracia e capaz de erradicar a corrupção”.
“Queremos um Estado que atrapalhe o menos possível” a vida dos cidadãos, disse. “Vamos dar a Portugal uma vida nova e um Governo novo”, disse ainda.
“Tenho a certeza de que este congresso vai mostrar a nossa força, de mostrar a nossa equipa. Sei que esta onda laranja está muito forte, mas sei que os portugueses ainda não absorveram em plenitude essa força“, disse ainda no seu discurso.
(Última atualização às 12h10)
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