Empresas do Estado quadruplicam lucros no primeiro semestre. Stock de dívida dispara quase 40%

As mais de 100 empresas que constituem o setor empresarial do Estado fecharam o primeiro semestre com uma subida dos lucros, do EBITDA e das receitas, registando um "aumento significativo da dívida".

O setor empresarial do Estado (SEE), que agrega 142 empresas públicas, fechou o primeiro semestre deste ano com lucros de 341 milhões de euros, cerca de quatro vezes mais que os 67 milhões de euros com que tinha encerrado o primeiro semestre de 2022.

Os dados foram divulgados esta segunda-feira pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e mostram ainda um aumento homólogo de 17% do EBITDA para 1.216 milhões de euros. “Em termos desagregados, a melhoria do EBITDA foi mais significativa nas Empresas Públicas Financeiras (EPF) e nas Empresas Públicas Não Reclassificadas (EPNR)”, lê-se no relatório da UTAO.

Do setor empresarial do Estado fazem parte empresas como o Banco Português de Fomento, a Caixa Geral de Depósitos, a CP – Comboios de Portugal, a RTP, a Infraestruturas de Portugal, a TAP ou 21 centros hospitalares.

Entre janeiro e junho, as empresas do setor empresarial do Estado analisadas pela UTAO (121 de uma amostra total de 141 empresas) apresentaram também um aumento homólogo de 12,3% das receitas, para 7.391 milhões de euros no final do primeiro semestre deste ano, e um crescimento homólogo de 15,4% dos gastos totais, para 6.403 milhões de euros.

“Podemos concluir que no período janeiro a junho de 2023, registou-se um aumento homólogo da atividade económica das empresas que integram o SEE, quer por via do aumento da receita total quer dos gastos totais, com um impacto (líquido) agregado negativo (-47 milhões de euros), com reflexo direto no EBITDA alcançado”, referem os técnicos da UTAO.

As contas das 121 empresas públicas analisadas pela UTAO (115 empresas financeiras e 6 não-financeiras) mostram ainda que o stock global de dívida acumulado pelo setor empresarial do Estado registou um aumento anual de 39,7% no primeiro semestre deste ano para quase 41 mil milhões de euros.

“O stock global de dívida das empresas que integram o SEE aumentou significativamente primeiro semestre 2023, com contributos diferenciados das várias categorias de empresas públicas”, referem os técnicos da UTAO, sublinhando um “aumento muito significativo da dívida entre EPF [empresas públicas financeiras] e das EPNR [empresas públicas não reclassificadas] versus um aumento moderado da dívida nos subconjuntos EPNF [empresas públicas não financeiras] e EPR [empresas públicas não reclassificadas].”

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