INE estima que preço do azeite disparou quase 70% este ano

A produção "extraordinariamente" baixa da campanha anterior e os elevados níveis de procura, fizeram com que o preço do azeite a nível nacional disparasse cerca de 70% em 2023.

O preço do azeite terá aumentado quase 70% este ano, fruto dos níveis baixos de produção face à campanha anterior e da acentuada redução dos stocks devido ao aumento da procura nos últimos meses.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que o preço do azeite em 2023 tenha subido 69,2%, um aumento motivado, principalmente, pela “produção extraordinariamente baixa da campanha anterior”, que provocou altas cotações do azeite no mercado nacional.

Segundo o INE, antecipa-se um decréscimo de 8,3% em volume no ano civil de 2023, em consequência da acentuada baixa de produção de azeitona na campanha 2022/2023, “que não foi compensada pelo aumento de produção da atual campanha (2023/2024)”.

Além disso, o preço do azeite é também influenciado “quer pela baixa acentuada dos stocks nacionais”, em resultado da maior procura, quer pelos mercados internacionais, onde Espanha se destaca como o maior produtor mundial.

“Nos últimos anos a produção de azeite espanhol tem sido baixa e os preços muito elevados, o que tem influenciado o mercado português”, aponta o gabinete de estatística, naquela que é a primeira estimativa das contas económicas da agricultura deste ano.

Setor agrícola inverte queda nos rendimentos

Segundo os resultados, os rendimentos do setor agrícola deverão inverter o sentido e aumentar 8,3% em 2023, depois de uma quebra de cerca de 12%, em 2022.

Fonte: INE

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo INE, contribuiu para esta evolução um acréscimo “pronunciado” do Valor Acrescentado Bruto (VAB) em termos nominais (33,3%), “que mais que compensou o decréscimo previsto para outros subsídios à produção (-47,3%) a pagar em 2023.

A variação do VAB é resultado de um aumento do valor da produção superior ao do consumo intermédio, determinado, entre outros fatores, pelo decréscimo nos preços da energia, adubos, cereais e oleaginosas. No ano passado, o acréscimo de preços do consumo intermédio foi superior ao da produção, recorda o INE.

No período de janeiro a outubro de 2023, as exportações de produtos agrícolas aumentaram 2,1% face ao mesmo período do ano anterior, em contraste com o decréscimo nas exportações totais (-1,0%). Enquanto isso, as importações de produtos agrícolas aumentaram 3,8% no mesmo período, tendo as importações totais registado um decréscimo de 3,6%.

Destaque para a produção de cereais, que caiu 3,8% em volume, em resultado de decréscimos em todos os cereais, à exceção do milho e arroz, “motivado por condições meteorológicas adversas”.

“Com efeito, a campanha cerealífera foi bastante negativa, tendo os preços registado uma diminuição significativa (-23,7%), onde se destaca o trigo, a cevada e o milho, em consonância com a diminuição dos preços registada nos mercados internacionais, após o período de escassez de cereais (com preços elevados) na sequência da guerra na Ucrânia”, detalha o gabinete de estatística.

Em sentido contrário, as plantas industriais deverão registar um aumento de produção em valor de 16,5%, principalmente devido ao aumento do preço (19,9%), uma vez que o volume diminuiu (-2,8%). Neste grupo, destaca-se o girassol, com decréscimos de 30,0% em volume e 43,6% em preço.

Na produção da batata também se observou a aumentos em volume e em preço (12,9% e 34,6%, respetivamente), resultado das condições climatéricas “que favoreceram o desenvolvimento vegetativo da batata de irrigação”, enquanto a batata de sequeiro foi prejudicada pela falta de humidade, apresentando calibres muito reduzido.

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