OIM sublinha recordes de migrantes em 2023
A diretora-geral da Organização Internacional para as Migrações referiu que “o mundo assistiu, em 2023, a aumentos históricos do número de pessoas em movimento" devido a conflitos, entre outros.
A diretora-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Amy Pope, sublinhou esta segunda-feira o aumento histórico de migrantes em todo o mundo durante este ano e defendeu que as migrações estão a tornar-se mais complexas. Num vídeo publicado no site da OIM a propósito do Dia Internacional dos Migrantes, que se assinala esta segunda, Amy Pope referiu que “o mundo assistiu, em 2023, a aumentos históricos do número de pessoas em movimento devido às alterações climáticas, aos conflitos e às grandes disparidades económicas”.
A migração “é tão antiga quanto a própria humanidade”, reconheceu Amy Pope, lembrando, no entanto, que a atividade “está a tornar-se mais complexa”. Considerando que se está a viver “um momento crítico”, não só para os migrantes atuais, mas também para os do futuro e para os que querem manter-se nos locais onde vivem, a diretora-geral da OIM defendeu a necessidade de procurar “soluções que tenham como base as pessoas”.
A migração “é uma pedra angular do desenvolvimento sustentável, da prosperidade e do progresso”, sublinhou, acrescentando que “as pessoas em movimento são poderosos impulsionadores do desenvolvimento, tanto nos países de origem como nos países de destino” porque representam novos “trabalhadores, estudantes, empresários, familiares, artistas e muito mais”.
Além disso, referiu, os migrantes criam “misturas únicas de culturas e perspetivas”, já que “mantêm, muitas vezes, fortes ligações aos seus países de origem, ao mesmo tempo que abraçam as suas novas comunidades, para onde levam uma riqueza de conhecimentos, experiência e competências”.
Por isso, defendeu a líder da OIM, agência que integra o sistema da ONU, é preciso reconhecer o poder da migração. “A migração faz parte da solução para uma maior prosperidade económica” e é “uma parte fundamental da solução para as alterações climáticas”, pelo que é fundamental “trabalhar juntos para aproveitar o poder da migração”, afirmou ainda Amy Pope, apelando a cada pessoa para ser “um agente de mudança”.
O Dia Internacional dos Migrantes, cujo tema este ano é a promoção de migração segura, é comemorado anualmente pelas Nações Unidas a 18 de dezembro para assinalar “as contribuições significativas dos migrantes e esclarecer os desafios que enfrentam”. A comemoração teve início em 2000, quando a Assembleia-Geral das Nações Unidas proclamou oficialmente o dia devido ao número crescente de migrantes em todo o mundo.
Segundo o Relatório Mundial sobre Migração 2022, o último publicado pela ONU, existem 281 milhões de migrantes internacionais, o que equivale a 3,6% da população mundial. No relatório anterior, lançado em 2019, o número contabilizado era de 272 milhões de migrantes internacionais, ou seja, 3,5% da população global.
Na década de 1970, o total de migrantes internacionais rondava os 80 milhões de pessoas, o equivalente a 2,3% da população mundial. Também o relatório anual sobre migração da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), publicado em finais de outubro, refere que a migração atingiu um recorde histórico em 2022, com 6,1 milhões novos migrantes, número que excluiu os refugiados ucranianos.
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