Lei da imigração é “um escudo que fazia falta”, diz Macron

  • Lusa
  • 20 Dezembro 2023

O chefe de Estado francês admitiu que a caução exigida aos estudantes estrangeiros pela lei da imigração "não é uma boa ideia", mas este argumento não é suficiente para a bloquear.

A lei da imigração, cuja aprovação desencadeou em França uma crise na maioria governamental, é “um escudo que fazia falta” ao país, defendeu esta quarta-feira o Presidente, Emmanuel Macron, rejeitando que o texto se inspire em princípios de extrema-direita. “Quando governamos, temos responsabilidades, e essas responsabilidades comprometem-nos. Temos de assumir a responsabilidade pelo que foi feito no passado e temos também de acalmar os espíritos”, disse Macron em declarações ao canal televisivo France 5.

O chefe de Estado francês considerou também que a caução exigida aos estudantes estrangeiros pela lei da imigração aprovada na terça-feira à noite “não é uma boa ideia”, mas que as disposições que não lhe agradam “não justificam bloquear tudo”. “Honestamente, não é uma boa ideia (…), porque penso que precisamos de continuar a atrair os talentos dos estudantes de todo o mundo”, explicou.

Mas “o texto adotado é um texto que continua a ser útil [e] as disposições que foram aceites, apesar de não me agradarem, não justificariam bloquear tudo”, afirmou Macron. Para evitar que o partido da extrema-direita francês União Nacional chegue ao poder, “é necessário resolver os problemas que o alimentam”, sustentou, sublinhando que esta lei da imigração visa “muito claramente” desencorajar a entrada de imigrantes ilegais no país.

Existe “um problema de imigração” em França, afirmou ainda o chefe de Estado francês, embora frisando que não acredita que o país esteja “esmagado pela imigração”. A culminar vários meses de tensas disputas legislativas, o parlamento aprovou na terça-feira definitivamente a lei sobre a imigração, que torna significativamente mais rigorosas as condições de admissão de cidadãos estrangeiros em França.

A aprovação deste projeto de lei, com os votos a favor da extrema-direita de Marine Le Pen, que reivindicou uma “vitória ideológica”, fraturou a maioria presidencial, levando à demissão de um ministro.

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