Fundo americano KKR lança OPA sobre a Greenvolt

  • ECO e Lusa
  • 21 Dezembro 2023

Oferta do Gamma Lux prevê compra de cada ação da Greenvolt por 8,3 euros, 11,5% acima do fecho da última sessão e um "prémio" de 95,3% face ao preço inicial de admissão dos títulos em julho de 2021.

Um fundo de infraestruturas gerido pela empresa de investimento norte-americana Kohlberg Kravis Roberts (KKR) anunciou esta quinta-feira uma oferta de compra do grupo português Greenvolt, que atua no setor das energias renováveis.

O fundo Gamma Lux, com sede no Luxemburgo, lançou formalmente “uma oferta pública geral e voluntária de aquisição da totalidade das ações” da Greenvolt, de acordo com um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O lançamento desta oferta surge depois do fundo gerido pela KKR ter assinado contratos para comprar uma participação total de 60,86% na Greenvolt a sete acionistas da empresa liderada por João Manso Neto. Entre as quais a Actium, empresa de Paulo Fernandes. Ainda não tem caráter obrigatório, mas terá quando o fundo foi dono efetivo dos 60% do capital da sociedade.

Ao ECO, fonte da empresa de investimento destacou que a Greenvolt será “integrada na plataforma de energias renováveis da KKR, que desde 2008 já investiu mais de 15 mil milhões de dólares no setor das energias renováveis e transição climática, numa ótica de longo prazo”.

As aquisições só deverão estar concluídas a partir de 31 de maio de 2024, após aprovação por parte da Autoridade da Concorrência Portuguesa e dos homólogos da Roménia, da Irlanda, do Reino Unido e da Alemanha, indicou a mesma nota.

A oferta do Gamma Lux prevê a compra de cada ação da Greenvolt por 8,3 euros, 11,5% acima do valor das ações do grupo no fecho da sessão de quarta-feira. O fundo gerido pela KKR sublinhou ainda que a oferta representa “um prémio de 95,3% em relação ao preço inicial de admissão” das ações, a 15 de julho de 2021, e de 32,1% face ao preço médio ponderado na Euronext nos últimos seis meses.

Entretanto, por volta das 10h30, o conselho de administração da CMVM levantou a suspensão da negociação das ações da Greenvolt, que tinha suspenso às 07h48 devido a esta oferta.

O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) determinou no dia 21/dez/2023 pelas 10:30 (UTC), nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários, o levantamento da suspensão da negociação das ações Greenvolt Energias Renováveis S.A.

Em janeiro, a Greenvolt tinha anunciado um acordo com a KKR para a emissão de obrigações no valor de 200 milhões de euros, com maturidade de sete anos, passíveis de serem convertidas em ações da empresa. Na altura, a empresa portuguesa defendeu, num comunicado, que este investimento ia permitir um “crescimento mais acelerado” da Greenvolt, potenciando ainda novas oportunidades de negócio.

“Esta é uma operação de extrema relevância para a Greenvolt, na medida em que vemos na KKR não apenas um investidor, que reconhece o potencial da empresa, mas também um parceiro, que acredita na estratégia que definimos, isto ao mesmo tempo que possibilitará acelerar ainda mais o cumprimento dos compromissos assumidos”, afirmou na altura o líder da Greenvolt, João Manso Neto.

“Estamos muito entusiasmados em fazer esta parceria que dará suportes à estratégia de criação de valor no segmento das energias renováveis, entregando 100% de energia verde através de múltiplas tecnologias em diversas geografias. Vemos uma grande oportunidade para a Greenvolt na biomassa, na energia eólica e solar de larga escala e na geração distribuída e este investimento está alinhado com o compromisso da KKR para dar novos passos rumo à importante transição energética”, resumiu o partner da KKR, Vincent Policard, em janeiro.

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João Manso Neto, CEO da GreenvoltHugo Amaral/ECO

A KKR é uma empresa de investimento “líder mundial que oferece gestão alternativa de ativos, bem como soluções no mercado de capitais e seguros”, explicou na altura a Greenvolt. A KKR é também acionista da empresa de tecnologia chinesa ByteDance Ltd., que tem entre as subsidiárias a rede social TikTok.

Nos primeiros nove meses deste ano, a Greenvolt registou lucros de 5,9 milhões de euros, menos 64,7% que os obtidos em período homólogo. Destaque para o aumento das receitas totais de 45,9%, à boleia “do forte crescimento do segmento de utility scale e da geração distribuída” que mais do que compensou “a quebra registada no negócio da biomassa”.

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