“Não estarei cá a assombrar ninguém para que não faça diferente”, diz António Costa

  • ECO
  • 17 Dezembro 2023

António Costa passou o testemunho a Pedro Nuno Santos. "Não estarei cá a assombrar ninguém para que não faça diferente", diz o ainda primeiro-ministro. "Terá o PS a seu lado", responde o novo líder.

“Não estarei cá a assombrar ninguém para que não faça diferente”, diz António Costa, ao fim de quase duas horas de reunião com o novo secretário-geral do PS, reforçando que no partido “não há sucessores nem heranças“.

Agora todos apoiamos o novo secretário-geral“, garante Costa, dando o exemplo da “unidade” mostrada na noite de sábado pelo candidato vencedor às eleições internas e por José Luís Leitão. “Eu diria que o PS está seguramente muito mais unido depois destas eleições do que o PSD ao fim de vários anos de liderança de Luís Montenegro”, atira, reiterando a ideia de que o novo líder está muito mais preparado do que o presidente do PSD para ser primeiro-ministro.

“Felizmente é uma pessoa com uma grande experiência política, quer como dirigente partidário quer como membro do governo. Se compararmos a experiência política que tem com a experiência do líder da oposição, percebemos a gigantesca experiência que existe quanto ao grau de preparação que Pedro Nuno Santos relativamente ao Dr. Luís Montenegro”, reforçou.

“Precisamos cada vez mais de um partido com provas dadas na boa governação económica, alguém experiente e capaz de fazer pontes com partidos no campo democrático e que possa dar um novo impulso e energia”, repetiu, acrescentando que com a nova liderança chegará também uma “nova energia, releitura da situação politica e dos objetivos”. “É normal que assim aconteça”, reiterou.

O que os portugueses esperam é que agora com Pedro Nuno Santos o PS possa fazer mais e melhor daqui para a frente“. Quanto à “utilidade” de António Costa, caberá, a partir de março, à nova direção e ao novo secretário-geral definir qual é”, diz o até lá primeiro-ministro.

António Costa começou a sua intervenção, ao fim de quase duas horas de encontro com o seu antigo ministro das Infraestruturas, por afirmar que foi um encontro de camaradas e amigos”.

Quero felicitar, desejar as maiores felicidades e pôr-me ao dispor, como militante do PS, para aquilo que for útil para o futuro do partido socialista, ou seja, para o futuro do país“, começou por dizer.

António Costa “terá o PS ao seu lado”

António Costa tem o seu espaço de possibilidades aberto e ao seu dispor, com a certeza de que terá o PS ao seu lado, isso eu também já o disse várias vezes. Espero que o país possa continuar a contar de alguma forma com o contributo de António Costa“, disse por seu turno Pedro Nuno Santos, à saída do encontro.

Repetindo os elogios ao ainda primeiro-ministro e o “orgulho” nos resultados da governação, Pedro Nuno Santos acrescenta que o objetivo é agora “não só concluir muitos dos projetos iniciados pelo atual Governo, mas darmos início a uma nova fase, um novo ciclo”. “Como dizia António Costa, com um novo impulso, com uma nova energia“, citou.

Confrontado com os comentários de Luís Montenegro ao seu discurso de vitória, o líder eleito respondeu que não comentaria, mas lá foi comentando. “Eu não sou o candidato que a direita gostava que fosse. Não sou o líder do PS que a direita gostava de ter”, começou por afirmar.

“Como devem imaginar, não estava à espera que o discurso que eu fizesse ou aquilo que eu venha a dizer seja algum dia ou em algum momento elogiado pelo PSD. Isso é que seria de suspeitar, caso fosse de facto elogiado pelo líder do PSD ou por algum dirigente do PSD, isso, sim, seria preocupante”, disse ainda, garantindo “um grande combate a esta direita e ao PSD”.

António Costa foi o primeiro a chegar à sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa, para esta passagem de pasta simbólica. O ainda primeiro-ministro esteve reunido com o novo secretário-geral do partido, durante cerca de 1h45.

 

(notícia atualizada às 15h40, com declarações de Pedro Nuno Santos)

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Grupo Lufthansa exige indemnização de 730.000 euros a ativistas climáticos

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2023

Os prejuízos causados estão estimados em 400.000 euros, uma fatura que já foi enviada a dez ativistas, que cortaram uma vedação de acesso e entraram de bicicleta nas pistas.

A Eurowings, em nome de todas as filiais do grupo Lufthansa, exige uma indemnização de 740.000 euros aos ativistas climáticos do Last Generation pelo bloqueio de pistas em três aeroportos alemães no verão passado e no outono de 2022.

De acordo com a edição ‘online’ de hoje do jornal “Bild am Sonntag”, a ação dos ativistas, em 13 de julho, só no aeroporto de Hamburgo (norte), afetou 57 voos do Grupo Lufthansa, incluindo Lufthansa, Eurowings e Swiss, e 8.500 passageiros.

Os prejuízos causados estão estimados em 400.000 euros, uma fatura que já foi enviada a dez ativistas, que cortaram uma vedação de acesso e entraram de bicicleta nas pistas.

De acordo com as informações fornecidas na altura pela polícia, quatro deles colaram-se ao chão nas estradas de acesso às pistas.

No aeródromo de Düsseldorf (oeste), uma ação paralela no mesmo dia impediu a descolagem de 24 aviões e 3.000 passageiros, o que teria causado prejuízos económicos às companhias aéreas de cerca de 220.000 euros.

Os membros da Last Generation explicaram, no verão passado, que estavam a protestar contra “a falta de planeamento do Governo e a falta de aplicação da lei na crise climática”.

No aeródromo de Berlim-Brandenburgo, um protesto em novembro de 2022 perturbou o horário de voo de 25 aviões e 5.000 passageiros. Neste caso, seis ativistas receberam uma fatura conjunta de 120.000 euros, que são obrigados a pagar, embora nenhum deles tenha pago a indemnização exigida.

Os ativistas da Last Generation têm protestado na Alemanha desde o início de 2022 com bloqueios de estradas e outras ações para exigir mais proteção climática.

A mais recente foi levada a cabo em várias cidades alemãs, pulverizando árvores de Natal com tinta laranja. A Porta de Brandemburgo, em Berlim, também foi pintada com tinta. De acordo com a administração do património de Berlim, os danos ascenderam a 115.000 euros.

Estas ações contribuíram para que Berlim voltasse a analisar se o grupo Last Generation deveria ser classificado como uma organização criminosa.

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“Querem agora aparecer de ‘cara lavada'”, reage Luís Montenegro

  • ECO
  • 17 Dezembro 2023

"Andar aqui com o papão da direita, que vem aí alguém que deseja fazer mal às pessoas, é uma "narrativa política" que é inconsequente para a vida das pessoas", acusa o presidente do PSD.

“Todos aqueles que andaram durante oito anos a vender-nos a ilusão, muitos deles com responsabilidades acrescidas em setores fundamentais, como a habitação e as infraestruturas, querem agora aparecer aos olhos dos portugueses de cara lavada”, afirma este domingo Luís Montenegro, presidente do PSD, em reação à vitória de Pedro Nuno Santos nas eleições internas do PS.

Andar aqui com o papão da direita, que vem aí alguém que deseja fazer mal às pessoas, é uma “narrativa política” que é inconsequente para a vida das pessoas“, acusa o presidente do PSD, que este domingo começa o programa da iniciativa “Sentir Portugal”, em Aveiro.

“Com respeito e cultura democrática é desejar que o Partido Socialista possa preparar-se para vir para a campanha discutir o futuro de Portugal e não esteja amarrado àquilo que foi uma trajetória que só trouxe empobrecimento ao país e que manifestamente os portugueses não querem ver renovada“, atira Luís Montenegro.

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Londres e Berlim pedem “cessar-fogo sustentável” em Gaza

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2023

"Um cessar-fogo insustentável, que rapidamente conduziria a mais violência, só tornaria mais difícil a construção da confiança necessária para a paz", defendem num artigo escrito a quatro mãos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, pediu um “cessar-fogo sustentável” em Gaza e que se trabalhe por uma paz duradoura entre Israel e a Palestina num artigo com a homóloga alemã, publicado este domingo no The Sunday Times.

O apelo a um cessar-fogo, mas “apenas se for sustentável”, significa uma mudança de tom por parte do Governo britânico, que até agora defendia “pausas humanitárias” ocasionais para permitir a entrada de ajuda em Gaza.

No texto, David Cameron e a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, esclarecem que, apesar de representarem “tradições políticas muito diferentes” – ele é conservador e ela é verde – partilham o desejo de melhorar as coisas e “a ânsia de paz, no Médio Oriente como noutras partes do mundo”.

Ao contrário de outros, não acreditam que “apelar agora a um cessar-fogo geral e imediato, na esperança de que este se torne permanente, seja o caminho a seguir“.

Isso ignoraria o facto de “Israel ter sido forçada a defender-se após o ataque” do Hamas em 07 de outubro e de o grupo islamista “continuar a disparar mísseis para matar cidadãos israelitas todos os dias”. “O Hamas tem de depor as armas”, afirmam.

Um cessar-fogo insustentável, que rapidamente conduziria a mais violência, só tornaria mais difícil a construção da confiança necessária para a paz”, defendem.

Os dois políticos afirmam que “só os extremistas como o Hamas” querem continuar “presos num ciclo interminável de violência, sacrificando os seus próprios interesses”.

Insistem que o objetivo “não pode ser simplesmente o fim dos combates atuais”, mas “deve ser uma paz que dure dias, anos e gerações”.

“Por isso, apoiamos um cessar-fogo, mas apenas se for sustentável”, acrescentam.

Os ministros apelam ao Hamas para que liberte imediatamente os reféns e avisam que deixá-los em Gaza “seria um obstáculo permanente no caminho para uma solução de dois Estados (israelita e palestiniano)”.

Cameron e Baerbock destacam três áreas de ação: em primeiro lugar, reconhecem o direito de Israel a defender-se, mas apelam para que, “ao fazê-lo, respeite o direito humanitário internacional”, porque “já foram mortos demasiados civis”.

Em segundo lugar, “deve ser prestada mais ajuda aos palestinianos” e, por último, a comunidade internacional, e em particular os países árabes, devem trabalhar para uma solução que “proporcione segurança a longo prazo aos dois povos”.

Neste sentido, apelam ao fim da violência dos “colonos extremistas na Cisjordânia”, que “tentam sabotar esses esforços”, enquanto, na sua opinião, os palestinianos precisam de uma equipa de líderes que lhes ofereça “o governo que merecem”.

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Luís Amando defende corte de impostos

  • ECO
  • 17 Dezembro 2023

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios o ex-ministro socialista defende que "não podendo haver aumento dos impostos, é provável que se possa considerar uma opção de redução da carga fiscal.

Luís Amado, consultor e ex-ministro socialista, defende que o PS tem condições par ser o vencedor no dia 10 de março e descreve o processo que levou às eleições antecipadas como uma “precipitação”. No entanto, o país não será abalado porque “a âncora fundamental para a estabilidade é ter a divida controlada”. Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros lembra que “a divida é a perda da liberdade, a perda da capacidade de controlo do destino e a total hipoteca aos credores“.

Portugal, segundo o agora consultor, “estava numa situação excecional”, por comparação com outros países, mas ainda está numa situação de exceção. “Assim haja juízo e bom senso“, acrescenta.

O antigo ministro recorda que as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento vão mudar e que praticamente metade dos países da zona euro está em défice excessivo, o que não acontece em Portugal.

“A OCDE considera, em grande parte, resulta também desse reconhecimento, de que há uma carga fiscal tão grande já na economia portuguesa que dificilmente há margem para fazer qualquer ajustamento pela via do aumento dos impostos. Portanto, não podendo haver aumento dos impostos, é provável que se possa considerar uma opção de redução da carga fiscal”, afirmou na entrevista.

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Economistas veem inflação numa rota descendente sustentada em 2024

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2023

Na última projeção em outubro, o NECEP apontava para um ponto central para a inflação na zona euro em 2024 entre 3% e 5% e um pouco mais baixo em Portugal, entre 2,5% e 4,5%.

A inflação na zona euro e em Portugal deverá continuar a reduzir-se no próximo ano, depois da luta dos bancos centrais, famílias e empresas contra a subida dos preços, segundo os economistas consultados pela Lusa.

Depois de anos com uma taxa de inflação muito baixa, a reabertura da economia após a pandemia e os preços mais elevados dos produtos energéticos fizeram soar os primeiros alarmes na reta final de 2021.

O fenómeno agudizou-se ao longo de 2022, levando o Banco Central Europeu (BCE) a subir, em julho desse ano, pela primeira vez em 11 anos as taxas de juro, com o objetivo de fazer regressar a taxa de inflação para a meta de 2%.

Apesar da guerra na Ucrânia não dar sinais de ter fim, o impacto sobre a energia e sobre os produtos alimentares atenuaram-se e ao longo de 2022 começaram a surgir os primeiros sinais de que a inflação poderá estar numa rota descendente, que segundo os economistas se deverá confirmar como sustentada em 2024.

“O ritmo de descida da inflação que observamos a partir do verão não deverá ser repetível devido a efeitos de base. Para 2024 há três aspetos importantes a contribuir para uma inflação mais baixa: a política monetária é restritiva, a evolução dos preços da energia e outras commodities é encorajadora e estamos perante um abrandamento da atividade“, explica o presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros.

No entanto, o economista assinala que “2024 não deverá ser assim tão mau para o consumo já que teremos um alívio nos juros e na inflação, tendo os salários recuperado“.

Haverá, provavelmente, um acréscimo de rendimento disponível face a 2023 em muitos casos, o que deverá suportar o consumo e impedir uma queda tão pronunciada na inflação. Os preços dos bens deverão subir pouco ou nada, mas enquanto o desemprego não aumentar, os preços dos serviços deverão continuar suportados”, refere.

O economista aponta para um intervalo da inflação média não harmonizada entre 1,8% e 2,3% em Portugal em 2024, acreditando que relativamente à previsão do BCE de uma taxa de 2,7% em 2024 será revista em baixa ao longo do ano.

O economista sénior do Banco Carregosa Paulo Rosa também prevê ser “bem provável que a inflação continue a desacelerar em 2024, não sendo mesmo de excluir um período deflacionista se as economias portuguesa e da zona euro entrarem em recessão“.

A taxa de inflação homóloga da zona euro recuou, em novembro, para os 2,4%, segundo a estimativa rápida divulgada pelo Eurostat.

Este valor, o mais baixo desde julho de 2021 (2,2%), compara-se com o de 2,9% registado em outubro e a de 10,1% de novembro de 2022, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC).

O professor do ISEG António Ascenção Costa considera que “a recente queda da inflação, mais rápida que o esperado, decorre da resolução dos problemas da oferta que estiveram na origem do surto inflacionista inicial“.

“Sem agravamento das tensões geopolíticas, com impactos imprevisíveis na oferta mundial de algumas matérias-primas ou mesmo de bens especializados, a evolução da inflação deverá continuar no sentido da queda”, prevê o economista sobre a evolução no próximo ano.

Um cenário também admitido pelo diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, Pedro Braz Teixeira, que assinala que “a guerra no Médio Oriente se mantiver circunscrita, espera-se que a inflação prossiga a sua trajetória descendente”.

Apesar do relativo otimismo, os decisores do BCE têm sublinhado que ainda não é possível “declarar vitória” contra a inflação, alertando que atingir os 2% que pretende pode ainda levar algum tempo.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, tem repetido apelos para prudência nos aumentos salariais, alertando que a inflação estava agora a ser mais impulsionada por fontes internas do que por fontes externas.

“As pressões salariais, entretanto, permanecem fortes. A nossa avaliação atual é que isto reflete principalmente efeitos de ‘recuperação’ relacionados com a inflação passada, e não uma dinâmica auto-realizável. E esperamos que os salários continuem a ser um factor-chave que impulsiona a inflação interna“, disse.

O coordenador do NECEP — Católica-Lisbon Forecasting Lab, João Borges de Assunção, considera que “há o risco das subidas de salários acima” da meta de 2%, entre 2022 e 2024, poderem dificultar o trabalho do BCE.

Na última projeção em outubro, o NECEP apontava para um ponto central para a inflação na zona euro em 2024 entre 3% e 5% e um pouco mais baixo em Portugal, entre 2,5% e 4,5%.

Os dados da inflação de outubro e novembro, porém, saíram bastante bons, o que torna os valores na parte inferior dos intervalos de projeção mais verosímeis”, explica.

Para o economista, “a evolução das taxas de juro é a partir de agora mais incerta“, já que “os que defendem que a subida dos juros já foi suficiente para combater a inflação têm agora argumentos“, mas “quem teme que as subidas de salários se repercutam em aumentos permanentes de preços, particularmente nos serviços, também têm argumentos“.

“Provavelmente o BCE quererá ver muitos meses com a inflação mensal, expurgada das componentes voláteis, consistente com uma inflação anual de 2% antes de considerar que o problema deste episódio de inflação entre 2021 e 2023 ficou resolvido”, conclui.

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Novo líder do PS quer Estado social forte e reforço do papel das empresas públicas

Pedro Nuno Santos admite reeditar a geringonça, vai prosseguir a política de valorização salarial sem se comprometer com metas e quer sistemas complementares de pensões de acesso alargado.

Pedro Nuno Santos, eleito secretário-geral do PS este sábado à noite, rejeita ser chamado de “esquerdista”, preferindo antes o cognome de “social-democrata”, mas admite reeditar a geringonça com PCP e BE e que o próprio ajudou a formar enquanto secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares do primeiro Governo de António Costa, entre 2015 e 2019. “Seria um absurdo estar a negar” uma nova geringonça, afirmou o socialista em entrevista ao ECO esta quinta-feira, em vésperas das eleições internas.

No plano económico, o foco do eventual futuro primeiro-ministro centra-se num Estado social forte, capaz de reforçar a Segurança Social e o sistema de pensões, de valorizar a Administração Pública, de aumentar o parque público de habitação e de combater a precariedade laboral, e numa nova estratégia para as empresas públicas, como a Caixa Geral de Depósitos, a CP – Comboios de Portugal, a Infraestruturas de Portugal ou as administrações dos portos, que deverão funcionar como âncoras da economia nacional. A este respeito, aliás, Pedro Nuno Santos é contra a reprivatização integral da TAP, hoje totalmente pública, defendendo que a maioria do capital deve continuar na esfera do Estado.

Sistemas complementares de pensões

Pedro Nuno Santos garante que irá “reafirmar o sistema público de Segurança Social, assente em contribuições e no regime de repartição, assegurando assim a sua solidez e estabilidade financeira, o melhor antídoto para evitar as derivas de privatização ou plafonamento”, de acordo com a moção estratégica com que se apresentou na corrida à liderança do partido. E, neste plano, o líder do PS defende “a criação de sistemas complementares de acesso alargado, a definir no âmbito da contratação coletiva, acompanhando a generalidade dos países, que dispõem já destes sistemas”.

Estes regimes complementares poderiam ajudar a resolver o problema das baixas reformas para trabalhadores com carreiras contributivas mais curtas. “É essencial melhorar os benefícios e aprofundar a proteção dos trabalhadores precários, criando soluções que respondam a carreiras contributivas interrompidas ou desfavorecidas por contratos frágeis. Neste âmbito, é necessário avaliar a taxa de formação das pensões das pessoas que estiveram desempregadas ou que, em virtude da intermitência ou precariedade, veem a estimativa das suas pensões degradada“, defende no mesmo documento com que concorreu às diretas do PS.

Valorização da Administração Pública

Na senda do reforço do Estado social, Pedro Nuno Santos considera fundamental apostar na Administração Pública, dando continuidade à política de valorização dos funcionários públicos iniciada pelos governos de António Costa. O último fechou, em tempo recorde, mais de uma dezena de acordos com a Função Pública com um impacto orçamental superior a 1,3 mil milhões de euros.

Assim, “atrair e reter profissionais e dotar os serviços públicos de trabalhadores e dirigentes capacitados, qualificados e motivados, assegurando a sua valorização e estabilidade e garantindo perspetivas de futuro constitui, hoje, um dos maiores desafios do nosso Estado Social”, de acordo com a estratégia do novo líder socialista.

Para além disso, é necessário “combater a precariedade e reduzir o recurso à prestação de serviços”, assim como “reforçar os mecanismos de provisão pública direta”. “Nas áreas onde esta é ainda insuficiente, como sucede no caso da habitação e da ação social, importa prosseguir o aumento da oferta, expandindo a rede e a capacidade de resposta”, lê-se na moção, que foi coordenada pela ex-ministra da Presidência, Alexandra Leitão.

Contagem integral do tempo de serviço dos professores

O ex-ministro das Infraestruturas é apologista do descongelamento integral do tempo de serviço dos professores assim como de todas as carreiras da Administração Pública, ainda que de forma faseada.

“O Estado tem de perceber que tem de pagar para conseguir atrair e reter professores (…) o Governo deve procurar repor o que foi congelado em determinado momento (…) Defendo que se deve, de forma faseada, repor o tempo de serviço dos professores”, afirmou Pedro Nuno Santos em outubro.

Do mesmo modo, na moção da sua candidatura, lê-se: “Atrair para a Administração Pública pessoas qualificadas passa pela valorização das carreiras, das condições de trabalho e dos regimes funcionais e remuneratórios, incluindo a recuperação faseada do tempo de serviço congelado, mas também pela simplificação dos procedimentos de recrutamento, pela capacitação contínua e pelo desbloquear das pré-reformas voluntárias como forma de rejuvenescer os trabalhadores públicos”.

De salientar que Pedro Nuno Santos fez uma declaração de voto quando a bancada do PS chumbou a proposta do PSD que visava a reposição integral do tempo de serviços dos docentes em cinco anos. Nessa comunicação, o deputado demarcou-se da posição do grupo parlamentar, explicando que votou contra por existir disciplina de voto.

Concertação social e combate à precariedade

Pedro Nuno Santos, que se afirma herdeiro do “costismo”, vai prosseguir o reforço do diálogo, no âmbito da concertação social, cumprindo o acordo de valorização de rendimentos assinado com patrões e sindicados e que estabelece uma trajetória da retribuição mínima mensal garantida até aos 900 euros, em 2026, ano em que deveria terminal a atual legislatura, se não tivesse sido interrompida por uma crise política desencadeada pela demissão do primeiro-ministro. Mas, na moção, o novo líder do PS não detalha metas concretas quanto à progressão do ordenado mínimo, ao contrário do ex-rival, José Luís Carneiro, que tinha como objetivo chegar aos 1.100 euros em 2028.

Pedro Nuno Santos defende sobretudo a necessidade de “reforçar e aprofundar o diálogo e o modelo assente na concertação social, com o objetivo de tornar mais representativos os movimentos associativos patronais e sindicais”.

Neste quadro, uma das prioridades passa pelo combate à precariedade laboral, matéria que “merecerá um compromisso muito forte com a completa implementação da Agenda do Trabalho Digno”. Ainda assim, salienta que “é preciso evitar a tentação de fazer alterações à legislação”.

Mais do que mudanças constantes ao Código do Trabalho, que Pedro Nuno Santos considera nefastas, o que é preciso “é garantir que a lei é cumprida, prosseguir o reforço dos meios da inspeção do trabalho, tanto do ponto de vista dos meios humanos, como da modernização da atividade inspetiva”, defende.

Nova estratégia para as empresas públicas

Na frente empresarial, Pedro Nuno Santos defende a “transformação do perfil produtivo da economia nacional”, que vai permitir “pagar salários mais elevados e ter capacidade para oferecer oportunidades atrativas para os jovens qualificados”. E a sua alteração passa por “intensificar a sofisticação e complexidade dos bens e serviços produzidos”, ao mesmo tempo que definiu como prioridade na sua estratégia de políticas públicas o “investimento na ciência e investigação e na transferência desse conhecimento para as empresas”.

Nesta área, o Estado deve desempenhar um papel fundamental, sobretudo no investimento em infraestruturas. “O País carece de investimento em todos os modos de transporte: ferroviário, rodoviário, marítimo-portuário e aeroportuário”, lê-se na sua moção.

Pedro Nuno Santos defende mesmo uma “nova estratégia para as empresas públicas” como a Caixa Geral de Depósitos ou a CP – Comboios de Portugal, isto é, um reforço do seu papel na economia portuguesa.

“O regime jurídico do setor empresarial do Estado, criado em 2013 durante o programa da troika, introduziu um regime apertado de controlo financeiro sobre as empresas públicas. Embora muito importante, este controle deve ser complementado com uma estratégia em que as empresas públicas, dotadas de know-how e capacidade no investimento, possam assumir um trabalho de coordenação enquanto empresas-âncora, na dinâmica de modernização e sofisticação dos setores onde atuam”, lê-se no mesmo documento.

Contra a venda total da TAP

O recém-eleito secretário-geral do PS considera que a maioria do capital deve continuar na esfera pública: “Defendo a abertura do capital da TAP a um grupo de aviação, não a fundos ou instituições financeiras, mas que o Estado mantenha a maioria do capital”.

“É importante a TAP não ficar sozinha, e estar integrada num grupo de aviação, mas acho que a melhor forma de garantirmos uma TAP portuguesa, sediada em Portugal, a pagar impostos em Portugal, a cobrar às empresas portuguesas e a desenvolver o hub de Lisboa. A melhor forma de garantir isso, é ficar com essa maioria de capital”, afirmou em outubro, no seu espaço de comentário na SIC Notícias, ainda antes do primeiro-ministro se ter demitido e de o próprio ter anunciado a sua candidatura a líder do PS.

Novo aeroporto em Alcochete: “Mais vale feito do que perfeito”

Em relação ao novo aeroporto da região de Lisboa, e conhecidas já as recomendações da Comissão Técnica Independente (CTI) para a expansão da capacidade aeroportuária que elegem Alcochete como a melhor solução para a infraestrutura complementar à Portela, Pedro Nuno Santos não perdeu tempo a anunciar que então essa será a localização do futuro aeroporto se for primeiro-ministro de Portugal.

“Como diz o povo, mais vale feito do que perfeito”. É o slogan que Pedro Nuno Santos tem incessantemente repetido quando o tema lhe é colocado. “Já perdemos demasiado tempo com a localização do aeroporto. Não podemos paralisar, continuar a arrastar com os pés”, afirmou na quarta-feira passada.

A CTI decidiu, não há dúvidas, nem se espera que Montijo volte à baila”, afirmaram ao ECO fontes próximas de Pedro Nuno Santos. “Aliás a solução Alcochete estava fechada com José Sócrates e só não avançou por causa da troika”, lembrou outra fonte consultada pelo ECO.

Impostos: prefere reduzir o IVA em vez do IRS e quer simplificar o IRC

Em matéria fiscal, Pedro Nuno Santos considera que o alívio da carga tributária não deve passar tanto pela redução dos impostos diretos, nomeadamente o IRS, mas mais pela diminuição dos impostos indiretos, nomeadamente o IVA.

“Sem diminuir a importância das várias reduções da tributação sobre os rendimentos do trabalho [IRS] que foram concretizadas – e a ponderação que devem merecer novas reduções no futuro dirigidas aos rendimentos médios -, é preciso lembrar que quase metade dos portugueses não aufere rendimentos suficientes para pagar IRS, pelo que, quando baixamos este imposto, estes contribuintes em nada beneficiam dessa redução“, lê-se na sua moção estratégica.

Para o líder do PS, mais importante seria “estudar formas de reduzir a tributação indireta”, como o IVA, “que mais impacta no rendimento disponível das famílias com mais baixos rendimentos”. “Ao mesmo tempo, devem ser encontrar formas de reduzir a fatura fiscal da energia, de modo a combater a pobreza energética”, de acordo com o mesmo documento.

A moção de Pedro Nuno Santos é omissa em relação ao IRC, mas, em entrevista ao ECO, o secretário-geral socialista: “Estamos disponíveis para revisitar o código do IRC e simplificá-lo. As pequenas e médias empresas têm mais dificuldade em aproveitar um sistema fiscal complexo do que as grandes empresas. Até por razões de igualdade, nós devemos olhar para o código de IRC e perceber se há espaço para a sua melhoria, para a sua simplificação”.

Quanto a um possível agravamento do Imposto Único de Circulação (IUC) como forma de combate às alterações climáticas, Pedro Nuno Santos é contra, revelou durante o seu espaço de comentário político na SIC Notícias: “Não sou adepto da medida”. De recordar que o polémico aumento do IUC, previsto no Orçamento do Estado para 2024, gerou elevada contestação social, tendo o PS acabado por recuar, eliminando tal medida da proposta orçamental.

Habitação: regulação das rendas e aumento da oferta pública

No arrendamento habitacional, o líder socialista prefere uma regulação mais forte em vez de um maior controlo das rendas. “O controlo de rendas não é errada por definição, mas no momento atual podia ter o efeito contrário e minguar o mercado de arrendamento”, afirmou Pedro Nuno Santos em maio do ano passado.

O socialista pretende “reforçar os mecanismos de provisão pública direta”, nas áreas onde a oferta é insuficiente. Ou seja, quer aumentar o parque público de habitação. Para isso, “é necessário criar um quadro legal que permita a conversão e transformação de espaços comerciais e de serviços em habitação de custos controlados, alterando para o efeito o regime jurídico da propriedade horizontal automática”, de acordo com a sua moção de estratégia.

Saúde: reforço do SNS e diminuição dos seguros privados

Na área da Saúde, Pedro Nuno Santos recusa uma maior complementaridade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com os setores social e privado. O candidato tem “consciência de que uma parte da população tem recorrido de forma crescente aos seguros privados de saúde, confia menos no SNS e recorre cada vez mais aos seguros privados de saúde.” A promessa de Pedro Nuno Santos é “conseguir que o SNS torne desnecessário esse recurso”. Isto é, que cada vez menos portugueses tenham de recorrer aos seguros de saúde e aos privados para conseguirem ser assistidos.

“Há sinais de uma crescente concorrência entre setores e de uma dependência cada vez maior do SNS em relação ao privado. Por isso, os instrumentos de regulação das relações entre o setor público e o setor privado devem ser reforçados e a participação dos privados no sistema nacional de saúde deverá ter por base um quadro operacional com critérios claros”, segundo a sua moção de estratégia.

Redução da dívida: “contas certas” mas com “equilíbrio”

O líder do PS afirma-se defensor das “contas certas”, mas num grau mais flexível do que o ainda ministro das Finanças, Fernando Medina. De recordar que, em 2011, no tempo da troika, Pedro Nuno Santos disse que Portugal não tinha de pagar as dívidas, que podiam tremer as pernas aos banqueiros alemães e que se estava a marimbar. Agora, reconhece, que a frase foi “infeliz”.

Assim, “a estratégia de descida da dívida é essencial”, lê-se na moção da sua candidatura. Contudo, “ela não pode ser vista como uma prioridade isolada; necessita sempre de ser avaliada e ponderada face a outros objetivos e necessidades que o País enfrenta”, de acordo com o mesmo documento.

“Uma política de excedentes orçamentais acelera a redução da dívida pública, mas pode reduzir excessivamente o espaço orçamental que o governo precisa para fazer o investimento público em infraestruturas e em serviços públicos e para apoiar as famílias e as empresas. Precisamos, assim, de encontrar o equilíbrio adequado entre a prossecução da estratégia de redução da dívida pública, os objetivos de crescimento económico, de investimento público e de transformação do Estado”, defende o secretário-geral socialista.

Neste sentido, é natural que o candidato se oponha à criação de um fundo soberano para o qual seriam canalizados os excedentes orçamentais, como propôs Fernando Medina.

“Se fôssemos um País que conseguisse extrair petróleo, por exemplo, e tivéssemos uma receita cuja economia era incapaz de absorver, o fundo teria mais justificação. Num quadro de uma economia como a nossa, tem menos justificação. Só faz sentido se tivermos margem orçamental para o financiar. E verdadeiramente não temos. Não podemos ter margens orçamentais à custa da perpetuação de vários problemas e, por isso, devemos usá-las para resolver os problemas que temos”, afirmou numa entrevista ao Público e à Rádio Renascença, durante a campanha para as eleições internas.

Regionalização: novo referendo

O líder do PS promete aprofundar o processo de descentralização das competências da Administração Central para as autarquias e as comissões de coordenação de desenvolvimento regional (CCDR), comprometendo-se com um novo referendo à regionalização nesta nova legislatura.

A regionalização alicerçada num amplo consenso político e social e a descentralização, como formas de criar e reforçar níveis intermédios – regionais, locais e paroquiais – de decisão legitimados democraticamente que prossigam os interesses das populações e dos territórios que representam, são processos a implementar e aprofundar, respetivamente“, de acordo com a moção de estratégia que apresentou na corrida às eleições internas.

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Pinto da Costa hospitalizado por precaução após sofrer acidente rodoviário

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2023

De acordo com uma nota publicada no sítio oficial dos 'dragões' na Internet, um veículo chocou com a traseira do carro conduzido pelo dirigente, que "se encontra bem".

O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, deu entrada por precaução no Hospital da CUF, no Porto, após ter sofrido um acidente de viação e fraturado o nariz, revelaram no sábado os vice-campeões nacionais de futebol.

De acordo com uma nota publicada no sítio oficial dos ‘dragões’ na Internet, um veículo chocou com a traseira do carro conduzido pelo dirigente, que “se encontra bem e pronto para prosseguir com a atividade normal”, sem que fossem identificadas outras mazelas.

André Villas-Boas, ex-treinador do FC Porto e eventual candidato às eleições dos órgãos sociais do clube ‘azul e branco’, que devem ser realizadas no primeiro semestre de 2024, deixou votos de “rápidas melhoras” a Jorge Nuno Pinto da Costa nas suas redes sociais.

Sporting e FC Porto, empatados na liderança da I Liga, com 31 pontos, defrontam-se na segunda-feira, às 20:15, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, sob arbitragem de Nuno Almeida, da associação do Algarve, no clássico da 14.ª jornada, que terá hoje a visita do atual campeão nacional Benfica, terceiro, com 30, ao Sporting de Braga, quarto, com 29.

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“A nossa estratégia é diferente da deles”. Pedro Nuno Santos é o novo líder do PS

  • ECO
  • 16 Dezembro 2023

Pedro Nuno Santos venceu as eleições diretas do Partido Socialista com 62%. No discurso de vitória os maiores elogios foram para António Costa e as baterias apontadas a nova maioria absoluta.

Já é oficial. Pedro Nuno Santos venceu as eleições diretas do Partido Socialista com 24.080 votos (62%). José Luís Carneiro, com 14.868 votos, situou-se nos 36% e Daniel Adrião obteve 382 votos (1%) “O Partido Socialista tem sempre uma grande capacidade de se unir”, afirma o novo líder à chegada ao Largo do Rato. O PS é “o maior partido político em Portugal. Mostrou estar à altura das circunstâncias“, referiu no discurso de vitória Pedro Nuno Santos, atirando “a nossa estratégia é diferente da deles”. “União” começa por ser a palavra de ordem. “É um partido inteiro que queremos daqui para a frente”, garante, dizendo que nem todos têm a capacidade de compreender a capacidade de união do partido.

As palavras seguintes são para agradecer a António Costa, ainda primeiro-ministro, com quem reforçou o orgulho em sempre ter estado e que elogiou várias vezes ao longo do longo discurso. “Um líder do PS não precisa de apresentar um programa diferente, só diz que quer continuar o programa”, salienta.

O secretário-geral eleito reforçou o seu lema de campanha, Portugal Inteiro, dirigindo-se aos jovens e também aos mais velhos, às mulheres, aos trabalhadores, aos empresários, repetindo algumas das ideias que advogou durante a campanha. “Um Estado que seja parceiro das empresas, que não deixa ninguém esquecido, que não deixa ninguém para depois”, continuou na sua intervenção.

Queremos salvar o serviço nacional de saúde, não renegando o setor privado“, “proteger a estabilidade”, “ter as contas públicas certas“, “não queremos um país a arrastar os pés“, “queremos continuar a a reduzir a dívida pública“, “a nossa estratégia é diferente da deles“, “seremos críticos, mas seremos sempre, sempre europeístas“, enumerava no já longo discurso Pedro Nuno Santos. “O meu sonho sempre foi construir um Portugal Inteiro e esse sonho estou a concretizar com os meus companheiros”, diz repetindo o lema da campanha.

“Ter o Partido Socialista com um grande resultado” é a grande ambição, não se comprometendo o líder eleito com um convite a José Luís Carneiro para fazer parte de um eventual governo. “Mas queremos que faça parte da campanha. José Luís Carneiro é um socialista, acabou se candidatar a líder do PS”.

“O país não se divide entre radicais e moderados, divide-se entre quem tem e não convicções”, rematou, reforçando a ideia de uma nova maioria absoluta.

José Luís Carneiro reconheceu antes das 23h a vitória do seu adversário Pedro Nuno Santos e afirmou que já lhe telefonou a dar os parabéns. O ainda ministro da Administração Interna foi à sede do Partido Socialista, mas ao contrário que se se chegou a esperar não se encontrou com o vencedor das eleições internas do partido. “Há um mês parti sozinho para esta candidatura. Em pouco mais de um mês, conseguimos mobilizar militantes, simpatizantes e milhares de cidadãos”, referiu, antes de deixar o Largo do Rato.

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José Luís Carneiro afirma-se “disponível para o PS” e ainda prevê falar sábado no Rato

  • Lusa
  • 16 Dezembro 2023

O PS comunicou que os primeiros resultados eleitorais das diretas seriam divulgados pelas 23:30, mas a vitória de Pedro Nuno Santos já é certa.

O candidato a secretário-geral socialista José Luís Carneiro afirmou que o seu dever é “estar disponível para o PS” e declarou que tem a intenção de ainda falar na noite de sábado na sede nacional do partido, no largo do Rato, em Lisboa.

Tenho intenção de fazer uma declaração no largo do Rato, vou antes disso articular-me com as outras candidaturas, hoje mesmo, depois de conhecermos os resultados porque os nossos camaradas ainda estão a votar, nomeadamente nos Açores, ainda estão a ser contabilizados votos na Madeira”, afirmou José Luís Carneiro, à chegada a um hotel no centro de Lisboa, onde está a aguardar pelos resultados das diretas do PS.

José Luís Carneiro chegou pelas 20:30 ao hotel em que estavam os elementos da sua candidatura, acompanhado da família, tendo sido ladeado por alguns apoiantes presentes, como o ex-ministro José António Vieira da Silva, o secretário de Estado André Moz Caldas ou a deputada Jamila Madeira, e deixou uma “palavra de gratidão” aos que o acompanharam na campanha interna socialista.

Eu estou preparado para declarar aquilo que é o meu dever, que é estar disponível para o PS, para os seus valores, para os seus princípios e com esses valores e princípios contribuir para servir Portugal. Esse é o dever de todos nós, independentemente dos resultados que se obtêm em cada um dos momentos eleitorais”, considerou o ainda ministro da Administração Interna do governo de António Costa.

Questionado sobre se gostaria de continuar a exercer funções governativas caso o PS vença as eleições legislativas antecipadas de março, Carneiro respondeu que gosta de servir os seus valores e os seus princípios.

Devemos ver nos cargos públicos um sentido de serviço público e, portanto, independentemente da função que temos momentaneamente no desempenho dessas funções, devemos fazê-lo com o mesmo empenhamento, estando numa autarquia de freguesia ou estando num cargo ministerial“, frisou.

O PS comunicou que os primeiros resultados eleitorais das diretas seriam divulgados pelas 23:30, na sede nacional, pelo presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC), Pedro do Carmo.

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Pedro Nuno Santos será o novo secretário-geral do PS

  • ECO
  • 16 Dezembro 2023

O antigo ministro da Infraestruturas é o vencedor das eleições diretas do PS. José Luís Carneiro já felicitou o Pedro Nuno Santos.

Está escolhido o sucessor de António Costa como secretário-geral do Partido Socialista (PS). O candidato a primeiro-ministro pelo PS será Pedro Nuno Santos, que venceu as primárias do partido com cerca de 62%. De acordo com números ainda não oficiais José Luís Carneiro terá ficado nos 36%.

Depois de na sexta-feira ter ganho em 10 das 12 federações que foram a votos, o ex-ministro das Infraestruturas terá vencido no Algarve, em Santarém, Braga, Coimbra, Porto e Viseu.

Aveiro, Bragança, Castelo Branco, Évora, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu foram conhecidas na sexta.

Vila Real e Oeste e Madeira foram ganhas por José Luís Carneiro.

José Luís Carneiro já reconheceu a vitória do seu adversário Pedro Nuno Santos e afirmou que já lhe telefonou a dar os parabéns. O ainda ministro da Administração Interna foi à sede do Partido Socialista, mas ao contrário que se se chegou a esperar não se encontrou com o vencedor das eleições internas do partido. “Há um mês parti sozinho para esta candidatura. Em pouco mais de um mês, conseguimos mobilizar militantes, simpatizantes e milhares de cidadãos”, referiu, antes de deixar o Largo do Rato.

Pedro Nuno Santos será o nono secretário-geral do Partido Socialista. António Costa, o ainda primeiro-ministro, foi eleito no dia 22 de novembro de 2014.

Elza Pais, secretária de Estado da Igualdade do segundo Governo de José Sócrates, foi também reeleita este sábado presidente nacional das Mulheres Socialistas.

(notícia atualizada pela última vez às 23h05)

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Daniel Adrião considera que a sua candidatura à liderança do PS ficou aquém do que esperava

  • Lusa
  • 16 Dezembro 2023

"Não houve oportunidade de fazer um debate mais alargado, um debate sobre as políticas do PS para o país e um debate sobre também o modelo de organização e de funcionamento interno do PS", lamentou.

O candidato à liderança do PS Daniel Adrião considerou este sábado que a sua candidatura ficou aquém do que esperava e que não teve um bom resultado nas eleições diretas realizadas entre sexta-feira e hoje.

Daniel Adrião, que é membro da Comissão Política do PS, candidatou-se pela quarta vez consecutiva ao cargo de secretário-geral deste partido, tendo tido como adversários internos nestas eleições Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro.

Questionado pela comunicação social, junto à sede nacional do PS, em Lisboa, sobre a possibilidade de vir a ter menos de 1% dos votos e de não eleger nenhum delegado ao Congresso de janeiro, Daniel Adrião respondeu: “Claro que obviamente que este não é um bom resultado”.

Eu acho que, de facto, fiquei aquém daquilo que desejava. Mas eu desde logo quando lancei a minha candidatura disse que o meu grande objetivo não era conquistar o maior número de votos, era precisamente congregar o maior número de vontades em nome de um projeto transformacional para o país“, acrescentou.

Segundo o dirigente socialista, “estas eleições aconteceram num ambiente muito especial, muito particular”, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, com eleições legislativas antecipadas anunciadas para 10 de março, o que “condicionou o processo interno, porque o afunilou na questão da escolha do candidato a primeiro-ministro”.

“Portanto, não houve oportunidade no fundo de fazer um debate mais alargado, um debate sobre as políticas do PS para o país e um debate sobre também o modelo de organização e de funcionamento interno do PS“, lamentou.

Ainda assim, Daniel Adrião manifestou-se convicto de que algumas ideias pelas quais se bateu nestas eleições “vão ficar para além desta disputa interna e vão fazer o seu caminho para além deste Congresso”.

“Eu bati-me sobretudo por ideias. Bati-me pela possibilidade de os militantes do PS poderem escolher os seus candidatos a deputados, bati-me pela possibilidade de os cidadãos poderem eleger diretamente os seus deputados. Essas são questões fundamentais e que, aliás, estão já a ser apropriadas pelo partido e designadamente pelos outros dois candidatos”, referiu.

O PS tem aproximadamente 80 mil filiados, dos quais cerca de 60 mil tinham direito a votar nestas eleições diretas.

Além do novo líder do partido, os militantes socialistas votaram para eleger 1.400 delegados ao Congresso Nacional do PS, que se reunirá entre 05 e 07 de janeiro, na Feira Internacional de Lisboa — aos quais aos se juntam 1.100 delegados por inerência.

Na sexta-feira, votaram os militantes da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) e os das federações distritais de Aveiro, Bragança, Castelo Branco, Évora, Guarda, Leiria, Portalegre, Oeste, Setúbal, Viana do Castelo e Vila Real.

Sábado houve eleições nas federações do Algarve, do Baixo Alentejo, de Braga, Coimbra, Porto, Santarém, Viseu, dos Açores e da Madeira.

O PS comunicou que os primeiros resultados eleitorais seriam divulgados pelas 23:30, na sede nacional, pelo presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC), Pedro do Carmo.

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