Turismo português fecha “melhor ano de sempre” com receitas de 25 mil milhões de euros
No ano passado, em que aumentaram os preços das estadias, o setor do turismo em Portugal arrecadou receitas de 25 mil milhões de euros, mais 37,5% do que antes da pandemia.
Com o fim da pandemia, o turismo português voltou a ganhar impulso e acaba de fechar o ano de 2023 a bater “recordes em vários indicadores”. Num ano em que subiram, em média 30%, os preços das estadias, o turismo arrecadou receitas de 25 mil milhões de euros, mais 37,5% do que em 2019 e mais 18,5% do que no ano anterior, anunciou o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda.
Ao ECO o ministério da Economia reforça que, desta forma, o setor que em 2022 já representava 15,8% do PIB, 0,5 p.p. acima de 2019, continua a ganhar peso na economia nacional. E, apesar de a subida das receitas estar acompanhada por um aumento dos preços das estadias, ao ECO a tutela defende que “não há dados que permitam estabelecer essa relação direta”, mas salienta que as receitas “cresceram acima daquilo que foi a taxa de inflação”.
Em 2023, a hotelaria e as unidades de alojamento registaram perto de 30 milhões de hóspedes, mais 10% face a 2019 e 77 milhões de dormidas. “É o melhor ano de sempre da história do turismo”, disse o governante durante a apresentação da nova campanha do Turismo de Portugal, frisando que estes são números “impressionantes e muito positivos para o país”.
Um crescimento que, segundo o governante, acontece “em todas as regiões do país, sobretudo no Norte, Centro e Alentejo, e em todos os meses” de 2023, o que revela uma “alteração estrutural” do setor, e que fica acima das previsões da Organização Mundial do Turismo que apontava para uma recuperação do setor entre 85 a 90%. “Portugal já ultrapassou isso”, vincou o secretário de Estado que salienta que o país “tem estado na liderança do crescimento a nível mundial”.
A somar a estes indicadores, o setor representa já 18% do total de exportações dos serviços. “O turismo é muito mais do que hotelaria e restauração. Gera emprego em várias áreas que alimentam o setor”, acrescentou o secretário de Estado, acreditando que em 2024, mesmo com a incerteza provocada por duas guerras em curso e com a subida generalizada dos preços, o turismo português vai continuar a crescer. “Vamos ter um bom ano turístico e vamos crescer ainda mais que em 2023”, prevê Nuno Fazenda com base na “confiança” que tem nos empresários do setor e nas “melhores presenças de sempre” nas feiras mundiais, como é o caso da World Travel Market, em Londres. No entanto, em declarações aos jornalistas, o governante não avança se a rota de crescimento do setor será na casa dos dois dígitos.
Em relação aos mercados, Nuno Fazenda diz que o Reino Unido, França e Alemanha continuam a ser os principais emissores. Mas em 2023 houve um “crescimento excecional dos EUA”, frisando que em Lisboa os norte-americanos já são “o primeiro mercado emissor”.
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