Pedro Nuno Santos propõe aumentar o salário mínimo para “pelo menos, 1.000 euros até 2028”

O discurso de Pedro Nuno Santos foi marcado por várias medidas de "transformação económica e defesa do Estado social", com destaque para o aumento do salário mínimo para os 1.000 euros até 2028.

“Para podermos realizar estes nossos sonhos e ambições teremos de conseguir vencer o desafio da transformação estrutural da nossa economia. Esta tem mesmo de ser a nossa primeira e principal missão: alterar o perfil de especialização da nossa economia“, referiu Pedro Nuno Santos no discurso de encerramento do 24.º Congresso Nacional do PS, que decorreu nos últimos três dias em Lisboa.

O novo líder do PS sublinhou por várias vezes que para alcançar esse objetivo, o Estado tem “a obrigação de fazer escolhas quanto aos setores e tecnologias a apoiar”, sublinhando que “só conseguiremos transformar a economia com mais dinheiro para menos setores.

Nas palavras de Pedro Nuno Santos, isso traduz-se em, “de forma intensa e continuada, temos que investir na educação, na produção de conhecimento, na transferência do conhecimento para as empresas e na inovação nas nossas empresas. Mas, se quisermos obter resultados, temos de fazer mudanças fundamentais no que tem sido feito.”

O secretário-geral do PS destacou que “a incapacidade de fazer escolhas levou a que sucessivos programas de incentivos se pulverizassem em apoios para todas as gavetas de forma a assegurar que ninguém se queixava“, sublinhando ainda que “o problema da pulverização dos apoios é que, depois, não há poder de fogo, não há capacidade do Estado de acompanhar, não há recursos suficientes para transformar o que quer que seja.”

O novo líder do PS ressalvou que pretende “fazer escolhas com base nas competências empresariais, científicas e tecnológicas já existentes em Portugal”, salientando ainda que “a base é o que temos, o destino é a alteração do perfil de especialização da economia portuguesa. Sem isso, não haverá maior e melhor criação de riqueza, empregos bem remunerados e serviços públicos robustos.”

Salário mínimo aumenta 22% até 2028

No discurso de Pedro Nuno Santos está como promessa central o aumento o salário mínimo nos próximos cinco anos. “O Governo atual havia definido como meta o aumento do salário mínimo nacional dos atuais 820 para 900 euros até 2026. Nós propomos que, no final da próxima legislatura, em 2028, o salário mínimo atinja, pelo menos, os 1.000 euros“, referiu Pedro Nuno Santos no discurso de encerramento do 24.º Congresso Nacional do PS.

Pedro Nuno Santos revela também que pretende rever o acordo de rendimentos recentemente negociado em concertação social, “de modo que, ao aumento do salário mínimo possa estar associado o aumento dos salários médios.”

Na primeira fila do Congresso a ouvir as suas palavras estava o primeiro-ministro António Costa, que foi alvo de vários elogios dos socialistas ao longo de todo o Congresso, inclusive de Pedro Nuno Santos. “António Costa tem um futuro aberto. É um dos nossos melhores. Com o que ele deu ao país e à Europa, será aquilo que ele quiser ser”, disse o novo líder do PS à chegada ao Congresso.

No centro das medidas de “transformação económica e defesa do Estado social” que Pedro Nuno Santos pretende promover caso alcance a liderança do Governo após as eleições de 10 de março esteve também a habitação e a saúde, onde se destaca a intenção de indexar o aumento das rendas das casas aos aumentos salariais das famílias e tornar a saúde oral “uma preocupação” do Serviço Nacional de Saúde.

Boas relações com o Presidente da República

À chegada ao Congresso, o secretário-geral do PS salientou ainda o desenho de continuar a ter uma boa relação com o Presidente da República. “É muito importante para o país uma boa relação institucional entre o primeiro-ministro, o Governo e a Presidência da República. Isso é claro para mim.”

Pedro Nuno Santos abriu também o véu sobre o que pretende fazer durante a campanha eleitoral. “Quero discutir o país, os problemas do país. Não quero estar a fazer ataques que não engrandecem em nada a nossa democracia e o debate político”, referiu Pedro Nuno Santos à chegada do Congresso.

Além disso, ao contrário das várias vozes que se fizeram ouvir ao longo de todo o Congresso em redor de muitas críticas ao papel do Ministério Público no caso que levou à demissão de António Costa de primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos destacou que “é muito importante separarmos a política da justiça”, sublinhando que “os políticos fazem política, a justiça faz o seu trabalho e nós tempos de respeitar o trabalho das instâncias judiciais.”

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