Vendas da Jerónimo Martins dispararam 20,6% em 2023, superando o “marco” dos 30 mil milhões de euros

Dona do Pingo Doce justifica o “forte desempenho” de vendas no ano passado com o “foco na competitividade de preço e no crescimento em volume”. Portugal já só vale 20% das vendas do grupo retalhista.

Num ano marcado pela “progressiva redução da inflação alimentar e pela persistente contenção do consumo por parte das famílias”, o volume de negócios da Jerónimo Martins disparou 20,6%, para um total de 30.608 milhões de euros. Grupo retalhista justifica “forte desempenho” de vendas com “foco na competitividade de preço e no crescimento em volume”.

Pedro Soares dos Santos destaca que, pela primeira vez, o grupo superou o “marco dos 30 mil milhões de euros de vendas”, notando, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que “esta conquista traduz o reconhecimento pelos consumidores da consistência do foco das insígnias na liderança de preço e na melhoria contínua da oferta e da experiência de compra”.

“A prioridade dada às vendas, a clareza das políticas comerciais, o trabalho árduo das equipas, e a execução exemplar dos ambiciosos planos de expansão e remodelação pelas companhias permitiram somar, nos dois últimos anos, 10 mil milhões de euros ao volume de negócios consolidado”, acrescenta o presidente e administrador delegado da Jerónimo Martins.

A dona do Pingo Doce e do Recheio decidiu alocar no último trimestre do ano passado, “a título excecional”, um valor de 25 milhões de euros ao “reconhecimento do contributo das equipas operacionais, que acresce aos prémios de desempenho previstos”. A decisão é justificada na mesma nota com os “aumentos significativos do custo de vida para as famílias”.

Como o ECO noticiou em dezembro, a Jerónimo Martins deixou um “presente” no sapatinho de 25 mil dos seus trabalhadores: um bónus de 350 euros, que se vem juntar ao prémio de 750 euros que já tinha atribuído em abril. Estes cheques, salientou na altura, tiveram como propósito ajudar as famílias a enfrentar os “constrangimentos” que estão a sentir nos orçamentos.

Portugal já só vale 20% das vendas do grupo

O grande motor de crescimento da Jerónimo Martins continua a ser a Biedronka. A retalhista polaca faturou 21,5 mil milhões de euros no ano passado, uma subida de 22,3% em termos homólogos, passando a pesar 70% no volume de negócios global do grupo. Abriu 203 novas lojas (174 adições líquidas) e remodelou 375 localizações.

Apesar de ter sido o negócio do grupo que registou, em termos percentuais, o menor aumento de vendas (7,9%), o Pingo Doce segue como o segundo que mais contribui para as receitas totais: 4,9 mil milhões de euros em 2023. Num período em que abriu 11 novos supermercados e encerrou um, “reforçou o seu posicionamento de preço, mantendo uma forte intensidade promocional ao longo de todo o ano”.

Ainda em Portugal, que vale agora apenas um quinto (20,2%) das vendas globais – abaixo dos 22,3% que pesava em 2022 –, o Recheio beneficiou da atividade que se verificou durante o ano passado no canal da restauração e da hotelaria (Horeca) no país, tendo registado um “forte crescimento de vendas no ano”: +15,1%, para 1,3 mil milhões de euros.

No relatório de vendas preliminares relativas ao ano passado, divulgado esta quinta-feira, destaca-se ainda o disparo de 37,7% na Colômbia, em que opera com a insígnia Ara. Ascenderam a 2,4 mil milhões de euros, num mercado em que o grupo diz ter reforçado o “posicionamento de preço de uma forma assertiva, tendo em conta as necessidades das famílias colombianas”.

Ainda assim, neste negócio da América do Sul ficou ligeiramente abaixo das metas que tinha comunicado ao mercado em setembro. Nessa altura, o grupo referiu num comunicado à CMVM que esperava atingir os 2.500 milhões de euros de vendas e chegar às 1.300 lojas Ara na Colômbia. Apesar de ter inaugurado 200 localizações, terminou o ano a operar 1.290 lojas.

 

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