Infraestruturas de Portugal “convicta que há vários consórcios interessados” no TGV

Concurso público internacional para o primeiro troço da Alta Velocidade Lisboa - Porto é lançado esta sexta-feira. Obra deverá atrair interesse de construtoras portuguesas e espanholas.

A Infraestruturas de Portugal (IP) espera que o concurso público para o primeiro troço da linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa, que é lançado esta sexta-feira numa cerimónia no Pragal, atraia bastantes interessados.

“A Infraestruturas de Portugal está convicta de que há vários consórcios interessados no concurso da Alta Velocidade”, afirmou fonte da empresa responsável pelas redes rodoviárias e ferroviárias. A IP tem, de resto, recebido vários pedidos de informação de potenciais candidatos nos últimos meses.

O concurso público internacional para o primeiro troço da Alta Velocidade Lisboa – Porto, que ligará o Porto a Oiã, no distrito de Aveiro, é lançado esta sexta-feira. O momento será assinalado com uma cerimónia no Pragal, que contará com a participação do primeiro-ministro.

A primeira versão do projeto da Alta Velocidade foi apresentada em 1999, era António Guterres primeiro-ministro. Um quarto de século depois, é dado o primeiro passo para a concretização efetiva da construção.

A obra do primeiro troço está orçada em 1.950 euros, mais 300 milhões face ao valor avançado em setembro de 2022, na apresentação pública do projeto que, quando estiver concluído, permitirá fazer a viagem entre Lisboa e Porto em 1h15 minutos.

A dimensão do projeto deverá atrair grandes construtoras portuguesas e espanholas para o concurso público internacional. O consórcio vencedor será responsável pela conceção, financiamento, construção e manutenção do troço, em regime de Parceria Público-Privada (PPP). A concessão terá a duração de 30 anos, cinco para a construção e 25 para a gestão da linha, como avançou o ECO.

O projeto apresentado pelo Governo em 2022 prevê três PPP. Duas para a primeira fase, que inclui ainda o troço Oiã – Soure, e que terão um custo global estimado em 3.550 milhões de euros. Deverá estar em funcionamento em 2030, encurtando a viagem entre Lisboa e Porto de 2h49 para 1h59. O concurso para a segunda PPP terá de ser lançado já pelo novo governo.

A terceira PPP, correspondente à segunda fase, diz respeito ao troço entre Soure e o Carregado. Para a ligação entre o Carregado e Lisboa não estava ainda definido o modelo.

O Governo considera que o lançamento do concurso público é decisivo para a aprovação da candidatura de Portugal a 729 milhões de euros do Mecanismo Interligar a Europa, que será decidida pela Comissão Europeia em julho. Por estar em gestão desde dia 8, o primeiro-ministro considerou essencial o apoio do PSD.

O PS deu entrada com uma resolução que recomenda “o desenvolvimento das diligências conducentes ao início do concurso da Linha de Alta-Velocidade Porto-Lisboa”, que foi aprovada na terça-feira por todas as bancadas, com a exceção do Chega, que se absteve.

“Hoje é um dia histórico para a mobilidade e para o transporte público”, reagiu António Costa, em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), após a votação. “Acho que é um momento que deve ser aplaudido, porque revela enorme maturidade democrática, e que é particularmente importante para um país onde as obras públicas são obsessivamente discutidas, e obsessivamente adiadas”, considerou.

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