À espera do novo aeroporto, Transavia lamenta ausência de novos “slots” em Portugal
A Transavia continua atenta às oportunidades de crescimento no país, sobretudo à abertura de novas faixas horárias para operar. O CEO da companhia garante que o grupo continua de olho na TAP.
A Transavia, a companhia low-cost da Air France – KLM, antecipa resultados estáveis em Portugal, em 2024. Sem slots “extra” para adjudicação, sobretudo nos grandes centros, a companhia aérea diz estar atenta a todas as oportunidades para conseguir crescer em Portugal. Continua à espera do novo aeroporto de Lisboa.
“Estamos à espera do novo aeroporto em Lisboa”, adiantou Olivier Mazzucchelli, CEO da Transavia, em Paris, à margem do voo inaugural do novo Airbus A320 neo da companhia, que fez a sua estreia na rota Paris (Orly) – Porto. Ainda que o responsável tenha consciência que um novo aeroporto vai demorar (não há ainda decisão final sobre a construção do novo hub em Lisboa), Mazzucchelli destaca a importância deste investimento, adiantando que Portugal “é um grande mercado”, não apenas para a Transavia mas também para outras companhias aéreas.
O CEO da low-cost destaca que “ter um aeroporto eficiente é fundamental” e deseja que “se construa em Portugal este novo hub o mais rapidamente possível”. Mazzucchelli refere ainda que a empresa não fica “a depender disso porque sabemos que é um projeto de longo prazo”, mas reconhece que as faixas horárias para descolar e aterrar (slots) são limitadas e, neste momento, não há mais disponíveis, o que limita o crescimento no país.
A Transavia, a quinta maior companhia aérea a operar em Portugal, e que tem no país um dos seus maiores mercados (o maior para França é o Porto), reconhece que é difícil manter as mesmas taxas de crescimento, sem novos slots.
“Os voos estão sempre cheios, mas as taxas de crescimento podem não ser tão elevadas como noutras regiões porque já cobrimos todos os destinos em Portugal e porque os slots são limitados, especialmente no Porto e em Lisboa“, admite Nicolas Henin. De acordo com o diretor geral adjunto da Transavia, “este ano vai ser estável em relação ao ano passado”, mostrando-se muito satisfeito com os resultados obtidos pela companhia em Portugal.
Segundo Henin, a empresa está sempre a pedir mais slots, mas “não há mais disponíveis”, o que implica que para criar novas rotas tenham que se fazer escolhas e fazer trocas pelas já existentes. Por tudo isto, para 2024 não está prevista a abertura de novas rotas a partir de Portugal.
“Estamos a operar todos os destinos que podemos em Portugal. Assim que vejamos oportunidades vamos aproveitá-las porque é uma história de amor entre a Transavia e Portugal”, assegura o CEO da companhia. Segundo Mazzucchelli, Portugal é o maior destino para a Transavia em termos de passageiros. “Se pudermos ficar com mais slots vamos ficar“, afiança.
Há 17 anos a voar para Portugal, com 21 rotas para sete destinos no inverno de 2023 e 23 rotas para nove destinos no verão de 2024, a atividade da empresa tem sido beneficiada pelo elevado número de emigrantes portugueses, sobretudo no Norte do país, pelo turismo, pelas novas gerações a trabalhar em Paris e, mais recentemente, pelos franceses que trocaram França por Portugal. Uma conjugação de fatores que se tem traduzido em maior procura e mais passageiros.
Olhando para o futuro, os responsáveis mantêm a aposta em Portugal e garantem que o país é “um grande investimento” para o grupo.
Privatização da TAP na mira do grupo
Outro importante processo em Portugal, que poderá mexer com a atividade do grupo no país, é a privatização da TAP. A Air France – KLM, o grupo que controla a Transavia, mantém o interesse na venda da companhia aérea portuguesa, adiantando que o hub de Lisboa é “totalmente complementar” à sua rede.
Com o processo de privatização dependente do novo Governo, o CEO da Transavia admite que o grupo continua muito interessado na TAP, um negócio no qual a low-cost também seria implicada, mesmo que indiretamente.
“Mas – e é um grande mas – se houvesse um acordo entre a TAP e a KLM/Air France, a Transavia também teria um papel a desempenhar neste acordo”, remata.
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