Estado faz nova injeção de capital na TAP. Ficam a faltar 343 milhões
Dinheiro colocado pelos contribuintes sobe para 2.894 milhões. Injeção prevista no plano de reestruturação fica completa em dezembro.
O Estado injetou mais 343 milhões de euros na TAP, aumentando para 2,89 milhões o total colocado na companhia aérea. Fica apenas a faltar uma nova tranche, também de 343 milhões de euros, que entrará no final do ano.
O penúltimo cheque dos contribuintes portugueses para a TAP foi comunicado aos investidores no início do ano e corresponde à segunda tranche do aumento de capital de 980 milhões aprovado no final de 2022. Ainda nesse ano entraram 294 milhões, ficando calendarizados mais 686 milhões, repartidos pelos dois anos seguintes.
O facto de o Governo estar em gestão desde o dia 8 de dezembro não impediu a operação, tendo em conta que esta tinha sido formalizada um ano antes.
A Comissão Europeia aprovou a 21 dezembro de 2021 o plano de reestruturação que abriu caminho à injeção de 3,2 mil milhões de euros na companhia aérea, dos quais 569 milhões em compensações pelos prejuízos provocados pela pandemia da covid-19. Com a nova tranche, o montante já colocado na TAP sobe para 2,89 mil milhões de euros.
A TAP tinha capitais próprios de 635,4 milhões no final de setembro do ano passado. Um montante que irá subir com o novo aumento de capital e um novo trimestre de resultados positivos, depois dos 203,5 milhões averbados nos primeiros nove meses. A situação líquida atual da empresa contrasta com a que existia no final de 2020, quando os capitais eram negativos em 1.154 milhões.
Depois de comprar a parte de David Neeleman no capital da TAP SGPS, em outubro de 2020, o Estado avançou com o primeiro aumento de capital em maio do ano seguinte, no montante de 462 milhões. A maior injeção aconteceria no final do ano, com a entrada de 1,79 mil milhões. Em 2022, avançaram os 980 milhões, divididos em três anos.
A realização de novos aumentos de capital num contexto de reprivatização foi questionada pelos partidos, com o Governo a defender que os reforços acrescentavam valor à companhia, refletindo-se necessariamente no preço a pagar pelo comprador.
O Executivo aprovou a 28 de setembro a venda de mais de metade (51%) do capital da transportadora aérea. Processo que ficou adiado para o próximo Governo. Pedro Nuno Santos, o novo secretário-geral do PS, defende que o Estado deve manter a maioria do capital, ao contrário do PSD.
Mesmo com a venda, a TAP continuará debaixo do plano de reestruturação até ao final de 2025.
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