Prestação média da casa disparou 35% em 2023
Subida das taxas de juro continuou a pressionar famílias no ano passado. Prestação mensal média do empréstimo à habitação aumentou 93 euros em 2023, fixando-se nos 362 euros.
A subida das taxas de juro continuou a pressionar as famílias com crédito da casa no ano passado. A prestação média do empréstimo à habitação disparou 35% em 2023, aumentando pelo terceiro ano consecutivo, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em termos concretos, a prestação média da casa aumentou 93 euros para 362 euros, o valor mais elevado desde, pelo menos, 2011.
Em dois anos, que corresponde ao período em que o Banco Central Europeu (BCE) subiu as taxas diretoras para controlar a escalada da inflação, acumula um aumento de 125 euros — em 2021, a prestação média era de “apenas” 237 euros.
Prestação dispara
Fonte: INE
Entre julho de 2022 e setembro de 2023, o BCE aumentou as taxas em 450 pontos base, uma trajetória de subida que foi interrompida nas últimas duas reuniões — a próxima reunião do conselho de governadores acontece na próxima semana (dia 25) e não deverá mexer nos juros.
Ainda assim, o aperto monetário que o banco central empreendeu nos últimos dois anos impulsionou as chamadas taxas Euribor, que são usadas como indexante nos contratos com taxa variável, para os valores mais elevados desde 2009, traduzindo-se num aumento do custo do crédito da casa.
Portugal foi um dos países que sentiu maior impacto da subida dos juros do BCE, dada a circunstância de mais de 90% dos contratos terem um regime de taxa variável.
Isso mesmo refletem os dados do INE: a taxa de juro média implícita no crédito à habitação atingiu os 3,612% em 2023, disparando em relação ao ano anterior em que a taxa média se situou nos 1,084%.
Boa notícia: a expectativa é que a prestação da casa comece a descer a partir de agora. As Euribor já atingiram o pico e estão em rota descendente, com os mercados a anteciparem que o BCE vai começar a baixar as taxas este ano. Esta semana a presidente Christine Lagarde revelou que o alívio nas taxas de juro poderá iniciar-se no verão.
Já há sinais de algum alívio na prestação: nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro desceu pela segunda vez consecutiva, passando de 4,366% em novembro para 4,342% em dezembro.
No conjunto de todos contratos, ainda assim, a taxa de juro implícita foi 4,593% em dezembro, o valor mais elevado desde março de 2009. Isto traduziu-se numa prestação de 400 euros no último mês do ano passado, sendo de 61% correspondia a juros e apenas 39% a capital amortizado.
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(Notícia atualizada às 11h46)
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