Funcionários do BCE consideram Lagarde uma líder fraca e com agenda própria

A atual líder da autoridade monetária europeia obtém uma avaliação inferior à de Mario Draghi e Jean-Claude Trichet por parte dos funcionários do BCE.

As palavras de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), têm poder para influenciar o sentimento dos investidores mundiais e condicionar o preço dos ativos, mas “dentro de portas”, a líder do banco central não parece tão convincente. Segundo um inquérito realizado pelo Politico junto de funcionários do BCE, mais de metade defende que Lagarde não é a pessoa indicada para presidir à instituição e dizem preferir os seus antecessores.

Cerca de 50,6% dos 1.159 inquiridos entre os 4.500 funcionários do BCE avaliam a sua performance como “má” ou “muito má” a meio do mandato de oito anos à frente do BCE, mostrando preferência pelos anteriores líderes da autoridade monetária europeia.

A pontuação de Lagarde fica bastante aquém da registada pelos seus antecessores, Mario Draghi e Jean-Claude Trichet, em inquéritos semelhantes no final dos seus mandatos. Menos de um em cada 10 classificou Draghi como “muito mau” ou “mau”, enquanto 55% classificaram o seu desempenho como “muito bom” ou “excelente”. Apenas 14,5% dos entrevistados classificaram Trichet como “muito mau” ou “mau”.

O mesmo inquérito conclui que a maioria dos funcionários considera que Lagarde está a trabalhar para a sua própria agenda e não está a ajudar a melhorar a reputação do banco central. “Mario Draghi estava lá para o BCE, enquanto o BCE parece estar lá para Christine Lagarde”, adiantou um membro do staff questionado.

Apenas 38% dos questionados concordaram com as decisões de política monetária tomadas no mandato de Lagarde, com os restantes a dividirem-se entre aqueles que desaprovam e aqueles que não expressaram uma opinião. Em sentido oposto, Draghi obteve 64% de aprovação no final do seu mandato.

Enquanto Mario Draghi ficou conhecido pela sua bazuca para combater a crise da dívida soberana e proferiu a célebre frase que tudo faria para salvar o euro, Lagarde marcou o início de um novo ciclo de subida de juros, para travar a escalada da inflação. A discussão está agora focada no início da descida de juros que, segundo a própria, poderá ocorrer algures no verão.

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