Cenários macroeconómicos dos governos de Costa foram “prudentes”, diz CFP. Previsões do PIB “enviesadas”
Conselho das Finanças Públicas conclui que existiram alguns desvios entre a realidade e as previsões do Ministério das Finanças entre 2015 e 2022, que foram "prudentes".
As previsões do Ministério das Finanças de 2015 a 2022, ou seja, durante os Governos de António Costa, foram “prudentes”, conclui o Conselho das Finanças Públicas (CFP). Segundo uma análise aos desvios das previsões feitas pela equipa das Finanças face aos dados finais, o organismo considera que as previsões para o PIB são “consideradas enviesadas”.
No relatório de avaliação das previsões macroeconómicas e orçamentais do Ministério das Finanças, divulgado esta quarta-feira, indica-se que “os testes realizados permitem concluir que as previsões do Ministério das Finanças poderão ser consideradas prudentes, não obstante ser necessária uma amostra mais extensa que permita a obtenção de conclusões mais robustas”.
Quando o CFP avalia o erro médio, verifica que as Finanças subestimam as variáveis macroeconómicas. “Este desvio é mais relevante no caso do emprego, da inflação e do crescimento do PIB nominal, e mais reduzido no caso das previsões para o crescimento do PIB em volume”, lê-se no relatório. Nas componentes do PIB, só para o investimento é que “as previsões do Ministério das Finanças apontam para uma sobrestimação da sua dinâmica”.
Olhando para os vários testes que permitem avaliar a qualidade das estimativas, quanto ao nível do não enviesamento é possível perceber que “apenas as previsões para o crescimento do emprego e para os rácios de despesa total e com juros, em percentagem do PIB nominal, são enviesadas”. Mas quando se faz a análise com dados reais, as previsões do PIB real e nominal passam também a ser consideradas enviesadas.
Já quanto à “ausência de autocorrelação, somente se rejeita esta hipótese no caso das previsões para o emprego, ao nível de dois desfasamentos”. Finalmente, na eficiência fraca, “os testes permitem rejeitar esta hipótese no caso das previsões para o crescimento do emprego, e dos rácios da despesa, receita e juros”.
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