Lucro do banco Montepio cai 16% para 28,4 milhões de euros em 2023

São menos 5,4 milhões de euros face aos resultados líquidos de 33,8 milhões de euros registados em 2022. A instituição reviu mais de 11 mil contratos de crédito à habitação.

O lucro do banco Montepio caiu 16% ou 5,4 milhões de euros para 28,4 milhões, em 2023, face aos resultados líquidos do ano anterior, de 33,8 milhões de euros, divulgou esta quinta-feira a instituição numa nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O banco reviu mais de 11 mil contratos de crédito à habitação.

Já o resultado recorrente, isto é, sem o impacto negativo da venda do Finibanco Angola, ascendeu a 144,5 milhões de euros, “representando este último a melhor rendibilidade alguma vez obtida pela instituição e traduzindo um aumento de 110,7 milhões de euros”, de acordo com o mesmo comunicado.

Os rácios Common Equity Tier 1 e de Capital Total (fully implemented) ascenderam a 16,0% e 18,7%, respetivamente, o que representa um acréscimo de 2,8 p.p. e 3,0 p.p. face ao final do ano anterior, indica a instituição, liderada por Pedro Leitão.

O banco dá conta de que, em 2023, “encerrou com sucesso o programa de ajustamento operacional iniciado em 2020”, e que previa a venda do Finibanco Angola e de 100% das ações do Banco de Empresas Montepio S.A. (BEM).

No âmbito do programa de apoio às famílias, através da adoção proativa de iniciativas internas e da aplicação das medidas aprovadas pelo Governo para mitigar os efeitos do aumento das taxas de juro de referência, o banco renegociou mais de 11 mil contratos de crédito à habitação, informa o Montepio.

O crédito a clientes totalizou 11.734 milhões de euros brutos, no final de 2023, uma redução de 334 milhões face aos 12.068 milhões do ano anterior. De salientar que, do montante global de empréstimos concedidos, o crédito à habitação registou um decréscimo de 1,9% para 5.301 milhões, enquanto o crédito ao consumo subiu 2,8% para 1.305 milhões. Os empréstimos dirigidos às empresas recuaram 3,4% para 4.945 milhões.

Os depósitos de clientes atingiram os 13.366 milhões, evidenciando um aumento de 251 milhões face aos 13.115 milhões registados no final de 2022. Os depósitos à ordem caíram 1.031 milhões já os depósitos a prazo subiram em 1.297 milhões, “com o mix da carteira de depósitos à ordem/depósitos a prazo a evoluir para os 42%/58% no final de 2023, face aos 51%/49% observados no final de 2022″.

As comissões líquidas subiram 5,4% para 127,0 milhões de euros em 2023, o que corresponde a mais 6,5 milhões face ao valor angariado em 2022. Para esta evolução positiva, contribuíram “os maiores proveitos com a manutenção e gestão de contas e com comissões de mercado que, no agregado, permitiram anular os desempenhos desfavoráveis das comissões relacionadas com serviços de pagamentos e com crédito”, decorrentes de alterações legislativas como “a isenção de comissão de processamento de crédito para clientes particulares”, explica o Montepio.

A margem financeira atingiu os 408,1 milhões de euros em 2023, tendo evidenciado uma subida de 62,3% face aos 251,5 milhões de 2022. “Esta evolução foi determinada pelo aumento registado na margem financeira comercial em 210,8 milhões, suportado no incremento dos juros do crédito a clientes em 287,5 milhões de euros”, de acordo com a mesma nota.

Os resultados em operações financeiras foram negativos em 26,5 milhões de euros, observando-se uma diminuição de 38,5 milhões face a 2022, determinada, essencialmente, pelos menores resultados de reavaliação cambial em 31,1 milhões de euros, na sequência da forte desvalorização do kwanza angolano em 2023.

Em relação aos custos operacionais, o banco registou gastos de 255,8 milhões, um aumento de 9,4 milhões face aos 246,4 milhões registados em 2022. E a despesa com pessoal ascendeu a 145,5 milhões de euros, traduzindo já o efeito das atualizações salariais e do aumento do quadro de benefícios atribuídos aos trabalhadores.

O passivo baixou 1.164 milhões de euros (-6,6%) face a 2022, “traduzindo, principalmente, a diminuição observada na rubrica de recursos de bancos centrais (-2.016 milhões), bem como o aumento em recursos de outras instituições de crédito (+568 M€) e em recursos de clientes (+251 milhões)”, segundo o banco.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) controla mais de 99% do banco, mas a estrutura acionista conta com mais 37 pequenos acionistas da economia social, como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e outras misericórdias e associações de todo o país, que detêm uma participação “simbólica” de 0,007%.

(Notícia atualizada às 19h39)

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