Pedro Nuno Santos ataca propostas económicas “aventureiras” dos liberais

Pedro Nuno Santos assegura que as medidas fiscais da IL têm um impacto económico de "9 mil milhões de euros por ano". Rui Rocha desmente e diz que não vão além dos "4 a 5 mil milhões".

O secretário-geral do PS acusa a Iniciativa Liberal (IL) de apresentar propostas económicas “irrealistas, aventureiras e radicais”, que podem culminar num “rombo” para as contas públicas. No primeiro dia de debates, antes das eleições de 10 de março, Pedro Nuno Santos assegura que as medidas fiscais defendidas pelos liberais têm um impacto económico de “nove mil milhões de euros por ano”. Rui Rocha desmente e diz que não vão além dos “4 a 5 mil milhões de euros”, no primeiro frente-a-frente na SIC.

Pedro Nuno Santos apontou que a estratégia de redução de impostos defendida pela IL não vai “transformar a economia”, mas antes “provocar um rombo nas contas públicas” e “resultar em austeridade“. O antigo ministro das infraestruturas assegura que o PS fez “as contas” e que as propostas económicas dos liberais para descida de impostos ascendem a “nove mil milhões de euros por ano”, dos quais em “IRS são 3.500 milhões e no IRC são entre 1.500 e 2 mil milhões”.

Já o presidente da IL desmentiu essa projeção, referindo que “os números estão errados”. Segundo Rui Rocha, tendo em conta o impulso que será dado através da “reativação da economia serão necessários 4 a 5 mil milhões”, precisou. O líder dos liberais admite que “é um esforço”, mas lembra que o Estado tem atualmente “uma despesa de 23 mil milhões”.

“Se o Estado tiver que reduzir por uma vez 3% ou 4% daquilo que é a sua despesa atual para aliviar as famílias e não ter que escolher se cortam na educação, na saúde ou alimentação chegou momento de o fazer”, afirmou naquele que foi o primeiro de um conjunto de 30 debates televisivos, entre os líderes partidários com assento parlamentar para as eleições legislativas de 10 de março.

Nesse sentido, Pedro Nuno Santos defendeu também uma baixa de impostos, lembrando que o PS defende, por exemplo, a baixa das tributações autónomas para empresas, mas diz que as propostas fiscais da IL “não são exequíveis” e “podem criar um problema gravíssimo para o país”.

Apesar de o debate se ter centrado maioritariamente na temática da fiscalidade, sobre a saúde Pedro Nuno Santos garantiu que “não há nenhum dogma” sobre as PPP nesta área, mas sublinha que “a solução não é desnatar o SNS ou desviar recursos” para financiar o setor privado. Já Rui Rocha insiste que se o “SNS tiver capacidade [para responder às necessidades dos cidadãos] perfeito”, mas se não existir essa capacidade deve-se recorrer ao setor privado e social e acusa o PS de continuar a defender “um modelo que não funciona” e de “estar esgotado nas soluções”.

No final do debate, o presidente de Iniciativa Liberal teceu ainda duras críticas à atuação de Pedro Nuno Santos como ministro das Infraestruturas. Para Rui Rocha, “Pedro Nuno Santos foi incompetente e falhou” em responder à crise da habitação, na gestão da TAP ou na ferrovia.

Sobre a crise da habitação, Rui Rocha recorda que a IL defende um licenciamento “mais rápido”, a eliminação do IMT, a redução do IVA da construção para 6% e que os edifícios devolutos do Estado sejam postos “ao serviço dos portugueses”, através do “modelo de renda acessível” e acredita ser possível construir 225 mil casas até ao final da legislatura.

Já o secretário-geral do PS admite que este é “um problema grave e transversal a toda a Europa” e apesar de relembrar as medidas tomadas pelos Executivos liderados por António Costa desde 2015 há respostas que “ainda não estão na sua plenitude”.

(Notícia atualizada pela última vez às 22h08)

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