Junta de Freguesia lisboeta alerta para “iminente colapso” da rua da Madalena

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2024

“A Rua da Madalena é percorrida diariamente por uma média de 6.000 veículos, incluindo autocarros e outras viaturas pesadas”, alerta a junta de freguesia de Santa Maria Maior.

A Junta de Freguesia de Santa Maria Maior alertou esta terça-feira para o “iminente colapso” da Rua da Madalena, na Baixa de Lisboa, na sequência do encerramento ao trânsito da Rua da Prata, acusando o executivo camarário de “pouco resolver”. “O colapso da Rua da Madalena é iminente e o atual executivo da Câmara Municipal de Lisboa insiste na estratégia de ‘parecer fazer’ e pouco resolver”, referiu, em comunicado, a junta de freguesia presidida por Miguel Coelho (PS).

Na nota, a junta de freguesia reconheceu que “o encerramento da Rua da Prata ao trânsito foi uma boa decisão”, mas alertou que “sem uma estratégia de suporte e mudanças de fundo no paradigma da mobilidade, não passará de uma medida propagandista”.

A Câmara de Lisboa, “apesar de todos os alertas, soluções alternativas e factos demonstrados” pela junta de freguesia acerca da sobrecarga da Rua da Madalena, “persiste em manter o escoamento do trânsito por esta via, desde o encerramento da Rua da Prata à circulação rodoviária”, lê-se no comunicado.

“A Rua da Madalena é percorrida diariamente por uma média de 6.000 veículos, incluindo autocarros e outras viaturas pesadas”, que, “todos os dias, poluem, provocam ruído excessivo, condicionam o trânsito e o acesso ao comércio e às habitações”, comprometendo a circulação pedonal e danificando, “rapidamente e aos olhos de todos, a infraestrutura viária”, apontou a junta.

Considerando que “a circulação pela Rua da Madalena está comprometida, bem como a preservação do edificado e a própria segurança dos cidadãos”, a junta de freguesia disse ter acolhido “com surpresa” a informação do vice-presidente da câmara de que a Rua da Madalena “comportaria até 8.000 veículos por dia”.

“Basta acompanhar o desenvolvimento acelerado da degradação do pavimento desta rua, para nos apercebermos quanto absurdo é sustentar esta ideia. A Junta de Freguesia notificou, por escrito, o município sobre a degradação desta artéria, nomeadamente para buracos e abatimentos e para o perigo que representam”, é salientado na nota.

Na semana passada, a convite de Miguel Coelho, o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem o pelouro da Mobilidade, “pôde confirmar in loco a veracidade da informação remetida, assegurando uma rápida intervenção no terreno, que nada resolveu”, acrescentou a junta de freguesia. “O buraco mais preocupante, disfarçado ou atamancado por uma intervenção-relâmpago, encontrou-se novamente a descoberto, hoje de novo ‘remendado’ e amanhã, porventura, outra vez reaberto”, referiu a junta de freguesia.

A junta de freguesia alertou ainda que “a vida de quem vive e trabalha em Lisboa está cada vez mais difícil, especialmente no centro histórico”, e defendeu que “é urgente um plano de mobilidade” que reduza “a carga rodoviária e que tenha como propósito fundamental a qualidade de vida de quem escolhe viver no coração da cidade”. A Rua da Prata, em obras desde dezembro de 2022, reabriu no final de novembro, com a reposição do percurso do elétrico 15 e um canal ciclopedonal, ficando interditada à circulação automóvel.

Segundo o município presidido por Carlos Moedas (PSD), a reconfiguração na circulação na Rua da Prata pretende facilitar e promover o acesso à Baixa através do uso do transporte público e dos modos suaves de deslocação. Na altura do anúncio da reabertura da Rua da Prata, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior lamentou ter tomado conhecimento da informação “através dos órgãos de comunicação social, dois dias antes, e através de um e-mail remetido” na véspera da reabertura “pelos serviços camarários”.

Na ocasião, embora “não discordando do princípio de que a Rua da Prata deve ser interditada ao trânsito automóvel”, Miguel Coelho lamentou que a câmara não tivesse considerado nenhuma proposta apresentada pela junta ou “pelos moradores da Baixa e concretamente da Rua da Madalena, severamente afetados pelo escoamento do trânsito”.

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