Sporting SAD fecha contas do primeiro semestre com lucros recorde de 58 milhões

A Sporting SAD fechou as contas do primeiro semestre com uma faturação e com lucros semestrais recorde, que foram fortemente impactados pela subida de 49% do montante gerado com a venda de jogadores.

A Sporting Clube de Portugal – Futebol SAD (Sporting SAD) fechou as contas do primeiro semestre com lucros de 58,3 milhões de euros, mais 22,7% que os resultados apresentados no ano passado no mesmo período (entre 1 de julho e 31 de dezembro).

Para este valor muito contribuíram os resultados obtidos com a transação de jogadores e o alinhamento das iniciativas estratégicas e investimento, que estão a potenciar o crescimento das restantes linhas de receitas operacionais”, justifica a administração de Frederico Varandas num comunicado enviado para a CMVM.

Os resultados apresentados esta quarta-feira revelam que, só com a transação de passes de jogadores, a Sporting SAD faturou 122,8 milhões de euros nos primeiros seis meses do seu ano fiscal. Trata-se de um aumento de 48,8% face ao período homólogo e 69% dos 178,1 milhões de euros de volume de negócios.

Há um ano, o montante contabilizado com as vendas de jogadores era inferior a 50% do volume de negócios.

Do lado da receita, os resultados apresentados mostram também uma subida de 3,9% de vendas de merchandising para 9,2 milhões de euros, “o maior de sempre da história da Sporting SAD”, lê-se no comunicado publicado na CMVM.

Contudo, o resultado operacional da SAD leonina sem a contabilização da transação de passes de jogadores alcançou um valor negativo de 14,5 milhões de euros, que foi potenciado, “sobretudo, pela redução muito significativa das receitas provenientes das provas UEFA”, justifica a administração da SAD, como resultado de o Sporting competir na UEFA Europa League em vez da UEFA Champions League.

É preciso recuar até dezembro de 2019 para se encontrar um resultado operacional da Sporting SAD sem transações de jogadores tão negativo. No entanto, o resultado operacional global da SAD fixou-se nos 51,8 milhões de euros, menos 4,4% face ao período homólogo.

Os números da SAD verde e branca mostram também uma subida homóloga de 36% do capital próprio para 67,2 milhões de euros no final do ano passado e ainda um aumento de 7,2% do passivo nos últimos seis meses para mais de 331 milhões de euros, que é “explicada, por um lado, pelo crescimento dos fornecedores, mas por outro, pela redução dos financiamentos e de outras rubricas da posição financeira da Sporting SAD”, refere o comunicado.

Neste ponto há a destacar a reestruturação de dívida efetuada pela Sporting SAD mesmo no final do primeiro semestre com a Segasta, que resultou na antecipação de receitas relativas aos direitos televisivos dos jogos de futebol a esta empresa (pertencente ao fundo Apollo), que adiantou aos leões 50 milhões de euros para que, posteriormente, a Sporting SAD adquire-se os cerca de 51 milhões de euros das VMOC que estavam na posse do Novobanco.

Com esta operação de titularização de créditos, a SAD leonina “alterou a sua exposição financeira para apenas a Sagasta, exceto locações financeiras” em cerca de sete milhões de euros, retirando das suas contas a dívida bancária e os VMOC até então detidos pelo Novobanco e pelo Millennium bcp.

Posteriormente, com a conversão dos VMOC em ações, através de um aumento de capital realizado este mês, o clube leonino passou a deter 87,994% do capital da sua SAD — face aos 83,895% que detinha até então –, e o outro sócio de referência, Álvaro Sobrinho, através da Holdimo, que detinha uma posição de 13,38%, viu a sua participação diluir para 9,901%.

A suportar também as contas do primeiro semestre da Sporting SAD esteve um aumento de 25,3% do ativo da empresa para os atuais 398,6 milhões de euros, por conta de uma “valorização do plantel de futebol masculino da Sporting SAD” e dos valores correntes e não correntes de clientes por via das vendas dos passes de jogadores.

Apesar dos números agora apresentados, que mostram um aumento do ativo quatro vezes acima do crescimento do passivo, o auditor contas da Sporting da SAD chama a atenção para o facto de na sequência de prejuízos incorridos nos últimos anos, o capital próprio da empresa no final do ano passado ser inferior a metade do capital social e o passivo corrente ser superior ao ativo corrente.

“Estas condições indicam que existe uma incerteza material que pode colocar dúvidas significativas sobre a capacidade da entidade [Sporting SAD] se manter em continuidade“, destaca a EY a terminar o relatório e contas do primeiro semestre da SAD leonina.

(Atualização no dia 23 de fevereiro às 17h35 com a posição acionista da Sporting SAD.)

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