PS quer choque salarial e AD defende redução de impostos. Veja as frases que marcaram o grande debate

Pedro Nuno Santos está disponível para entendimentos à esquerda e viabilizar governo minoritário de PSD. Montenegro mantém tabu, demarca-se de Albuquerque e quer salvar a saúde.

Há duas opções políticas, entre a esquerda e a direita, que se afirmaram, no último e derradeiro debate, com todos os oito partidos com assento parlamentar, para as eleições legislativas de 10 de março, que foi transmitido esta sexta-feira à noite pela RTP. O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defende um “choque salarial”, já o presidente do PSD e líder da Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS e PPM, Luís Montenegro, aposta num “choque fiscal”.

Aliás a questão salarial é uma das prioridades dos partidos mais à esquerda, como BE e CDU, com quem Pedro Nuno Santos já admitiu alianças para governar, caso não consiga ter maioria absoluta.

Montenegro preferiu apostar numa mais ambiciosa redução de impostos, enquanto Pedro Nuno Santos defende um impulso mais forte do salário médio e, sobretudo, dos ordenados da Administração Pública.

Num debate que ficou marcado pelo protesto de um ativista climático, Pedro Nuno Santos confrontou mais uma vez Montenegro com o tema da governabilidade, isto é, se viabilizaria um Executivo minoritário do PS, mas o líder do PSD manteve o tabu, preferindo o silêncio.

O presidente do PSD demarcou-se ainda do ex-presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, que está a ser investigado por suspeitas de corrupção, admitindo, que, se estivesse na sua posição, não se recandidataria à liderança do partido na região autónoma.

Debate Legislativas com todos os partidos com assento parlamentar - 23FEV24
Debate legislativas 2024 com a participação dos partidos com assento parlamentar, na Nova SBE em Carcavelos.Hugo Amaral/ECO

Salvar a saúde ou desperdiçar recursos para o privado

A saúde foi um tema central no debate, com a esquerda a defender fervorosamente o investimento no SNS e a direita a abrir a porta aos privados.

Montenegro defende que é “preciso salvar o SNS dos oito anos de desgoverno do PS”. “Gastamos cada vez mais dinheiro e temos menos capacidade”, acusa, apontando que o PS “diaboliza transferência de meios para o setor privado, mas uma grande parte já vai para o privado”.

Pedro Nuno considera que “o caminho não é desviar recursos do SNS para o privado”, atirou, criticando as políticas da direita. Uma posição que colheu o apoio da CDU e BE.

Frases do debate

Pedro Nuno Santos, PS: “Ao contrário da AD que aposta tudo no choque fiscal, nós queremos o choque salarial, também pelos trabalhadores do Estado”.

Luís Montenegro, AD: “Só serei primeiro-ministro se vencer as eleições. Os portugueses sabem a minha política de alianças”.

André Ventura, Chega: “Querem [o PS] criar uma mordaça, tal como Rui Rio já queria, ao Ministério Público”.

Rui Rocha, IL: “A IL não viabiliza um governo minoritário do PS. Entendemos que há uma solução: passa pela IL e pelo PSD”.

Paulo Raimundo CDU: “Que se potencie o apoio a micro, pequenas e médias empresas e se deixe de apoiar 1% que tomam conta disto tudo”

Mariana Mortágua, BE: “O modelo de pagar, de externalizar e pagar uma parte ao privado estraçalha o SNS e desperdiça dinheiro. É muito mais caro pagar aos privados do que investir no SNS”.

Inês Sousa Real, PAN: “Perdemos para a corrupção um valor que prejudica os cidadãos em áreas que são tão precisas como a saúde e a educação”.

Rui Tavares, Livre: “O que dá crescimento é investimento público, não é só PRR, é importar meios mais avançados como forma de subir o salário médio”.

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