ECO da Campanha: o dia do ‘regresso’ de Pedro Passos Coelho

O segundo dia da campanha foi marcado por um regresso ao debate, neste caso nas rádios e do qual saíram sinais de consenso entre PS e AD sobre a Justiça e a Segurança Social.

Os líderes dos partidos com assento parlamentar (excepto o Chega, pois André Ventura ficou em campanha no Norte) encontraram-se pela última vez para um frente-a-frente já com a caravana da campanha eleitoral na estrada. Este é o ECO da Campanha.

Tema quente

PS e PSD admitem consensos sobre Segurança Social e Justiça.

O isco foi lançado por Pedro Nuno Santos: é preciso uma reforma profunda na Justiça e as receitas de novas concessões de autoestradas ou de portagens devem ser estudadas como fontes de financiamento para a Segurança Social.

Em ambos os momentos, Luís Montenegro não fechou a porta aos socialistas, admitindo, no primeiro ponto que o PSD esteve “sempre disponível para consenso em matérias-chave que têm de projetar durabilidade e estabilidade” e em relação ao segundo mostrou-se aberto a “uma discussão profunda sobre fontes financiamento, sustentabilidade e relação de confiança”.

A figura

Pedro Passos Coelho.

Luís Montenegro desfez o tabu em torno da presença de Pedro Passos Coelho na campanha eleitoral da AD. O líder da Aliança Democrática revelou que o antigo primeiro-ministro estará hoje, em Faro, para um jantar comício, depois de o ex-líder social-democrata não ter sido convidado para participar na convenção da AD, em janeiro.

O antigo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, discursa durante o comício da Aliança Democrática (AD) em Faro, no âmbito da campanha para as eleições legislativas de 10 de março, Faro, 26 de fevereiro de 2024.TIAGO PETINGA/LUSA

A frase

"Podem vir os papões todos, mas não há um problema de sustentabilidade da Segurança Social”

Paulo Raimundo, PCP

A surpresa

Pedro Nuno Santos sem médico de família.

Pedro Nuno Santos é um dos 1,7 milhões de portugueses sem médico de família. “Eu neste momento não tenho. Tem a minha mulher e o meu filho, mas eu não tenho”, afirmou esta manhã, no debate entre todos os partidos. Ainda assim, o líder socialista mantém-se confiante que o caminho a seguir é a aposta no Serviço Nacional de Saúde (SNS), frisando que o setor público na saúde tem dado “resposta aos problemas da minha família e dos portugueses”.

Prova dos 9

"[A pobreza] é a maior derrota desta década.”

Pedro Nuno Santos, PS

O líder do PS respondia aos moderadores do debate quando apontaram que cerca de dois milhões de pessoas vivem com um rendimento inferior a 591 euros por mês.

Os primeiros dados do Instituto Nacional de Estatística remontam a 2003, altura em que a taxa do risco de pobreza se encontrava acima dos 20%. Até hoje, esse valor permanece abaixo desse limiar, mas olhando para os dados do INE as conquistas são de pouca duração.

Em 2013, o número de portugueses em situação de pobreza voltou a agravar-se para níveis próximos do início da série, situando-se nos 19,3% (face a 18,7% em 2012), tendo seguindo uma tendência de decréscimo a partir de 2015, de 19% até atingir o ponto mínimo de 16,2% em 2019.

Em 2020, assistiu-se a um pico, agravado pela pandemia da Covid-19 e embora em 2021 a taxa de risco de pobreza tenha descido, esta voltou a agravar-se em 2022, um ano já marcado pela subida de preços e pela crise na habitação. Os últimos dados do INE indicam que 17,0% dos portugueses estavam em risco de pobreza em 2022, mais 0,6 p.p face ao ano anterior.

Taxa de risco de pobreza, Portugal, 2003-2022

 

Conclusão: Verdadeiro.

Norte-Sul

Findo o último debate em Lisboa, todos partidos — com exceção do Livre que ficou por Saldanha — desmobilizaram-se da capital para dar continuidade às campanhas na rua no resto do país.

Inês Sousa Real concentrou os esforços do PAN em Faro, distrito que recebeu também Luís Montenegro para uma visita ao futuro hospital Central do Algarve e um jantar-comício, com Pedro Passos Coelho, que aconteceu depois de uma paragem da AD em Beja. Por Évora esteve o Bloco de Esquerda também para um jantar-comício, depois de se ter juntado uma manifestação dos trabalhadores da Teleperformance em Lisboa.

De Lisboa, Pedro Nuno Santos rumou aos Açores para um jantar-comício em Ponta Delgada, enquanto Rui Rocha da Iniciativa Liberal (IL) optou por visitar o porto de Sines. Já a CDU, depois de uma passagem por Alverca, deslocou-se à Marinha Grande, em Leiria. André Ventura, o único ausente do debate da manhã, teve na agenda dois comícios: um ao almoço e outro ao jantar, em Aveiro e Sever do Vouga, respetivamente.

Na terça-feira as arruadas e comícios de Norte a Sul continuam. Dos Açores, o PS segue para a Madeira e a AD mover-se-á por Portalegre e Castelo Branco. Depois de Aveiro, André Ventura ruma a Braga, enquanto a Iniciativa Liberal desloca-se entre Beja e Faro, esta terça-feira.

Por Faro estará também a CDU, antes de fazer uma passagem por Setúbal, por onde passará o Bloco de Esquerda depois de marcar presença em Beja, distrito por onde o PAN passará antes de seguir para a capital. O Livre irá fazer campanha no Norte, entre o Porto e Braga.

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