Obras na ferrovia e rodovia sobem para 1.200 milhões de euros em 2024

A Infraestruturas de Portugal prevê um aumento de 26% no investimento este ano, incluindo novas obras e manutenção. No entanto, nos próximos anos, o investimento vai crescer de forma mais moderada.

  • O ECO vai divulgar 5 séries semanais de trabalhos sobre temas cruciais para o país, no período que antecede as eleições legislativas de 10 de março. Os rendimentos das famílias, o crescimento económico, a crise da habitação, o investimento em infraestruturas e os problemas da Justiça vão estar em foco. O ECO vai fazer o ponto da situação destes temas, sintetizar as propostas dos principais partidos e ouvir a avaliação dos especialistas.

A Infraestruturas de Portugal (IP) prevê investir 950 milhões de euros em obras este ano, a que se somam 260 milhões de euros em conservação, adianta ao ECO o presidente, Miguel Cruz. A concretizar-se este montante conjunto de 1.210 milhões, significará um aumento de 26% face aos 960 milhões gastos em obras e conservação em 2023.

Depois de um longo período de muito baixo investimento na década passada, os valores aplicados na ferrovia e rodovia têm crescido de forma mais pronunciada desde 2022, ano em que a empresa pública responsável pela gestão da rede ferroviária e rodoviária investiu 470 milhões em obra e cerca de 196 milhões em conservação.

“Os montantes continuarão a aumentar nos próximos anos, mas não na mesma ordem”, afirma Miguel Cruz. Relativamente à conservação, admite que existiu “uma quebra significativa, mas que o atraso está a ser recuperado”.

Na rodovia, este ano e o próximo serão marcados por uma execução mais intensa das obras que integram o PRR. Nos próximos dias será anunciado o concurso para as obras de requalificação da Estrada Nacional 103, que liga Vinhais a Bragança, no valor de 24 milhões de euros. Na próxima semana deverá ser assinado o contrato para a construção da variante à EN125 em Olhão, um projeto orçado em 20 milhões. Ao todo são 20 obras no âmbito do pacote de financiamento da União Europeia, num total de 300 milhões de euros.

Já fora do âmbito do PRR, está em fase final o concurso para o primeiro troço das obras de requalificação do IP3, entre Viseu e Santa Comba Dão. A IP conta fechar a adjudicação desta primeira parcela, que tem um custo de 100 milhões de euros, durante o próximo mês. As construtoras espanholas lideram a corrida ao concurso público internacional, com o consórcio formado pelos espanhóis da Ferrovial e da Acciona a apresentarem o valor mais baixo, como avançou o ECO.

“Na ferrovia, 2024 é um ano absolutamente relevante para a conclusão de investimentos simbólicos”, considera Miguel Cruz. É o caso das obras na linha da Beira Alta, cujo primeiro calendário apontava para 2021. E do troço entre Évora e Elvas do Corredor Internacional Sul.

Em marcha está também a modernização da linha de Cascais, cujas obras iniciaram em maio do ano passado, e o Sistema de Mobilidade do Mondego, em Metrobus. “2024 vai ser o ano de conclusão de parcelas do investimento”, afirma o presidente da IP sobre este último.

Estamos a modernizar e fechar a rede convencional para as mercadorias e a melhorar o serviço para os passageiros, incluindo a do fecho da rede para fazer a ligação à Alta Velocidade.

Miguel Cruz

Presidente da Infraestruturas de Portugal

Em fase de estudos e projetos está a quadruplicação da linha de Cintura entre Roma/Areeiro e Braço de Prata, e da linha entre a Azambuja e Castanheira do Ribatejo. Um investimento que permitirá servir a alta velocidade entre o Carregado e Lisboa sem necessidade de uma linha de alta velocidade, caso seja esta a opção.

A linha para o futuro TGV ainda não terá obra relevante este ano, mas ficará fechado o concurso para a Parceria Público-Privada para a construção e gestão do primeiro troço, entre o Porto e Oiã, e será lançado (previsivelmente) em julho o concurso para o segundo troço, entre Oiã e Soure.

Miguel Cruz destaca ainda as intervenções na linha do Alentejo (Casa Branca – Beja), na linha do Vouga (Oliveira de Azeméis – Sernada do Vouga), a quadruplicação da linha do Minho, a eletrificação da linha do Oeste, a modernização da linha de Vendas Novas e as ligações aos portos de Leixões e Setúbal.

“Estamos a modernizar e fechar a rede convencional para as mercadorias e a melhorar o serviço para os passageiros, incluindo a do fecho da rede para fazer a ligação à Alta Velocidade”, sintetiza Miguel Cruz, que admite alguns atrasos nos investimentos previstos devido a dificuldades operacionais.

Outro grande investimento a cargo da Infraestruturas de Portugal é a construção do novo anel-CAM, o sistema de cabos submarinos de telecomunicações de ligação do continente à Madeira e Açores, que está em fase de adjudicação.

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