REBUILD 2024 supera todas as expectativas com 25.597 profissionais e deixa um impacto económico de mais de 59 milhões em Madrid

  • Servimedia
  • 25 Março 2024

A REBUILD 2024 reuniu 628 especialistas de todo o mundo que destacaram a vocação do sector para ser mais industrializado, circular, digitalizado e comprometido com o bem-estar das pessoas.

A REBUILD 2024 fechou as suas portas, consolidando a construção industrializada como o novo motor económico do país, no qual estão a surgir oportunidades de negócio e de melhoria social. Por esta razão, um total de 25.597 profissionais da construção reuniram-se na cimeira para descobrir tudo o que a industrialização do setor implica e para conhecer em primeira mão as novidades que surgiram no mercado nos últimos meses.

Neste sentido, as 587 empresas expositoras que estiveram presentes na REBUILD encarregaram-se de apresentar as inovações industrializadas, sustentáveis e tecnológicas. No total, apresentaram mais de 2.600 soluções para interiores, cozinhas e casas de banho, e em categorias como iluminação, fechamentos, pisos e superfícies, fachadas, eficiência energética, ar condicionado, domótica, soluções digitais e BIM ou sistemas de construção industrializados em 2D ou 3D, entre outros.

Por seu lado, a organização do encontro em Madrid significou um impacto económico de mais de 59 milhões de euros para a cidade, que se tornou o epicentro da construção industrializada.De facto, nesta edição, Jorge Rodrigo Domínguez, Ministro Regional da Habitação, Transportes e Infra-estruturas da Comunidade de Madrid, anunciou a criação do primeiro e maior pólo de construção industrializada em Espanha, com um impacto no PIB regional entre 500 e 1.000 milhões de euros. Ao mesmo tempo, informou sobre os incentivos fiscais e financeiros para desenvolver uma nova economia em torno do modelo.Assim, está a ser criado em Madrid um círculo virtuoso em que estão envolvidos a indústria, a Comunidade e os promotores e empresas de construção, com o objetivo de estabelecer a industrialização na região.

INDUSTRIALIZAÇÃO

No âmbito do REBUILD 2024, realizou-se o Congresso Nacional de Arquitetura Avançada e Construção 4.0, que reuniu 628 especialistas de todo o mundo, que orientaram o futuro da construção para um setor mais industrializado, circular, digitalizado, adaptado ao meio ambiente e que se esforça pelo bem-estar dos utilizadores. Neste sentido, a principal conclusão foi a evolução para a industrialização, que se apresenta como uma resposta aos desafios atuais da falta de habitação a preços acessíveis, do elevado impacto ambiental ou da falta de talento.

No entanto, para levar a cabo esta transformação, tem de haver uma mudança no Código Técnico da Construção para refletir a validade da construção fora do local. Esta exigência foi confirmada por Lucas Galán, Diretor de Produto e Inovação da Neinor Homes, que salienta que “em todos os países onde a industrialização cresceu, foi porque o Estado a impôs. É muito importante que a administração promova um tecido industrial, legislando e facilitando a sua implementação”. Por sua vez, Guillermo Sotorrio, investigador do Conselho Nacional de Investigação de Espanha, esclareceu que “temos atualmente uma sensação de falta de mão de obra e de aumento do custo dos materiais, ou seja, o terreno ideal para acelerar a industrialização. Por isso, se existem barreiras, há que lidar com elas, mas a regulamentação não deve colocar limites à inovação”.

Outro dos entraves a esta evolução necessária são os obstáculos ao financiamento. Esta questão foi debatida no Congresso, com nomes como Oriol Forner, Diretor de Negócio e Desenvolvimento de Produto do Caixabank, que admitiu que “é importante resolvermos o problema do financiamento. Estamos perante um novo desafio: depois de milhares de anos a construir de uma forma, temos agora de a mudar, e isso significa industrializar. Estamos preocupados com duas questões: por um lado, como obter o capital para garantir que o industrial é pago e, por outro, como colocar dinheiro em todo o processo”. “Precisamos de mudanças legais para permitir o financiamento fora do local”, disse ele.

PONTO DE ENCONTRO

A grande cimeira da construção foi também o palco escolhido pelas vozes do sector, que marcam um antes e um depois, para partilharem o seu ponto de vista em relação ao andamento da construção. Neste sentido, Emilio Ortiz e Taba Rasti, arquitectos e sócios de Foster+Partners, centraram-se na regeneração de edifícios históricos, como no caso do Salón de Reinos de Buen Retiro, que estão a realizar, e na importância da sustentabilidade através da readaptação dos espaços às necessidades actuais.

Rasti destacou o compromisso pioneiro do estúdio com a sustentabilidade, salientando que “começámos a utilizar o conceito há 50 anos”. “Acreditamos na reciclagem dos edifícios, em dar-lhes uma nova vida, com materiais sustentáveis como a madeira”, partilhou o arquiteto. Uma visão que está muito em linha com a apresentada na REBUILD por Andrew Waugh, uma referência mundial na construção em madeira, que defendeu de forma contundente que “temos de deixar de construir com betão e optar pela madeira, pela circularidade”.

Da mesma forma, uma questão que também se repetiu durante os três dias do evento é a vocação de bem-estar da construção. Arquitectos, promotores, designers de interiores e instaladores sublinharam o serviço do setor na promoção da saúde e do conforto das pessoas. Neste sentido, Taba Rasti garantiu que “o que fazemos é melhorar a vida das pessoas. É um trabalho de equipa, sem os construtores ou os promotores não poderíamos realizar o nosso trabalho”.

Paralelamente, também participaram nos palcos do Congresso figuras mundiais como Carlos Lamela, do Estudio Lamela; Óscar Miguel Ares, Diretor da XV Bienal Espanhola de Arquitetura e Urbanismo; Alejandro Lorca, Arquiteto Sócio Principal de L35 Arquitectos; Benedetta Tagliabue, Arquiteta Principal e co-fundadora de EMBT; e João Albuquerque, sócio de BIG Barcelona, entre muitos outros.

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