Uso da marca ‘Bolhão’ por hipermercado da Sonae levanta dúvidas

  • Lusa
  • 25 Março 2024

"A administração do Continente reconheceu o erro e afirmou que a campanha de divulgação da nova loja será corrigida", indica o município portuense.

A associação que representa alguns comerciantes do Mercado do Bolhão, no Porto, afirmou esta segunda-feira estar preocupada com a utilização do logótipo ‘Bolhão’ por um hipermercado do grupo Sonae e com a abertura de praças de alimentação e supermercados nas proximidades. Em comunicado, a Associação de Comércio Tradicional Bolha de Água afirma que desde o início do ano “o nome ‘Bolhão’ está a ser publicitado pelo Bom Dia Continente”, que abrirá no Quarteirão D. João I.

“Se já é difícil a um mercado de frescos sobreviver a mais uma instalação de uma cadeia alimentar, basicamente à porta do mercado, mais difícil será, se lhes é permitido apoderarem-se do valor comercial do Bolhão, como está a acontecer”, refere a Bolha de Água, que diz querer saber que medidas vai tomar o município pela utilização “abusiva” do nome Bolhão.

“É nosso entendimento que é uma obrigação legal o município do Porto atuar prontamente. Aquele empreendimento tem o nome Quarteirão D. João I. Não se chama Quarteirão Bolhão”, defende. Contactada pela Lusa, a Câmara do Porto afirmou que teve conhecimento do “uso abusivo” da marca e que “prontamente diligenciou um protesto junto da administração do hipermercado do grupo Sonae”.

“A administração do Continente reconheceu o erro e afirmou que a campanha de divulgação da nova loja será corrigida”, acrescentou o município, dizendo não ter competências “para evitar a abertura desta superfície comercial”. No comunicado, a associação diz ainda estar preocupada com a abertura em breve de mais uma praça de alimentação, gerida pela Time Out, na Estação de São Bento.

“Ao mesmo tempo, também se promove a transição de um mercado de frescos e tradicional para outra praça de alimentação no Bolhão, destruindo os elementos diferenciadores e de atratividade do mesmo mercado que terá de competir com dois colossos: a Sonae e a Time Out”, acrescenta, solicitando “urgência de atuação” por parte do município.

Sobre a marca e logótipo ‘Bolhão’ a associação defende ainda que o artigo que determina a sua utilização seja revisto, passando a abranger os arrendatários das lojas exteriores, o que considera “incompreensível” não acontecer. “À data atual nenhuma entidade jurídica, particular ou coletiva pode utilizar o nome, marca ou logótipo do Bolhão sem consentimento expresso do município”, refere.

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