BRANDS' ECO A Importância da Literacia Financeira na Educação

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  • 8 Abril 2024

Ter uma vida que toma conta do nosso dinheiro ou ter o dinheiro a tomar conta da nossa vida? Responder a esta pergunta pode ajudar-nos a encarar a Literacia Financeira como um investimento no futuro.

Desde sempre que as decisões financeiras podem ser causadoras das maiores alegrias e dos maiores sofrimentos. Por isso, levar a sério a importância da literacia financeira é urgente e não pode ficar limitada a uma moda. As avaliações recentes da OCDE mostram que Portugal está nos últimos lugares de avaliação de Literacia Financeira, pelo que abordar esta lacuna torna-se não apenas uma questão de escolha, mas uma necessidade para a prosperidade individual e da comunidade.

O que é a Literacia Financeira?

Recorrendo à definição universalmente aceite de Literacia Financeira como “A combination of awareness, knowledge, skill, attitude and behaviour necessary to make sound financial decisions and ultimately achieve individual financial wellbeing.1”, percebemos que o tema é de capacitação de conhecimentos mas também comportamental. Trabalhar a literacia financeira não se esgota no ensino sobre o que é uma Taxa de Juro, o que são Juros Compostos, gestão de Risco ou saber definir Inflação. Tudo isso é importante, mas o que se pretende é integrar esses conhecimentos de forma a garantir que o comportamento na toma de decisão financeira seja concordante com os objetivos que cada um pretende alcançar.

Literacia Financeira nas Escolas

Porque é que a Literacia Financeira não é uma matéria mais relevante da educação formal? A resposta reside em fatores históricos e próprios do sistema vigente que prioriza disciplinas académicas em detrimento das competências práticas da vida. Parece que achamos que é menos nobre trabalhar temas mais práticos do quotidiano. No entanto, à medida que o tempo evolui percebemos a urgência de trabalhar esta disciplina nas escolas sem ser em semanas esporádicas ou integrada noutras disciplinas.

No pódio mundial da Literacia Financeira temos Dinamarca, Noruega e Suécia, que são países onde a Literacia Financeira é tratada nas escolas, desde tenra idade, com a importância de qualquer outra disciplina académica, com avaliação dos conhecimentos, como se de Matemática ou História se tratasse. Curiosamente, nestes países também verificamos uma população menos endividada e com maiores níveis de poupança.

João Raposo, Managing Partner, Reorganiza

Se começarmos no ensino primário e continuarmos ao longo do ensino secundário, os estudantes podem desenvolver uma base sólida de conceitos financeiros e de competências na tomada de decisão. Ensinar aos alunos temas como: o valor do dinheiro, o circuito monetário, a dívida, a relação esforço-retorno, a tomada de decisão de acordo com o horizonte temporal de um investimento, entre muitos outros exemplos, pode tornar a experiência de aprendizagem estimulante e a ter o olhar nos ganhos individuais e comunitários.

Além da sala de aula, a abordagem à Literacia Financeira deve estender-se a toda a comunidade educativa e à própria casa do aluno, pois cada agente desempenha o seu papel e assim conseguimos reforçar a educação financeira como algo de aplicabilidade prática.

Qual o “para quê” da Literacia Financeira?

Uma forma eficaz de garantir que este assunto não se limita a uma questão de moda é termos diante de nós a finalidade do trabalho de melhorar a Literacia Financeira: o para quê da Literacia Financeira.

Indivíduos com competências financeiras sólidas estão melhor preparados para alcançar os seus objetivos, como comprar uma casa, iniciar um negócio ou poupar para a reforma. Além disso, uma população com Literacia Financeira contribui para a estabilidade económica e o crescimento do país, reduzindo a dependência do Estado Social. Desta forma, temos maior liberdade nas decisões e caminhamos para uma vida que controla o dinheiro e não o seu contrário.

Ao fomentar conversas abertas sobre a gestão financeira de cada um, nomeadamente através de partilha de boas práticas, as famílias, as escolas, as empresas, os amigos, estão todos a contribuir para a capacitação da próxima geração a fazer escolhas financeiras sólidas. Há uma evolução da qual não podemos ficar de fora. Cada um tem de estar comprometido com este propósito para deixarmos o mundo melhor do que o encontrámos.

João Raposo, Managing Partner, Reorganiza

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