Diretores escolares defendem que “solução mais prudente” é regresso às provas em papel

Filinto Lima admite que ainda "poderá haver tempo" para que as provas possam ser feitas em papel e diz-se especialmente "preocupado" com as "provas finais de Matemática e Português de 9.º ano".

O presidente da Associação Nacional dos Diretores de Escolas e Agrupamentos defende que os exames nacionais de 9.º ano, que se realizem este ano, devem ser feitos em papel. Para Filinto Lima, a curto prazo esta “é a solução mais prudente”, admitindo ainda que “no próximo ano” se possa avançar com “a transição digital” prevista.

“A solução mais prudente, que não irá correr riscos, é a de voltar ao sistema de papel e esferográfica“, afirmou o representante dos diretores escolares, em declarações transmitidas pela RTP3, à saída da reunião com o ministro da Educação, Fernando Alexandre.

Esta é a primeira vez que o novo ministro reúne com representantes do setor e acontece numa altura em que sindicatos, diretores e encarregados de educação se têm manifestado preocupados com a falta de condições para a realização de provas em formato digital, apelando ao regresso das provas em papel.

Para Filinto Lima, a implementação das provas digitais já este ano letivo representa uma quebra “princípio de equidade e igualdade”, dado que há “muitos alunos usaram computador durante o ano, mas também há alguns que não usaram até porque alguns deles estão avariados”, denuncia, defendendo ainda a contratação de um técnico informático para cada escola.

O representante dos diretores admite que ainda “poderá haver tempo” para que as provas possam ser feitas em papel e diz-se especialmente “preocupado” com as “provas finais de Matemática e Português de 9.º ano”, dado que estas, ao contrário das provas de aferição 2.º, 5.º e 8.º anos (que já no ano passado foram realizadas em formato digital), contam para a nota dos alunos.

É um exame, um momento solene. Os nossos alunos têm que ter todas as condições para que o instrumento de trabalho não seja mais um constrangimento, para além dos nervos que eles levam”, justifica Filinto Lima, saudando o facto de o ministro ouvir os diversos representantes do setor antes de tomar uma decisão.

Mas isso não implica não dar “o passo” para o digital. O representante admite que para o “próximo ano” se possa “avançar para a transição digital”. “Foi algo que o anterior governo trouxe para as escolas e queremos continuar”, assegura.

Esta segunda-feira da parte da manhã o ministro da Educação, Ciência e Inovação tinha dito que está a avaliar o formato da realização das provas escolares, mas vincou que a transição digital “é um desígnio” do novo Governo. “Seguramente iremos ter a validação ou não” da decisão “durante esta semana”, rematou Filinto Lima.

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