Após “breve troca de impressões”, negociações com os polícias arrancam a 22 de abril

Ministra da Administração Interna explica que primeira reunião com os sindicatos serviu de "apresentação" do programa do Governo. Negociações para o suplemento arrancam a 22 de abril.

A ministra da Administração Interna anunciou que as negociações com os 16 sindicatos dos polícias irão começar no próximo dia 22 de abril. Margarida Blasco falava aos jornalistas esta sexta-feira, dando nota que o encontro marcado para esta tarde serviu apenas de “apresentação” dos pontos que constam no programa do Governo apresentado esta quarta-feira.

“Tivemos uma breve troca de impressões”, afirmou a nova ministra da Administração Interna. A reunião desta sexta-feira durou cerca de hora e meia, entre as 16:00 e as 16:30. “Serviu sobretudo para nos conhecermos e tomarmos nota e compromisso de iniciar negociações no próximo dia 22 [de abril]”, anunciou. “Apresentámos as medidas que estão anotadas, do ponto de vista do programa do Governo, que têm a ver com a progressão das carreiras e atratividade das carreiras, a formação e a capacitação em termos de equipamentos”, explicou.

A governante frisou que a prioridade nas negociações prende-se com a atribuição dos suplementos da PSP e da GNR, tal como tem sido reivindicado por estes setores profissionais, incluindo, simultaneamente, mais equipamentos, formações e melhores instalações. No entanto, quando questionada sobre se o excedente orçamental terá capacidade de dar resposta a todas as exigências, Blasco apenas garantiu que as opções estão a ser estudadas.

“Estamos a estudar. Queremos fazer e cumprir [com o programa do Governo]”, respondeu aos jornalistas. “A negociação vai iniciar-se, vamos ver todos os pontos e analisá-los. É para resolver os problemas“, sublinhou.

“Nós não vamos pensar em novas formas de luta enquanto não nos concentrarmos no que verdadeiramente é importante: discutir e resolver de uma vez por todas este assunto que já leva com quatro meses de discussão”, afirmou o líder deste sindicato.

O porta-voz da plataforma que junta as estruturas da PSP e GNR manifestou esta sexta-feira reservas sobre a reunião com a ministra da Administração Interna, uma vez que foram convidados todos os sindicatos sem direito de negociação com o Governo. À saída da reunião, Bruno Pereira afirmou que é necessário terminar com “este assunto que já leva com quatro meses de discussão”.

O encontro com os sindicatos da PSP e associações da GNR foi anunciado na quinta-feira pelo primeiro-ministro, na Assembleia da República, no debate sobre o programa do XXIV Governo Constitucional.

Luís Montenegro afirmou então que serão iniciadas conversações com representantes das forças de segurança “com vista a tratar de assuntos relacionados com as carreiras e estatuto remuneratório“, estando a primeira reunião com as forças representativas das polícias marcada para esta sexta-feira.

Na convocatória enviada aos sindicatos da PSP e associações socioprofissionais da GNR, o MAI não indicava qual o motivo da reunião. O programa do Governo refere que será iniciado “com caráter prioritário” um processo para “dignificação das carreiras” e “valorização profissional e remuneratória” dos polícias, sem mencionar o suplemento de missão.

A atribuição de um suplemento de missão aos polícias, idêntico ao que foi atribuído pelo anterior Governo aos elementos da Polícia Judiciária, é a principal reivindicação dos elementos da PSP e da GNR, que protagonizaram vários protestos nos primeiros dois meses do ano.

A plataforma, que no caso da PSP é composta pelos sete sindicatos com direito de negociação, foi criada para exigir revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança, nomeadamente o suplemento de missão. Além da ministra, estão presentes na reunião o secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, e a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido.

Notícia atualizada às 18h12

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