Maior parte dos governantes vêm da Católica. ISCTE perde a liderança

ISEG e Instituto Superior Técnico completam o pódio das universidades mais frequentadas. Direito, Economia, Engenharia e Gestão são as principais áreas de formação do Executivo de Montenegro.

A Universidade Católica Portuguesa é a principal escola dos 59 ministros e secretários de Estado do Governo de Luís Montenegro. O Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) e o Instituto Superior Técnico (IST), ambos da Universidade de Lisboa, completam o pódio das instituições de Ensino Superior mais frequentadas, segunda a análise realizada pelo ECO aos currículos dos governantes que estão disponíveis publicamente. O Instituto Universitário de Lisboa – ISCTE, que era a principal fonte da academia do Executivo socialista de António Costa, perde, assim, a liderança.

De salientar que o site oficial do Governo ainda não tem a biografia dos secretários de Estado, pelo que foi necessário consultar o perfil dos governantes na rede social Linkedin. Entre ministros e secretários de Estado, 18 estudaram ou lecionaram na Universidade Católica Portuguesa, uma instituição privada, oito no ISEG e cinco no Técnico, ambos da Universidade de Lisboa, que é pública.

A Nova School of Business and Economics (Nova SBE) da Universidade Nova de Lisboa, o ISCTE, a Universidade do Minho, a Universidade da Beira Interior (UBI), a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Universidade de Aveiro e a Universidade de Coimbra também marcam presença na formação dos governantes ainda que em menor número. Por exemplo, a secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, e o secretário de Estado do Trabalho, Adriano Rafael Moreira, estudaram na Nova SBE. A secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, fez uma pós-graduação em impostos no ISCTE e o secretário de Estado Adjunto e da Presidência, Rui Armindo Freitas, tem um mestrado executivo em Corporate Finance pelo ISCTE.

Da Universidade do Minho vêm o ministro da Educação, Fernando Alexandre, o ministro da Agricultura e Pesca, José Manuel Fernandes, o secretário de Estado Adjunto dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, e a secretária de Estado das Pescas, Cláudia Monteiro de Aguiar. Pedro Dias, secretário de Estado do Desporto, formou-se na Universidade da Beira Interior (UBI) e Hernâni Dias, secretário de Estado da Administração Local, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. O secretário de Estado Adjunto e da Segurança Social, Jorge Campino, e o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, vêm da Universidade de Aveiro e a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, formou-se na Universidade de Coimbra.

Direito, Economia, Engenharia e Gestão são as principais áreas de formação

Direito, Economia, Engenharia e Gestão são as principais áreas de formação do Executivo da Aliança Democrática (AD), coligação liderada pelo PSD. Entre os 59 ministros e secretários de Estado, 14 estudaram Direito, nove Economia, oito Engenharia e igual número formou-se em Gestão.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, licenciou-se em Direito pela Católica, tal como o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que é docente da Faculdade de Direito da Universidade Católica no Porto e do MBA Executivo da Porto Business School. António Leitão Amaro, ministro da Presidência, é professor da disciplina de Finanças Públicas na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e na Católica e tem uma licenciatura em Direito. O ministro da Defesa, Nuno Melo, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Ramalho, a ministra da Justiça, Rita Júdice, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, e a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, também vêm do Direito.

Economia é a segunda área de formação mais comum no Governo de Montenegro. O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, é doutorado em Estudos de Desenvolvimento pelo ISEG, e o ministro da Educação, Fernando Alexandre, é licenciado e mestre em Economia pela Universidade de Coimbra, doutor em Economia pela Universidade de Londres e professor associado na Universidade do Minho. De igual modo, o secretário de Estado do Orçamento, José Maria Brandão de Brito, a secretária de Estado dos Assuntos Europeu, Inês Domingos, a secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, e o secretário de Estado Adjunto e da Segurança Social, Jorge Campino, têm formação na área da Economia.

As engenharias desempenham igualmente um papel importante no currículo do Executivo, com oito governantes a mostrar formação nesta área. Por exemplo, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, é licenciado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores pelo IST, mas também tem um MBA pela AESE Businesss School/IESE da Universidade de Navarra. A ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, é professora catedrática no Técnico nas áreas da energia e das alterações climáticas, o ministro da Agricultura e Pesca, José Manuel Fernandes, é licenciado em Engenharia de Sistemas e Informática pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Minho, e o secretário de Estado da Modernização e da Digitalização, Alberto Rodrigues da Silva, tem um doutoramento em Engenharia Informática e de Computadores.

Gestão é outra das áreas formativas mais comum entre os vários membros do Executivo com pelo menos oito governantes a mostrar currículo nesta disciplina. O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, tem uma licenciatura em Gestão pelo ISEG, mas a sua formação estende-se às Finanças, com um doutoramento pela Universidade de Tilburg, nos Países Baixos, e mestrado pelo ISCTE.

O ministro da Economia, Pedro Reis, é licenciado em Gestão e Administração de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, com formação complementar na Harvard Business School (EUA). Marisa Garrido, secretária de Estado da Administração Pública, também se formou em Gestão de empresas. Adriano Rafael Moreira, secretário de Estado do Trabalho, Hugo Espírito Santo, secretário de Estado das Infraestruturas, e Emídio Sousa, secretário de Estado do Ambiente, têm igualmente experiência curricular nesta área.

É possível identificar outras áreas de formação, menos frequentes, entre os membros do Governo de Montenegro. Por exemplo, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Nuno Sampaio, e a secretária de Estado Adjunta e da Igualdade, Carla Mouro, licenciaram-se em Relações Internacionais. Com estudos específicos em Finanças, apenas o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, revela essa nota no seu currículo. O secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, tem um mestrado em Administração Pública, a secretária de Estado da Habitação, Patrícia Machado Santos, licenciou-se em Arquitetura, e a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, é doutorada em História de Arte.

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