Insolvências disparam 20% no primeiro trimestre de 2024. Distrito do Porto e setor dos serviços lideram casos

Microempresas representaram 67% do total de insolvências entre janeiro e março. Porto lidera regiões mais afetadas (mais 42% face ao período homólogo), seguindo-se Lisboa.

O número de insolvências em Portugal aumentou 19,5% no primeiro trimestre, com as microempresas a liderar esta tendência. De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pela COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, as empresas que empregam menos de 10 pessoas representaram 67% do total de insolvências entre janeiro e março. Mais de metade (52%) das insolventes estão em atividade há, pelo menos, uma década.

É no distrito do Porto que está localizado o maior número de empresas em situação de incumprimento com as suas obrigações: um total de 182 entrou em insolvência, traduzindo-se num aumento de 42% face ao período homólogo. Logo a seguir surge a região de Lisboa, com 120 casos e uma subida de 34% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

A COSEC revela ainda que, durante este primeiro trimestre, o setor dos serviços (133 insolvências) foi o mais afetado, seguido pela indústria têxtil –trocou de posição com o retalho — e pelo ramo da construção.

Mesmo em cenário de crescimento, recomenda-se “cautela”

Os dados divulgados esta segunda-feira revelam ainda que, apesar de a economia portuguesa estar a mostrar alguns sinais de aceleração, as margens das empresas continuaram ainda a sentir pressão no primeiro trimestre do ano.

Citando as projeções da Allianz Trade, acionista da COSEC, a inflação deverá situar-se nos 2,3% este ano — próxima da meta de 2% do Banco Central Europeu — abaixo da média da zona euro, que deverá registar uma inflação de 5,6% neste ano. Por seu turno, Portugal deverá crescer 1,3% em 2024.

“As projeções da Allianz Trade indicam que, embora o panorama económico em Portugal esteja a dar alguns sinais de recuperação, é ainda recomendada alguma cautela, uma vez que continuará a existir uma diversidade de fatores geopolíticos que poderá influenciar os mercados financeiros”, afirma André Granado, administrador executivo da COSEC. “Os valores que se verificaram no primeiro trimestre de 2023 indicam precisamente que será benéfico ainda adotar uma postura de cautela nesta fase”, acrescenta o mesmo responsável.

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